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Rafe Cameron.

Passei trinta minutos sem ver meu celular e isso me rendeu quatro ligações perdidas da Kathryn. Aquilo era novo e até um pouco preocupante, ela quase nunca ligava, inclusive ela sempre reclamava do porquê ainda existirem ligações sendo que SMS é bem mais simples.
Liguei pra ela três vezes, mas ela não atendeu. Ela deve estar com os Pogues. Tudo bem, ela tem que ficar perto dos amigos dela, mas isso não quer dizer que ela tem que ignorar todas as minhas ligações.

—Pogue —começo a gravar um áudio. —O Kelce tá dando uma festa, eu vou dar uma passadinha por lá. Se você quiser vir, me avisa. Se não, eu vou voltar pra casa cedo.

Ao enviar aquela mensagem me pergunto qual era o meu novo nível de idiotice.
Eu estava dando satisfação para uma outra pessoa? Em que ponto da minha vida eu comecei a ter que avisar que estou saindo?
Acho que um dos preços de se apaixonar era ficar agindo igual um completo idiota.

—Rafe. E aí, cara —Topper me cumprimentou quando cheguei.

Ele estava bem animado, já deveria estar bêbado.

—E aí.

—Ah, a sua garota tá lá na varanda com o resto do pessoal —Topper sorriu. —Vai lá.

Franzi minhas sobrancelhas.

—Peraí, quem? —pergunto.

Antes que me respondesse, Topper vê algumas pessoas na piscina o chamando, então vai até elas.

—Topper! —chamo, mas ele já tinha saído. —Porra.

Reclamo comigo mesmo. Odiava ter que lidar com bêbados sem que eu estivesse bêbado junto.
Fui até a varanda. Aquele cantinho mais isolado onde a galera se reunia pra usar cocaína, era de lei em toda festa do Kelce.
Me aproximei e vi aquele pequeno grupo nos sofás. Observei uma garota morena com o nariz próximo a pequena mesa, cheirando uma carreira de pó. Ela ergueu a cabeça e pude ver seu rosto.

—Kathryn?

Ela sorriu pra mim. Não era com sua animação normal, nada nela estava normal.

—Kook, você veio —ela se levantou e enroscou seus braços ao redor do meu pescoço.

Não tive tempo de perguntar nada, ela colou sua boca na minha e me beijou. Kathryn jogava seu corpo sobre o meu, então segurei sua cintura. Não prolonguei aquele beijo mesmo que eu quisesse. Ignorei os gritos animados das pessoas ao nosso redor.

—Kathryn —me separo do beijo. Que porra tava acontecendo com ela? —O que você tá fazendo?

—Beijando o meu namorado na frente de todo mundo —ela deu um sorriso bobo.

—Você tá chapada? —pergunto com pouca paciência.

Kathryn ri de mim.

—Kathryn, eu não tô de brincadeira —seguro o braço dela quando ela quase se desequilibra outra vez. —Você tá chapada?

—Eu estou. Mas e daí? Você não queria que eu usasse coca com você? Vamos agora —ela segura meu rosto em suas mãos. —Eu quero beber, quero cheirar várias carreiras...

Kathryn aproxima seu rosto do meu ouvido.

—Quero sair daqui e transar com você. É isso que eu quero —ela sussurra baixinho.

Senti um arrepio com sua respiração próxima ao meu ouvido e suas unhas em minha nuca novamente. Quis beijar ela e realmente sair daquela merda de lugar, mas não sem saber o que tava acontecendo.
Vi ela se afastar e virar um shot de vodka.

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