Daniela apressou seus passos na direção dos quartos pagos, enquanto tinha seu fiel empregado em seu encalço.
— Senhora, se me permite dizer... está prestes a amanhecer.
— Eu sei disso, Danis. É por essa razão que estou quase correndo. — Parou na frente da porta onde Alisandre e Lucerys se encontravam.
Danis, o primeiro empregado de Daniela, é seu sócio e apoiador. Ele é responsável pelas questões financeiras do bordel e da taverna, sempre cuidando dos lucros e mantendo sua empregadora informada sobre tudo que acontece nos estabelecimentos.
Daniela bateu apenas uma vez na porta antes de adentrar com tudo no cômodo.
Ao entrar, ela se deparou com a cena: Lucerys abraçando a cintura de Alisandre, enquanto ela dormia com a cabeça apoiada no braço dele, com as pernas por cima das do jovem príncipe.
Danis entrou no quarto em seguida, parou ao lado de Daniela e esperou por uma reação da mulher. Então, ela foi até Alisandre e a sacudiu com força, o que fez a garota acordar imediatamente. Em um pulo, ela levantou, derrubando Lucerys da cama e acordando-o instantaneamente.
— Ai. — Lucerys passou suas mãos na cabeça, acariciando o local onde bateu contra o chão.
— Desculpem atrapalhar os pombinhos, mas vocês têm que ir agora. — Daniela fez um sinal para Danis, que jogou dois capuzes para Lucerys e Alisandre. — Está quase amanhecendo, vocês devem ir.
Lucerys e Alisandre vestiram os capuzes. Alisandre se despediu de Daniela rapidamente e saiu às pressas do bordel junto de Lucerys.
Os primeiros raios de sol estavam prestes a surgir. Alisa resolveu entrar pela parte menos movimentada do Palácio; Luke a acompanhou sempre em seu encalço. A garota passou pelos corredores em direção aos aposentos, ela acompanhou o príncipe Velaryon até a porta de seus aposentos.
— Está entregue. Agora vá se lavar e trocar suas roupas. — Virou-se para ir embora, porém foi segurada pelo pulso.
— Eu queria agradecer por ontem, foi muito divertido. — Ele deu-lhe um sorriso miúdo e viu o rosto da Martell ficar mais avermelhado.
— Por nada, mas se você comentar com seu irmão sobre ontem, eu juro que quebro sua cara. — Puxou seu pulso para si e deu as costas ao Velaryon.
Um pequeno sorriso se formou nos lábios da dornesa. Espantando seus pensamentos, a garota seguiu seu caminho para seus próprios aposentos.
[...]
O desjejum foi servido um pouco mais tarde, o que deu a Lucerys e Alisandre uma desculpa perfeita para se atrasarem. O silêncio fazia-se presente na mesa, poucas palavras foram trocadas após os alimentos serem colocados à mesa.
Rhaenyra observava a postura relaxada e sonolenta de Luke; o que chamou sua atenção, pois ele estava distante enquanto engolia o alimento. Daemon também reparava nos mínimos detalhes no comportamento de Lucerys e em seus gestos simples. Foi então que leves arranhões no pescoço do príncipe Velaryon não passaram despercebidos pelos olhos ágeis de Daemon.
O príncipe rebelde conteve seu sorriso e encarou a esposa, que se sentava ao seu lado com um semblante preocupado por conta do comportamento do filho à mesa.
Os minutos seguintes foram aliviados por Baela e Rhaena, que introduziram um diálogo em meio àquele silêncio perturbador.
— E foi assim a primeira experiência de Baela aprendendo a nadar — Rhaena falava em um tom risonho enquanto olhava para a irmã.
— Eu me saí muito bem para uma pessoa que nunca havia nadado antes! — Exclamou a outra.
A conversa tirou várias risadas dos presentes, deixando um clima mais leve e bem-humorado.
Após o desjejum, Alisandre conversou com seu pai a sós na Torre do Sol, enquanto Daemon arrastava Lucerys para os aposentos de Rhaenyra.
Chegando no cômodo, Rhaenyra o esperava com uma feição de preocupação estampada em seu rosto, o que chamou a atenção de Lucerys. Ele rapidamente correu até a mãe e segurou firme em seus braços, entupindo-a de perguntas a respeito de sua saúde.
