Capítulo 10: Dragonstone

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A terra firme já podia ser vista, o navio estava prestes a desembarcar na ilha de Pedra do Dragão, seu destino final. O navio foi atracado na costa rochosa de Pedra do Dragão, onde os botes reais desciam contra as águas salgadas do mar que cercava a ilha. Rhaenyra, junto a Daemon, foram os primeiros a sair da embarcação, seguidos por Joffrey, Viserys, Aegon e as amas dos jovens bebês.

Logo atrás estavam Baela, Rhaena, Alisandre, Lucerys e Jacaerys. Quando o bote real tocou as areias da praia de Pedra do Dragão, um suspiro pôde ser ouvido; Alisandre firmou seus pés na areia úmida da praia, sujando a barra de seu vestido alaranjado de seda, com detalhes de sóis com lanças atravessadas.

Todos seguiram em direção ao castelo rochoso, todos menos uma pessoa: Alisandre. Lucerys, percebendo, olhou para a jovem e esperou que algo fosse dito, mas nada ela lhe disse. Vendo que nada seria dito ou feito, o príncipe estendeu sua mão para a garota, que notou o gesto.

— Vamos, estarei aqui com você se estiver com medo. — olhou para o semblante da garota, que mudou de receoso para carrancudo.

— Não seja idiota. Só para constar, eu não estou com medo. — aceitou a mão do jovem, logo mudando para segurar em seu braço.

— Tudo bem, se quiser mentir para si mesma... — o Velaryon riu ao ver a face da Martell se contorcer em fúria.

O enchendo de tapas, eles seguiram caminhando na areia em direção ao castelo; Luke ria a cada tentativa de Alisa de irritá-lo. Todos os xingamentos baixos da jovem direcionados a ele foram completamente em vão. Eles caminhavam em um passo lento, o que os atrasou; os demais membros da família já haviam cruzado os portões da fortaleza.

Aproximando-se dos portões, Lucerys conseguiu arrancar uma risada irônica de Alisandre. A gargalhada mais genuína que já ouvira, apenas os seus irmãos pequenos tinham uma risada tão boa de se ouvir. Ele a olhou, admirando sua beleza estonteante, aquela beleza dornesa, seus traços, suas linhas faciais, seu sorriso, seus olhos e boca. Lucerys parou imediatamente ao sentir ser barrado por aquela que tomava seus pensamentos segundos atrás.

— O que está fazendo? — perguntou ao sentir a mão da garota o segurando.

— Estou tentando falar com você, mas você deve estar surdo, pois não me responde. — respirou um pouco e logo voltou a falar. — No que tão importante estava pensando para me ignorar?

— Em você. — disse simples e curto.

A Martell nada lhe respondeu, mas seu rosto falava por si próprio: suas maçãs do rosto estavam levemente rosadas e seu rosto quente. Lucerys sorriu ladino ao ver a expressão da garota ao seu lado.

— Olha só, ela ficou com vergonha. — brincou o Velaryon, recebendo um olhar mortal.

— Eu te odeio! — exclamou, soltando o braço do Velaryon e seguindo sozinha na direção dos portões do castelo.

— Eu também. — sorriu e caminhou em passos rápidos até a garota.

Quando finalmente Lucerys alcançou Alisandre, ele se deparou com um emissário conversando com Rhaenyra e Daemon. Lucerys se aproximou, sendo seguido pela jovem.

Luke viu o homem entregar uma carta para sua mãe e, logo em seguida, fazer uma reverência. O homem passou por ele e por Alisandre, fez uma breve reverência e saiu a passos apressados. Lucerys chegou junto a sua mãe, curioso e não conseguiu conter a pergunta sobre quem era o homem.

— Parece que fomos convocados a celebrar o dia do nome da rainha. — sorriu sarcasticamente, dando ênfase ao título real de Alicent.

— Precisamos mesmo? — perguntou Rhaena.

— Pelo que tudo indica, a resposta é sim. — respondeu Daemon.

— Ir à festa daquela... — Jacaerys pensou bem antes de concluir sua frase. — mulher.

— Mas acabamos de chegar, estamos exaustos. — afirmou Baela.

— Na carta diz que teremos trinta dias para comparecer, pois nas semanas seguintes serão os eventos do dia do nome de Alicent.

Lucerys suspirou; Alisandre percebeu que a Rainha Verde não era muito querida pelos Targaryen. Rhaenyra estava cansada dos dias de velejo, então decidiu tomar uma atitude.

— Falaremos deste assunto outra hora, mas por agora devemos entrar e tomar um banho para descansar dos longos dias de viagem em alto-mar.

Daemon concordou com a esposa e estendeu seu braço para que ela pudesse se apoiar nele. Ambos seguiram para dentro do castelo, sendo seguidos por seus filhos. Nos corredores do castelo, eles se dispersaram, ficando apenas Lucerys, Rhaenyra e Alisandre. Rhaenyra conduziu Alisandre para a ala dos aposentos de seus hóspedes; ela se despediu da garota e informou a hora do jantar para a jovem Martell.

Lucerys seguiu sua mãe na caminhada pelos corredores do castelo. Rhaenyra sorria para o filho, que retribuiu de bom grado. Lucerys amava sua mãe, sua adorada mãe, e faria qualquer coisa por ela ou em nome dela. Ele a amava com todas as suas forças.

— Mamãe, você precisa descansar. — soltou o braço da mãe; ambos estavam parados na porta dos aposentos de Rhaenyra e Daemon.

— Eu estou bem, meu filho, não precisa se preocupar. — tentou tranquilizá-lo.

— Não diga isso, mãe. Claro que vou me preocupar com você. — tomou as mãos de sua mãe, acariciando-as.

— Obrigada, meu filho. Lembro como se fosse ontem quando você disse que não era igual a mim. — deu uma pausa, mas logo retomou a fala. — Realmente, você não é igual; você é melhor. Meu doce menino, você é perfeito.

Lucerys sentiu uma lágrima escorrer por seu rosto, mas não era tristeza, era alegria. Depois de três anos, sua mãe ainda se lembrava da conversa que tiveram sobre sua insegurança em ser o próximo Senhor das Marés. Ele nunca a tinha ouvido dizer que ele era perfeito; esta era a primeira vez. Algo dentro dele floresceu nesse momento. Depois de ouvir aquilo de sua mãe, já poderia morrer em paz, pois seria feliz por ouvir de sua própria mãe, a pessoa que mais admirava, que ele era perfeito.

— Obrigado, mamãe. — Luke não conseguiu conter suas lágrimas de alegria.

Rhaenyra limpou cada lágrima dos olhos de seu filho e segurou suas mãos firmemente, depositando em cada uma delas um beijo.

— Você é meu doce menino, meu amado filho, meu menino perfeito. Eu o amo. — Rhaenyra viu o sorriso de seu filho; ela amava ver seus meninos sorrirem. — Agora vá, você também precisa descansar, meu filho.

— Tudo bem, mamãe. Até o jantar. — deixou um beijo na bochecha de sua mãe.

— Até, meu menino. — retribuiu o beijo e se despediu de seu filho, logo em seguida entrando em seus aposentos.

Lucerys sorriu ternamente, voltando a caminhar para seus próprios aposentos. Os próximos dias em Pedra do Dragão seriam agitados, porém não seriam nada comparados com a temporada em Porto Real.

𝗧𝗛𝗘 𝗖𝗥𝗢𝗪𝗡, lucerys velaryon Onde histórias criam vida. Descubra agora