Capítulo 2

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Isabella – 18 anos

Suspirei, enquanto parávamos na garagem da mansão Falcone, ouvindo, pela milésima vez, papai falar sobre não me aproximar de Nevio e seus primos.

- Acho que ela já entendeu, Matteo. – Mamãe interpelou por mim.

- Não tenho certeza. – Papai respondeu, me olhando pelo retrovisor. – Ela pode ser tão teimosa quanto você.

- Quanto você, você quis dizer. – Ela rebateu.

Revirei os olhos e abri a porta do carro, deixando os dois discutindo para trás. A realidade é que eles eram mais parecidos do que gostavam de admitir.

Valerio saltou atrás de mim, tendo vindo no nosso carro para que Marcella, seu bebê e Maddox pudessem ir com tio Luca, e me abraçou pelos ombros, dando um beijo em minha têmpora. Greta e Amo saltaram de um terceiro carro. Senti falta de Flavio, mas tia Lily estava passando o Natal com a família de Romero nesse ano.

Caminhamos até a entrada da mansão; nossos pais, Amo e Greta a nossa frente, Marcella e Maddox atrás.

- E então... Por quem você vai se apaixonar? – Valerio sussurrou próximo ao meu ouvido assim que chegamos no hall da mansão. Franzi as sobrancelhas e o olhei por cima do ombro. – Dois Falcones te sequestraram, Isa. É a sina deles... Agora você tem que se apaixonar por um. Não viu o que aconteceu com a Serafina?

Não pude acreditar no que estava escutando. Apressei meu passo, tentando deixá-lo para trás, mas ele tinha pernas mais longas que as minhas e, com duas passadas, estava do meu lado de novo, me agarrando pela cintura dessa vez.

Deus, como Flavio fazia falta uma hora dessas.

- Tecnicamente, quem realmente te sequestrou foi Alessio, então, na minha humilde opinião, você deveria dar uma chance a ele. – Valerio continuou com a atirar merda sobre mim. – Além do que, ele parece ser mais fácil de conviver... Conta piadas, não mata por diversão e não parece a porra de um psicopata.

- Valerio, tem como você calar essa merda dessa sua boca por 5 segundos? – Grunhi, um pouco alto demais, me desvencilhando de seus braços, chamando atenção dos nossos pais, a nossa frente.

Mamãe me lançou um olhar curioso, enquanto tio Luca olhava repreensivamente para nós dois – mais especialmente para Valerio.

Continuamos a entrar na casa, seguindo Greta que nos mostrava o lugar e onde ficaríamos.

- Já sei! – Valerio deu um tapinha no meu ombro para me chamar atenção, voltando a enlaçar seu braço esquerdo sobre mim, para sussurrar: – Alessio cuidou de você, mas Nevio foi o mandante de tudo. Com certeza você terá que ficar com o psicopatinha, por isso está tão nervosa.

Empurrei o braço de Valerio de cima de mim mais uma vez e respondi, no mesmo tom de voz sussurrado:

- Talvez eu fique com os dois. – Dei de ombros. – Ao mesmo tempo. – Completei, vendo o queixo de meu primo cair. – Afinal foi assim que eles me pegaram, não é? – Ergui uma das sobrancelhas.

Valerio, no entanto, não pareceu gostar da minha resposta, me puxando para perto de novo e murmurando raivoso:

- Eles estarão mortos antes que possam tocar em você de novo.

Revirei os olhos, lá estava aquela possessividade protetiva mais uma vez. Não sei por que ele começava, se nunca gostava de onde as implicâncias nos levava.

***

Dei graças a Deus pelo fato de ter ganhado um quarto separado de mamãe e papai, apesar de papai não ter gostado muito disso. Estávamos na ala de Nino, parecia que as pessoas ficavam tensas ao pensar em deixar meu pai e Remo e seu filho tão próximos, então essa foi a solução que encontraram. O resto da família tinha ficado na ala de Remo mesmo, afinal, agora, eles eram família também.

By Darkness I BurnOnde histórias criam vida. Descubra agora