Rhaenyra acalmou o filho e o convidou para sentar-se na cama, convite que foi aceito de bom grado.
— Luke, você sabe que não precisa esconder nada de mim, não sabe? — Perguntou acariciando as bochechas do filho.
Ele confirmou balançando a cabeça positivamente. O jovem príncipe ficou à espera de mais alguma palavra de sua mãe ou de seu padrasto, mas tudo que recebeu foi silêncio, o que indicava que estava na hora dele se pronunciar.
— Bom, eu não estou escondendo nada. — Disse simplista, olhando para as cobertas da cama.
— Então, o que significam esses arranhões no seu pescoço, Lucerys? — Daemon apontou.
O Velaryon arregalou os olhos, o que não passou despercebido por Daemon e Rhaenyra.
— Por favor, meu filho, não minta para mim.
Luke se sentiu culpado por mentir para a mãe, então levou alguns segundos até que contasse o que ocorreu na noite passada com ele e Alisandre no bordel de Daniela.
Rhaenyra tinha um semblante de espanto no rosto, nunca havia imaginado que seu doce menino poderia frequentar lugares como aquele ou muito menos fazer esse tipo de coisa. Enquanto Rhaenyra se recuperava da notícia, na mente de Daemon passavam cenas de quando era mais jovem e da forma como levou Rhaenyra até uma casa de prazer. Um pequeno sorriso se formou nos lábios do prateado mais velho ao se lembrar de uma memória tão profunda quanto aquela.
— Lucerys, o que vocês fizeram foi errado. Isso não deve se repetir, estamos entendidos? — Lançou-lhe um olhar firme.
— Sim, senhora mãe. — Engoliu a seco, se levantando da cama de sua mãe.
— Tudo bem, agora vá — Deixou um beijo na testa do filho, para em seguida vê-lo saindo de seus aposentos, deixando-a a sós com Daemon.
— Eles me lembram a nós quando éramos mais jovens — comentou, se aproximando da esposa.
— Não, nós éramos mais rebeldes, e Lucerys tem mais responsabilidade do que você já teve quando jovem. — Disse, alfinetando o marido.
— Esposa!
— Marido!
Passaram-se dois longos segundos até que os dois começassem a rir de suas próprias palavras e da forma como foram ditas.
— Não se preocupe, meu amor, eles com toda certeza são mais responsáveis do que já fomos quando jovens. — Envolveu suas mãos com as da esposa.
— Irei dar esse voto de confiança, não quero mais motivos para falarem dos meus filhos.
Daemon sabia que quase todos já haviam se convencido da legitimidade dos filhos de Rhaenyra, e que Laenor Velaryon era pai dos meninos, isso não restava dúvidas. Mas mesmo assim, os extremistas religiosos insistiam em julgar os irmãos Velaryon.
Daemon havia cuidado do problema, mas o mal ainda precisava ser cortado pela raiz de uma vez por todas.
Os fanáticos religiosos negavam os genes Baratheon dos filhos de Rhaenyra, baseando-se apenas em boatos e especulações sobre eles serem filhos de Harwin Strong. O que claramente era uma mentira descabida, pois todos os seus três filhos mais velhos eram filhos legítimos de Laenor.
E quando Lucerys surpreendeu a todos com seus cabelos prateados, o garoto foi acusado pelos mesmos fanáticos de bruxaria e magia de sangue. Outra mentira totalmente ignorante e sem fundamentos. Quando voltassem para Westeros, Daemon teria um breve trabalho: se livrar de todos esses fanáticos que atentavam contra a honra e a moral de Rhaenyra e seus filhos.
Daemon cuidará disso, afinal, ele sempre cuida dos interesses de sua família.
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𝗧𝗛𝗘 𝗖𝗥𝗢𝗪𝗡, lucerys velaryon
FanficA aliança entre duas grandes casas é construída por uma união conjugal. Uma aliança feita em prol dos interesses políticos. A casa Targaryen de Westeros: Os grandiosos senhores de dragões, que carregam consigo o legado e o sangue da velha valiria. A...