53 | Año Nuevo, vida nueva!

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Amor descontrolado

»Jessie«

– Kai, para de graça e volte ao que estava fazendo! – ameacei levantando a vassoura em sua direção, ele rapidamente assentiu balançando a cabeça e voltou a lavar os pratos.
– Olha, você não me estresse uma hora dessas da manhã não porque eu sou capaz de fazer uma loucura! – praticamente bati os pés no chão.

– Awn... Relaxa. Eu estou te obedecendo, não estou? – ele joga espuma mais uma vez, eu perco o restinho de paciência e acerto a vassoura em suas pernas.
– Aw!! – ele choraminga.

– Eu avisei seu idiota lerdo!

Um mês e meio morando com ele, e... Caramba! Como é difícil morar com alguém – Okay, parece horrível comigo dizendo assim e soou entediante no início da frase, mas a mais pura verdade é que eu sinto tudo tão confortável que eu só simplesmente me acostumei com o fato de ter um namorado e tudo mais. Mas o problema é a sua personalidade com a minha em um ambiente só, em que duas pessoas com hábitos completamente diferentes se juntam; É certeiro uma briga,  mas tirando isso, tirando toda a discussão diária que eu armo com ele e toda a provocação que ele me faz, está me dando um certo alívio.

É real que estou dividindo minha intimidade com alguém. E eu amo isso. Me sinto como um adulto muito mais responsável, não só pelo fato de ter um relacionamento e dividir a casa com essa pessoa, mas mais ainda porque ele é mais novo que eu e sem juízo. Quer dizer, ele melhorou bastante com os puxões de orelha, mas mesmo assim eu tenho que auxiliar ele em algumas decisões, ajudá-lo a entender coisas que para mim são simples e assim como ele aprende, eu também aprendo muito com ele. O que é muito normal, uma troca mútua de informações e conhecimentos, então isso torna mais fácil a nossa convivência e conseguimos desenrolar o resto sem muita dificuldade.

O Kai agora está literalmente sobre os meus cuidados; foi embaraçoso quando sua mãe conversou comigo a uma semana atrás – falava sobre como ele ainda é uma "criança" muito jovem e que tem medo dele fazer mais besteiras e não ter mais como concertar – e quase pediu de joelhos que eu continuasse a cuidar dele, que eu não o deixasse como, segundo ela, o deixou. E claro, não será fácil, estou ciente de onde eu me meti, mas eu prometi cuidar do filho dela com todo o meu amor – sim, isso foi extremamente brega e meloso pra mim, não faço ideia de como eu deixei uma coisa dessas escapulir, mas foi sincero.

E Bom, agora cá estamos nós; no nosso quarto, ambos apenas de shorts e meia – que chamamos de roupa de casa – , assistindo algum desenho enquanto esperamos a noite chegar para sair com nossos amigos. Nós falávamos de como nosso año nuevo na casa de praia fora incrível;

»| Casa de praia - Três meses antes...

– Gente, vamos aumentar esse som! – gritou a Nina.

– As onze da manhã!? – reclamei, com as mãos na cintura como se eu estivesse dando sermão e a Nina fosse minha filha.

– Ei, pare de reclamar Senhor Rabugento! – Nina repreendeu, mostrando a língua pra mim como uma criança rebelde.

Kai, o teu namorado vai gostar da gente? – um dos dois amigos do Kai cochichou, acho que o nome dele é Cheng.

Ele parece ser bem bravo... – o outro sorriu pra mim, um pouco sem graça talvez.

– Mi amor, vamos curtir hoje! Só temos dois dias na casa! – Kai se aproximou de mim dando um beijinho no meu rosto, me guiando para dentro da casa com a mão segurando minha cintura.

Okay...

Estávamos em uma casa de praia há quase três horas do alojamento; um lugar pacato com uma brisa inexplicável de boa que fica há uns cinco minutos da areia da praia, com vários altos coqueiros espalhados por alí e uma bela vista para o mar infinito. Nina e Rico ficaram extremamente animados já que a casa era de frente á praia e saíram correndo assim que chegamos; Eles foram logo procurando os quartos enquanto o resto de nós ficava maravilhado com o lugar, e assim descobrimos que só haviam quatro quarto. Quatro... Quartos. Éramos nove – não é como se eu me recusasse a ficar com o Kai em um desses quartos, eu já estava acostumado, mas o problema era deixar o Yuki com o Rico, ou algum deles resolver ficar com a gente no mesmo quarto. E eu não saberia em como dizer "não quero que fiquem com a gente no quarto", sem que não soasse extremamente suspeito. Mesmo sendo.

Eu Odeio Amar O Meu InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora