Estava andando pela sala desnorteada, não consigo acreditar que isso tá acontecendo comigo, meu Deus do céu por que?! É só isso que eu pergunto pra Deus, por que?! A única coisa que posso fazer é pedir pra Deus protegê-la onde quer que ela esteja...
Sentei no sofá respirando fundo tentando me acalmar aos poucos, senti uma pressão no coração ultimamente isso tá sempre acontecendo comigo, ele fica dando indícios de que estou saindo do controle.
Antes da jhay nascer eu descobri que um cano do meu coração era torto. Antes disso nunca tinha sentido nenhum tipo de dor no coração nem nas costas mas depois de meses que conheci Jorge e comecei a fazer curso de enfermagem essas dores começaram a aparecer como uma dor de costas.
Só que assim que fui pra clínica o médico me encaminhou para o cardiologista o mais rápido possível, graças a Deus deu tempo de fazer a cirurgia e foram 12 longas horas. Deu tudo certo mas depois da morte de Jorge comecei a sentir dores no coração, nada muito grave mas tudo depende do meu estado emocional.
E agora, eu estou em constante desespero sem notícia alguém da minha filha.
Ouvi a porta abrir mas nem fiz questão de ver quem era, só que o cheiro amadeirado e maconha já diziam tudo.
-Yvette? Tudo bem aí?- colocou o fuzil no sofá e se agachou pra ficar na minha altura.
Balancei a cabeça negativamente.- tô com dor... no coração...- falei baixo tentando controlar minha respiração.
-iiih mano.- levantou e coçou a nuca sem saber muito o que fazer.- quer água? Respira fundo, calma aí que eu vou pegar água.
Foi num pulo e voltou no outro, acho que deixei o malandro preocupado.
-toma ai- olhei pro copo e o peguei bebendo um pouco.
-Se liga Yvette, porra... toma cuidado com isso aí, tá ligado?! Já foi no médico?- fechou a cara cruzando os braços, da até vontade de ri desse homem mas senti preocupação na voz dele.
-Já sim só preciso me acalmar e descansar...-estendi a mão pra ele esperando o bonito se tocar que é pra me ajudar a levantar. Quando percebeu pegou na minha mão e me ajudou mas quando fiquei de pé quase caí o que fez ele segurar firme minha cintura no aproximando mais do que deveria.
-porra Yvette, ce não comeu nada né?! Caralho vou mandar trazer uma marmita pra você e vou enfiar guela a baixo- estalou a língua.
Olhei pra ele com a visão um pouco turva e afirmei com a cabeça sem pensar muito, tenho que estar bem pra quando minha filha voltar, apoiei minha cabeça no peito dele respirando fundo sentindo carinho nas costas.
-Vai ficar tudo bem nega...- falou com a boca colada no meu ouvido, suspirei alto, que saudade que estava dele me chamar assim...a voz grossa dele ainda me causa arrepios.
Levantei a cabeça lentamente o olhando nos olhos, sempre amei os olhos dele pois sempre me disseram mais do que ele mesmo falava. Ele se aproximou mais de mim me dando um beijo demorado no rosto.
Ele pode ser bandido, pode ser grosso mas não importa quantos anos passem , ele sempre será respeitador e cavalheiro. Foi isso que me atraiu nele, o modo como ele trata as mulheres e principalmente as que amam.
Jorge parecia homem da roça, grosso pra caralho, nunca saia com a família só trabalhava e ficava o dia inteiro o bar. O único bom era que el era trabalhador mas o que adianta ser trabalhador e enfia dinheiro tudo no cu de puta e no cu de dono de bar.
Adorava fazer presença pros bebados e pras vagabundas que ele comia, fazendo churrasco e tal mas quando era algo pra mim ou pra minha filha ham, era esculacho atrás de esculacho no fim dava mas depois de muito humilhação. Me traia a torta e a direita, me tratava mal mas era por que eu deixava também... sou linda, sou nova e sou uma mulher foda que não precisava passar metade do que passei.
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|Intenção dos Dizeres|
FanfictionNossas vidas são feitas de estágios! Estágios, níveis e fases. Não que seja tudo um padrão ou que ao menos venha com um manual de como viver a vida, como resolver os desafios da vida... lidar, com tempos difíceis... com a dor...muita dor...lágrimas...