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»Kai«

– Jessito! Como está indo o estágio?? – gritei, caminhando da cozinha para a sala bem rapidamente assim que o vejo chegar.

– Hum. Hoje foi um mix de meio estresse meio paz espiritual. – ele suspira, tirando seu all star branco dos pés, colocando o seu jaleco no cabideiro.
– Nossa, nem usei a porcaria do jaleco de tanto calor que eu senti hoje– Que cheiro bom... Está cozinhando o que? – ele retira a bolsa das costas, me olhando com um meio sorriso.

– Fiz massa ao molho pesto!

Logo após seu banho demorado, o levei para a cozinha e o fiz sentar-se à mesa. Enquanto preparava nossos pratos, Jessito preparava a mesa e reclamava do dia no estágio: Falava sobre como os seus colegas são um porre; sobre como contava os minutos para voltar pra casa por causa do calor; sobre como amaldiçoava uma enfermeira muito específica só por ter recebido alguns olhares indiferentes; e de um jeito revoltado, sobre como a comida que ele comia nos restaurantes próximos era horrível.

– Tivemos algumas atividades de simulação hoje porque foi uma equipe nos avaliar, então o membro-líder nos deu uma palavra para nos deixar menos tensos, tipo, eles prepararam o nosso psicológico antes de apresentar os vídeos que conteve sangue e todas essas coisas. Kai, acredita que muita gente naquele lugar ainda fica nervoso quando vê sangue? – ele riu de um jeito debochado, mas logo seus lábios se formaram num biquinho e suas expressões me transmitiam satisfação ao ver a comida no prato.
Uaaau... Aprendeu esse prato com o seu ex ficante, o Rico? – ele levanta a faca como ameaça.

Observo seus olhos apertados de desconfiança, mas sorrio, seguro seu queixo, levanto seu rosto e junto nossos lábios num selinho demorado.

Vi na internet. – sussurro contra seus lábios e os acaricio com as pontas dos dedos, me sentando na cadeira ao seu lado logo em seguida.

– Seu romântico clichê barato! – ele deixa escapar um riso, mas cobre o rosto.

Enrolo a massa no garfo, direcionando para a sua boca:
– Abre a boquinha?

Suas bochechas ficaram rosadas na hora. Mas eu insisti com o garfo... Jessito abre a boca e aproxima o rosto, levo o garfo para dentro da boca e ele junta os lábios pegando a massa.

Hmm... Ficou muito bom– okay, não vou elogiar muito senão você vai ficar muito mais convencido do que já é. – nos seus lábios se formam um sorriso irônico seguido de um riso breve, não deixei de sorrir junto e comentei:

Uaaau... O seu sorriso faz o meu coração acelerar, sabia? Sorria mais frequentemente para mim por favor, eu gosto da sensação e da dose generosa de ocitocina que me deixa bobo. – assim que vejo o seu sorriso se desmanchar, ainda mostrando surpresa em suas expressões, eu entendo que o peguei no flerte.

– Shh! Va-vamos apenas jantar em silêncio.

Fiz assim como mandado por ele. Mas é claro que não o deixaria escapar de mim tão facilmente depois de conseguir deixar suas bochechas vermelhas e durar até o final do jantar, eu sabia que ele estava pensando em alguma coisa que o deixava mais sem jeito e por isso evitava o contato visual, então, resolvi que para deixá-lo irritadinho eu só precisaria atiçar um pouco.

– Jessito, que perfume está usando? – me aproximo entrando no quarto, ajeito seus cabelos para trás da orelha direita e assim que levo meu rosto para seus ombros, puxo o ar para sentir o aroma, e quase deixo escapar um pequeno sorriso quando sinto sua pele arrepiar com o contato. Mas finjo que nada aconteceu, lhe dou um aceno de cabeça mostrando satisfação e me afasto um pouco.
– Muito bom. Esse é o que a Nina te deu semana passada? – pergunto, agora de braços cruzados esperando a resposta.

Eu Odeio Amar O Meu InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora