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Kathryn Fox.

Uma filósofa americana uma vez disse "eu nunca confio em um playboy, mas eles me amam".
E honestamente? Não confio, mas eles realmente me amam. Parei de confiar quando o último playboy que me amou não lidou bem com a rejeição, eles nunca lidam.
Isso acabou resultando em um homicídio culposo por ter sido drogada e entregarem uma arma em minhas mãos.

Essa mesma filósofa americana disse: "Eles dizem que eu fiz algo ruim. Então, por que foi tão bom?"
A filósofa se chama Taylor Swift.
Mas de qualquer forma... As letras de suas músicas nunca me representaram tanto.

Eu estava aqui. Confiando em um playboy outra vez.
Sabendo que todos diriam que eu estava fazendo algo ruim, talvez realmente estivesse. Mas se era tão ruim assim, por que era tão bom?

Não sou ingênua, sei exatamente quem Rafe Cameron é. Sei também o quanto já fui como ele e não me orgulho disso.
Mas ele me intrigava. Homens são sempre tão decifráveis e fáceis, ele não era assim. Ele jogava de igual para igual. Uma hora parecia me querer e outra hora parecia me odiar... E, porra, como isso me atraía.
Sempre tive tudo o que eu queria, era natural querer ter o que eu não podia ter.
E pensando por um lado, era estupidez ter concordado em conhecer ele melhor, mas era uma chance que eu sabia que não teria forças para recusar.

—Só te lembrando, que não podemos ir para um lugar muito público —digo ao telefone.

—Sério? Vai continuar com essa chatice de mentir para os Pogues? —ele pergunta com certa acidez.

Reviro os olhos, ainda com o celular próximo ao meu ouvido.

—Eu sei o que você pensa sobre isso, não precisa começar a sua chatice —retruco no mesmo tom.

—E mesmo assim você está sendo idiota de não ouvir o que eu te digo —Rafe Cameron, sútil como uma granada.

Por que ele me atrai? Não faço a mínima ideia, mas atrai.

—Eu sou idiota por não aceitar conselhos de um imbecil?

—É idiota por achar que compensa ser uma Pogue e mesmo assim não ter um liberdade —ele continua. —Seu estilo de vida é bem maneiro.

Meu Deus, como ele conseguia ser insuportável.

—Você já vai começar? —reclamo. —Se for, tchau.

—Não! Espera —ele diz antes que eu pudesse sequer tirar o celular do meu ouvido. —Meu pai, a Rose e a Wheezie vão fazer uma viagem hoje pra Charleston. Eu te trago aqui pra casa e quando quiser te levo de volta para o Cut.

Fiquei curtos segundos em silêncio.
Nunca fui fã de encontros clichês com direito a ida no restaurante, na verdade, nunca fui em um, mas mesmo assim eu achava ridículo. E levando em conta que eu e Rafe já pulamos todas as etapas possíveis, não seria grande coisa ir para a sua casa.

—Eu falo para o pessoal que vou trabalhar como babá e por isso vou voltar tarde, não precisa vir me buscar —digo, decidida. —Tudo bem pra você, Cameron?

—Como achar melhor, pogue —ele sempre falava aquilo como um insulto. Dessa vez, por alguma razão, isso me fez sorrir. —Oito horas?

—Te vejo as oito, então —sorrio. De longe vejo JJ na porta do castelo vindo em minha direção. —Eu tenho que ir, tenta não bancar o babaca hoje.

—Eu não garanto nada.

Dou uma leve risada e desligo, vendo JJ se aproximar.

—Kit Kat, tá falando com quem? —curioso como sempre.

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