Capitulo cinquenta e sete

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Muito tempo fiquei ali com os fugitivos , no início Eu tinha um pavor constante de ser pega.

Eu tinha perdido a confiança  em Karl, embora o amasse e sentisse falta dele desesperadamente, mas ele me omitiu que era casado .

Não  era para eu me incomodar porque no começo era um acerto pela sobrevivência  das meninas , mas depois tudo mudou e eu me apaixonei , ele também  , pelo menos era o que dizia  e me faz duvidar  agora dos seus sentimentos.

Por isto quando ele esteve aqui para me ver eu o repeli  severamente reunindo todas as minhas forças ao dizer:

- Comandante Karl agradeço  tudo o que fez por mim e pelo povo judeu , mas eu nada tenho para te oferecer , aliás  eu nunca tive.

O que tivemos o senhor pode obter com outra mulher .

Karl fez menção  de se aproximar mas mesmo com o coração  devastado eu olhei em seus olhos e firmei o pensamento:

- Eu quero  estar livre também  de qualquer contato com o Frauher se é  que me entende.

Os olhos de Karl tornaram- se sombrios e duros de repente  enquanto os meus
umedeciam .

- Muito bem . Se esta é  a sua vontade, será  como quiser .

Ele ia saindo mas se virou enquanto eu lutava para segurar as minhas lágrimas  ,se aproximou de mim e disse:

- Eu faria tudo de novo e nunca me arrependi de nada . Eu te amo.

Era difícil  acreditar mesmo ele tendo feito tanta coisa para me proteger e apesar de Irena estar morta , não sabia mais o que pensar.

Depois que ele se foi eu me senti mais fraca do que o normal.

Ele veio para me amar e eu o rejeitei . Um bolo se formou em minha garganta , tive dificuldade para respirar e chorar.

Fiquei dias assim até  que me convenci que tinha feito o certo. Mesmo com o término da guerra  se é que aquele inferno acabaria , não  tinha futuro para uma cigana e um comandante que seria preso ou morto.

Se existia amor , estava condenado.

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