Cap.16

30 3 0
                                    

Era quase meio dia, estava todo mundo morrendo de fome então depois que demos uma geral lá viemos nos arrumar pra ir no restaurante da mãe da Leila que fica na rua de trás.

A mãe da Leila trata todas as meninas daqui como filhas, todas elas amam a tia Carla. Faz um tempo que ela tem esse restaurante e a Leila disse que com muito esforço e trabalho das duas elas conseguiram montar esse restaurante.

A Leila só tinha entrado aqui pra conseguir sustentar ela e sua mãe, achou que seria simples ela entrava e quando estivessem estabilizadas ela iria sair e viver uma vida de verdade. Por que ela nunca entrou aqui por que queria de verdade e sim por pura necessidade!

A tia Carla até tentou tirar ela daqui, depois de uns dois meses que ela tinha montado o restaurante conseguiu juntar um dinheiro pra dívida da Leila aqui no clube, e vocês tão ligado que é essa dívida prende a gente aqui. Bom, era apenas isso.

Fazia 2 anos que ela trabalhava aqui eu pense not anti de dinheiro que ela tinha que pagar?! Pois é, as duas se viraram nos trinta pra conseguir o dinheiro. Quanto elas finalmente conseguiram foram lá no escritório do pitbull, na boca, pra pagar ele é assim ficar livre só que quando elas apareceram lá falando que tinha dinheiro pra pagar a dívida ele simplesmente olhou pra cara delas e disse que não adiantava pagar, ela só sairia do clube quando ele quisesse.

Elas imploraram pra ele chegaram a se ajoelhar pedindo pra ele deixar ela sair, deram o dinheiro pra quitar a dívida dela mas nada adiantou. Ele ficou com dinheiro e expulsou elas da boca igual cachorro, jogou as bichinha na rua fazendo elas passar a maior humilhação.

Todo mundo teme ele, ele teve que trair muita gente pra está onde está e não é qualquer um que entra no caminho dele e sai ileso. Se meter com o pitbull é a mesma coisa que assinar o atestado de óbito.

Desde então ela ainda trabalha aqui e como muita das meninas ela carrega um semblante triste... Sem esperança da vida sorrir pra ela de novo, a única coisa que mantém ela viva é a mãe dela e isso é recíproco.

-Já vou avisando, a comida da tia Carla é a melhor de Paraisópolis não adianta!- Sheron falou enquanto estávamos saindo.

-Oia que safada, só fala isso pra tua encher teu rabo de bolo.-Shaniqua implicou com ela.

-Como se você não fizesse a mesma coisa.- Afinal, todas faziam isso. Elas realmente tem muito amor por ela.

Porque, das meninas que entraram aqui por escolha, ela foi a única mãe que não virou as costas pra filha. Na verdade, ela e a mãe da Sheila.

-Aí você pode voltando, o patrão proibiu sua saída.- uns dos seguranças parou na minha frente não deixando eu passar. Ele um homem preto de mais ou menos 1.80, tava segurando uma arma personalizada com o vulgo dele "matador" em dourado.

-Como assim? A garota só tá indo comer aqui na rua de trás matador.- encarei ele sem abaixar a cabeça ele tinha a maior cara de bixo igual a maioria dos cara daqui.

-E eu com isso? Chefe falou tá falado porra, fica na sua Sheron.- falou sem olhar pra ela ainda me encarando, só falta cismar comigo.

-Jhay, eu trago uma marmita pra você tá?! A gente já volta.- olhou pra ela com uma cara feia a beça e ele fez o mesmo pra ela, nossa como eu odeio esses cara de cu.

Só concordei e fui pra dentro, pelo visto nem um pouco de sol eu vou poder tomar.

••••••

Ouvi um falatório no corredor sinal que elas já tinham chegado.

-Oi amor, trouxemos uma quentinha pra três pra você mata tua fome.- Paris me deu a quentinha e uma colher, sorri pra ela e agradeci.

-Toma.- Coco, a única branca de nós, deixou umas cinco sacolas na minha cama só me olhou e foi pra cama dela. Não entendi a olhada que ela me deu e essa grosseria toda, ela foi a única que não foi muito com a minha cara.

Olhei com uma cara estranha sem saber o que era- que isso gente?...- comecei a abrir as sacas e não acreditei quando eu vi várias roupas, roupas básicas e roupas pra eu trabalhar aqui.

-Compramos umas roupinhas pra você nega por enquanto que você ainda não consegue comprar.- Nicki veio pro meu lado me mostrando as roupas toda animadinha.

-Olha eu comprei umas roupas tipo as minhas sabe?? Não sei se você vai gostar por que eu sou bem piranha.- riu fraco me mostrando.- mas comprei roupas de piranha descente também por que eu sei que tem dia que só queremos uma roupa larga e confortável.- sorri com a animação dela amassando a marmita por que eu estava morrendo de fome.

-Obrigado nicki, quando eu arrumar dinheiro eu pago tudo tabom?!

-O que?! Esquenta com isso não amor, não me importo. Tinha um dinheirinho sobrando e usei pra ajudar alguém, não precisa me retribuir ok?! Fica em paz.

-Nada disso, eu vou te devolver você gosta do ou não.- ela parou e olhou bem pra minha cara.

-Engole a comida pra falar primeiro depois você teima comigo, eu ein. Sou mais velha que você gata.- ri dela e ela foi tomar banho.

Ela tem 25 anos, a segunda mais velha da boate. Ela é muito porra louca, você ouve as coisas que ela fala e não acredita que foi ela que fez. Ela não deita pra ninguém e peita qualquer um que botar o dedo na cara dela.

É uma mulher muito forte mas mulheres muito fortes sempre tem uma história muito triste.

Acabei minha quentinha jogando no lixo fui andando pro até torta de tanto que eu comi.

-Eu vou dar uma cochilado até as 5 por que a gatona vai trabalhar à noite inteira, como sempre...

Deitei na minha cama e tentei dormir um pouco também é me preparar para o que ia acontecer mais tarde.

•••••
Vocês querem fotos das meninas?! Eu só não coloquei por que são muitas mas se vocês quiserem eu coloco.
Um beijo e feliz ano novo❤️

|Intenção dos Dizeres|Onde histórias criam vida. Descubra agora