Capítulo 18: A serpente do Sol

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Os dragões voaram acima do navio que estava atracado na costa do porto. Lucerys, juntamente com Alisandre, desembarcaram logo após a âncora ser jogada nas águas rasas da costa, e a escadaria de madeira ser posta para completar a trajetória até a terra firme. Duas carruagens os esperavam, uma apenas para Lucerys e outra para Alisandre, enviadas por Alicent, a rainha consorte do rei Viserys. Segundo vossa graça, não seria adequado o casal de noivos fazerem o trajeto juntos na acomodada remota de madeira. Então, ela disponibilizou duas carruagens reais; uma com estandartes da Casa Martell e outra com o estandarte da Casa Velaryon.

Ainda um pouco relutante, Lucerys acompanhou Alisandre até os degraus da carruagem, segurando seu braço de uma forma suave e olhando em seus olhos negros vivos.

— Espere por mim.

— Só desta vez. — Lucerys soltou o braço da noiva, e ela deu-lhe um sorriso sugestivo antes de entrar na carruagem.

A essa altura, Rhaenyra e os outros já haviam chegado ao Fosso. Arrax seguiu sozinho para lá, acompanhando Vermax, que estava à sua frente. Lucerys viu o cocheiro da carruagem de Alisandre seguir caminho, o que fez o Velaryon entrar na sua própria carruagem, fechando a porta de madeira leve. Logo eles seguiriam atrás de Alisandre.

Aemond caminhava em direção ao pátio, onde ele se juntaria aos seus irmãos para receberem sua irmã mais velha e sua família. Ele caminhou em silêncio ao lado de Helaena, que segurava em seu braço. Eles caminhavam de acordo com os passos de Helaena, o que significava uma caminhada calma, sem pressa.

— Não creio que tivemos que parar nossos afazeres para recebê-los. — O Targaryen mais novo comentou.

— Ela é nossa irmã, e eles são nossos sobrinhos. — A voz de Helaena era doce.

— Não havia necessidade de tamanha formalidade.

— Você não comentou nada quando foi a vez de Daeron.

— É diferente, minha irmã.

— Diferente de que modo?

— Ora... — Aemond suspira e toma controle de seus nervos novamente. — Esqueça isso, Hela, agora vamos, sim?

— Tudo bem, Aemond. — Helaena sorriu para o irmão, que em resposta fez um carinho em seu braço, por cima das mangas do vestido verde água.

Era nítido que, desde a sua infância, a princesa Helaena nunca gostou que a tocassem. Nem mesmo sua mãe, mas ela permitia que Aemond mantivesse certos contatos físicos consigo, como toques em suas mãos, carinhos em seus braços, abraços e apertos em suas mãos. Helaena sempre fora diferente de seus irmãos. Existem aqueles que cochicham a respeito da princesa ser anormal, por conta da sua forma de agir. Mas Aemond sempre tratou de defender sua irmã e protegê-la das más línguas do castelo. Existem rumores de que, quando completou seus dezesseis anos, Aemond cortou fora a língua de um servo que ousou chamar Helaena de "a louca sonhadora".

Aemond poderia ser alguém ruim, para muitos ele era intolerante e egoísta. Mas para Helaena, ele era seu irmão querido, que sempre tentou a compreender, aquele que a escutou em seus momentos de angústia e agitação. Ela sabia que sempre poderia contar com Aemond para tudo, pois ele era como seu porto seguro. Ele sempre a protegeu, muitas vezes do próprio marido, seu irmão Aegon.

Helaena seria grata a seu irmão por tudo que ele já fez e continua fazendo por ela. Ele pode não saber, mas Helaena já sabe de tudo que ele fez por suas costas, como o castigo que Aemond aplicou àqueles que ousaram falar mal de Helaena.

Aemond apertou levemente o braço de Helaena, tirando-a de seus pensamentos recentes. A princesa olhou ao seu redor e viu que eles já haviam chegado na entrada dos portões, onde Daeron, Aegon e Alicent esperavam por Rhaenyra e seus filhos.

𝗧𝗛𝗘 𝗖𝗥𝗢𝗪𝗡, lucerys velaryon Onde histórias criam vida. Descubra agora