Daemon recebeu as cartas pela manhã, entregues por um mensageiro apressado. Seu filho, Jacaerys, havia-lhe informado da situação urgente que se desenrolava em Pedra do Dragão. O coração de Daemon se apertou ao ler as palavras de Jacaerys. Ele sabia que era seu dever retornar imediatamente, deixando para trás o restante das negociações com Qoren. Afinal, ele precisava estar ao lado de sua esposa em um momento como aquele.
Decidido, Daemon reuniu suas coisas e dirigiu-se aos aposentos onde Alisandre, a noiva de seu filho Lucerys, descansava. Ela ainda se recuperava do mal-estar que a havia atingido na noite passada, uma febre. Apesar da febre, Alisandre estava bem fisicamente, o que indicava que seu bebê também estava, o tão esperado neto de Rhaenyra e Daemon. Sentindo um misto de alegria e apreensão, Daemon sabia que tinha uma responsabilidade enorme ao revelar a verdade a Lucerys sobre os acontecimentos em Pedra do Dragão.
Ao entrar no aposento, Daemon encontrou Alisandre e Qoren, o pai dela, ao lado da cama. O calor e a ternura da cena acolheram-no, mas a notícia que ele trazia traria mudanças abruptas para todos ali presentes. Caminhou até Alisandre, seus olhos se encontraram, e Daemon acariciou delicadamente a barriga dela.
— Cuide bem do meu neto — ele disse com voz carregada de emoção. Sabia que Alisandre era uma mulher forte e capaz, mas também sabia que enfrentaria tempos difíceis na ausência de Lucerys.
Após a despedida emocionada de Alisandre e Lucerys, Daemon e Lucerys se encontraram nos estábulos. Cada um montou em seu próprio dragão, Arrax e Caraxes respectivamente, prontos para alçar voo de volta à Pedra do Dragão. Os enormes animais alados esperavam ansiosos, sentindo a tensão e a urgência no ar.
Lucerys se despediu de Alisandre, beijando-a com ternura, e agradeceu a Qoren por tudo o que ele havia feito. Os olhos dos dois homens se encontraram, cheios de compreensão e determinação. Era hora de enfrentar os desafios que os esperavam em Pedra do Dragão.
Com um aceno final, os dragões ergueram voo, levando Daemon e Lucerys de volta para o coração do seu poder. O destino incerto aguardava por eles, mas juntos enfrentariam tudo o que fosse necessário para proteger sua família e seu legado.
— Eu te amo — Lucerys disse em um sussurro, olhando para Lançassolar enquanto se distanciava.
Aquela era a primeira vez que Luke dizia essas palavras pensando em sua noiva dornesa de sangue quente. A princesa mais bela e cheia de personalidade, ele havia se apaixonado por ela sem perceber. E quando notou, já era tarde, pois agora ela carregava em seu ventre o próximo herdeiro de Derivamarca.
Rhaenyra estava sentada à cabeceira da grande mesa de carvalho, rodeada por seu conselho de confiança. A sala estava preenchida com aura de tensão e expectativa, pois todos buscavam uma solução para garantir aliados nessas terras distantes. A Rainha dos Sete Reinos estava determinada a consolidar seu poder e unificar o reino sob seu governo.
Jacaerys e Joffrey, seus filhos mais velhos presentes, participavam abertamente das discussões, sabendo que suas palavras carregavam peso e influência. Joffrey, em particular, levantou-se e chamou a atenção de todos com uma voz firme.
— Nós devemos ir pessoalmente, majestade — Joffrey afirmou com confiança, olhando diretamente para a mãe. — Dragões serão muito mais eficazes do que corvos para lembrar aqueles que juraram lealdade a você do seu poder. Seu fogo refrescará a memória daqueles que possam estar hesitantes.
Rhaenyra contemplou as palavras de seu filho mais novo, ponderando sobre a abordagem sugerida. Ela desviou o olhar para Rhaena, sua filha mais velha, que parecia apreensiva, olhando para Joffrey em busca de alguma indicação.
Os membros do conselho aguardaram em silêncio, esperando a resposta de sua rainha. Rhaenyra era conhecida por sua sagacidade e determinação, mas também por seu carinho pelos filhos. Após alguns momentos de reflexão, ela finalmente falou, com uma voz que demonstrava sua decisão.
— Joffrey, você tem um ponto válido — ela disse, fixando seu olhar nos olhos dele. — A presença de dragões pode ser um poderoso lembrete para aqueles que esqueceram seu juramento. O fogo dos dragões pode avivar a lealdade e o respeito que merecemos.
