Capítulo 5

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Isabella – 18 anos

Soltei um suspiro de alívio assim que pisei na cobertura.

Senhor, como era bom estar em casa.

Mamãe franziu a testa para mim, estranhando minha reação, mas eu fingi não notar.

- Vou para o meu quarto. – Avisei, já subindo as escadas, sem olhar para trás.

Enquanto subia, consegui ouvir papai perguntar o que houve comigo e mamãe respondendo que não sabia.

Ela logo saberia.

Assim que fechei a porta do meu quarto, tirei o telefone do bolso e liguei para Hana. Demorou alguns toques até que finalmente fosse atendido.

- Hana! – Chamei como se ela fosse minha tábua de sobrevivência.

- Não. Maurizio. Hana está no banho. – Maurizio respondeu e eu dei um suspiro melodramático demais para mim.

- Ela está na sua casa?

- Obviamente. – Debochou.

- Sabe se ela vai demorar muito, Zio? No banho, no caso.

- Você tem que parar de me chamar assim, Isabella. – Reclamou. – E não, não sei. Não fico contando quanto tempo minha irmã passa no chuveiro.

- Inútil. – Resmunguei.

- Vai se ferrar. – Ele rebateu e eu ri. – Então... Está tudo bem? Digo, a viagem foi tranquila?

- Sim, tudo bem, Zio. Nada além do comum. Enfim... Quando Hana sair do banho peça para ela me ligar, por favor.

- Ok. – Ele respondeu e desligou o telefone sem, ao menos, se despedir. Bastardo.

Desisti de ficar em pé ao lado da porta e me joguei na cama, olhando para o teto e esperando que Hana não demorasse muito a retornar. No entanto, quando fui checar a ligação, vi que já tinha se passado trinta minutos do horário que liguei. Fiz uma careta e me levantei para tomar um banho e esfriar a cabeça. Eu estava bem, só precisava contar para alguém e expulsar isso do meu peito.

Assim que saí do banho, ainda enrolada na toalha, alguém bateu à porta.

- Oi?

- Sou eu. – Escutei mamãe falar do outro lado.

- Vou só me vestir. – Avisei.

- Tudo bem.

Coloquei a roupa e abri a porta.

Mamãe entrou e me lançou um sorriso sem graça, sentando na cama em seguida. Continuei parada ao lado da porta.

- Você quer conversar? – Ela perguntou.

- Por que eu iria querer? – Perguntei de volta e ela semicerrou os olhos para mim.

- Não cabe a mim dizer a razão. Minha pergunta demanda uma resposta simples de sim ou não.

Encolhi os ombros. Ela estava toda mamãe-séria para cima de mim.

- Hm... Sim, acho que quero conversar.

Mamãe balançou a cabeça e bateu no espaço ao seu lado na cama.

- O que aconteceu? – Perguntou assim que me sentei.

Resolvi não enrolar muito, eu sabia que ela não surtaria e também precisava realmente dividir isso com alguém, então simplesmente soltei:

By Darkness I BurnOnde histórias criam vida. Descubra agora