Rhaena soltou um suspiro estrangulado ao ouvir a decisão de sua mãe. Ela sabia que o conselho confiava em Joffrey e nas habilidades de Jacaerys como guerreiro e na força dos dragões da Casa Targaryen. Agora, eles teriam um plano concreto para relembrar a fidelidade do Vale de Arryn, Ponta Tempestade e Winterfell.
O conselho prosseguiu a discussão, debatendo os detalhes da campanha e traçando estratégias para garantir uma recepção favorável em cada uma dessas regiões. A Rainha Rhaenyra estava determinada a utilizar todos os recursos à sua disposição para fortalecer sua posição como governante e assegurar a lealdade daqueles que a apoiavam.
Rhaenyra, com um semblante cansado e tenso, mantinha-se de pé, no topo das ameias de Pedra do Dragão. Suas enteadas, Baela e Rhaena, posicionaram-se ao seu lado, exibindo um misto de preocupação e determinação em seus olhares juvenis. A longa discussão que haviam enfrentado havia deixado marcas em seus semblantes, mas agora elas estavam unidas, prontas para enfrentar qualquer desafio.
Vestido com suas roupas de montaria, Joffrey refletia as cores da casa de sua mãe. Sua capa ondulava majestosamente em preto e vermelho, o símbolo da casa Targaryen. No entanto, um detalhe em seu traje chamava a atenção: o broche que segurava sua capa era uma representação detalhada de um cavalo-marinho, o brasão da casa Velaryon, a linhagem de seu falecido pai. Era um sinal de que Joffrey honrava tanto sua mãe quanto o legado da casa de seu pai.
Jacaerys, o irmão mais velho de Joffrey, vestia o mesmo preto e vermelho, mas suas vestes eram mais elaboradas. Fios de ouro bordavam sua capa por dentro, refletindo a riqueza e o poder de sua família. Um broche com o símbolo icônico da Casa Targaryen, um dragão de três cabeças, segurava sua capa ao seu corpo com orgulho e determinação. Jacaerys era o exemplo da nobreza e da herança que carregava em seu sangue.
— Vocês estão partindo em uma viagem de negociações, mas estão indo como mensageiros e não como guerreiros. Evitem qualquer discussão que possa pôr suas vidas em perigo. Se eles já tiverem escolhido o lado errado, ajam como mensageiros e voltem imediatamente para casa e não discutam — Rhaenyra falava, sua preocupação era evidente.
— Jacaerys e Joffrey, perante a rainha dos Sete Reinos, vocês devem realizar o juramento de que não vão agir como guerreiros, mas sim como mensageiros — Baela ditava as palavras enquanto segurava o livro da estrela de sete pontas.
— Esta é a fé deles, estamos buscando nos aliar com eles, então devemos jurar perante sua fé. — Rhaena disse.
— Ponha sua mão sobre o livro, e jure que irá para essa missão como um mensageiro e que não irá fazer nada que ponha sua vida em risco. Jure pelos Sete, jure perante sua rainha. — Rhaenyra disse, enquanto observava seu filho Joffrey pondo sua mão sobre o livro.
— Eu juro, mãe. — Rhaenyra tossiu. — Eu juro, Majestade.
Agora é a vez de Jacaerys fazer o Juramento. Ele põe sua mão sobre a estrela de sete pontas e olha nos olhos de sua mãe, então ele jura.
— Eu juro, Majestade.
Após os juramentos, Rhaenyra olha para seus filhos com um sorriso caloroso, porém preocupado. Ela beija a testa de Jacaerys e as bochechas de Joffrey.
— Por favor, voltem em segurança.
Jacaerys e Joffrey concordam, balançando levemente a cabeça. Jacaerys abraça a mãe e se despede de Baela com um beijo casto na bochecha. Joffrey olha para Rhaena, que ainda mantinha seus olhos apreensivos. Ele a abraça fortemente e deixa dois beijos na bochecha da platinada.
— Eu voltarei logo. Ponta Tempestade não é tão longe.
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𝗧𝗛𝗘 𝗖𝗥𝗢𝗪𝗡, lucerys velaryon
FanfictionA aliança entre duas grandes casas é construída por uma união conjugal. Uma aliança feita em prol dos interesses políticos. A casa Targaryen de Westeros: Os grandiosos senhores de dragões, que carregam consigo o legado e o sangue da velha valiria. A...