Capítulo 13: Princesas

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Baela estava sentada em uma cadeira acolchoada, enquanto bordava o símbolo da casa Velaryon no tecido branco. O silêncio fazia-se presente no ambiente, pois Rhaena havia saído com Rhaenyra para levar os pequenos Viserys e Aegon para fora do castelo.

A platinada bordava com gosto o brasão da casa de sua mãe. Não era de seu hábito segurar agulhas, mas sempre que tinha um tempo, a jovem fazia bordados. Baela parou ao ouvir o som da porta se abrindo. Ela olhou na direção do som e viu Alisandre entrando, segurando uma bandeja com alguns alimentos.

A Targaryen deixou o bordado de lado, levantou-se, foi em direção a Alisandre e ajudou-a com a bandeja.

— Não está tão pesado assim.

— Eu sei, mas quero te ajudar. — Baela deixou a bandeja sobre a mesa.

— Um passarinho me contou que você não comeu muito no desjejum, então queria trazer-lhe um agrado.

— Esse passarinho tem cachinhos e anda atrás de meu pai constantemente?

— Não posso lhe informar sobre meu passarinho azul.

As duas se olharam, rindo. Joffrey é um belo passarinho, consegue informações muito rápido. Baela convidou Alisandre para sentar-se ao seu lado. As duas se sentaram e logo uma conversa se iniciou entre as princesas.

— Belo trabalho. — elogiou Alisandre, referindo-se ao bordado de Baela.

— Obrigada, mas ainda não está tão perfeito quanto eu almejo.

— Mas está no caminho, garanto que logo ficará incrível. Há quanto tempo você os faz?

— Não faz muito tempo, mas posso contar que já se passaram dois anos.

— Pra mim é bastante tempo, se me permite dizer.

Um silêncio agradável se instalou após a fala de Alisandre. Baela caminhou até a mesa e provou algumas das guloseimas que a princesa Martell trouxe para ela. Após comer algumas balas de goma, Baela resolveu se pronunciar.

— Posso te contar algo?

— Claro que pode. — respondeu Alisandre.

— Isso é uma surpresa, ninguém sabe ainda, então não conte a Lucerys. — Baela pegou uma goma e entregou a Alisandre. — Rhaenyra está grávida.

Alisandre, em um impulso, abraçou Baela. As duas deram pulinhos, e a platinada soltou pequenos risos enquanto a loira a apertava. As duas se separaram e Alisandre segurou as mãos de Baela.

— Você terá um novo irmãozinho ou irmãzinha.

— Sim! Rhaenyra tem certeza de que desta vez será uma menina. — disse Baela, contente.

As duas sorriram. Passos puderam ser ouvidos pelas duas garotas. Rhaena apareceu na porta, acabando de voltar de seu passeio com seus irmãozinhos e Rhaenyra. Rhaena entrou no quarto e foi na direção da irmã, deixando um beijo em sua bochecha. Logo em seguida, foi para o lado de Alisandre e entrelaçou seu braço no da loira.

— Papai quer nos ver. Ele disse que está na hora do nosso treino de esgrima. — Rhaena falou, olhando para a irmã.

— Tudo bem. Alisa irá conosco? — Baela foi para o lado da irmã e entrelaçou seu braço no de sua gêmea.

— Claro, irei adorar assistir ao treino de vocês.

As três princesas saíram do quarto de Baela em direção ao corredor, trocando pequenas risadas e cochichos.

— Jacaerys visita meus aposentos uma vez na semana, mas, pelos deuses, não contem para ninguém! Papai e Rhaenyra não precisam saber disso.

— Não se preocupe, Baela. Minha boca é uma cova fechada. — Rhaena gesticulou com as mãos.

— Eu não irei contar nada, até porque também tenho meus segredinhos. — piscou para as gêmeas.

— Que tipo de segredos? — Rhaena arqueou as sobrancelhas.

— Isso também é segredo.

As três garotas riram. A caminhada das três ficou mais agradável. Desde o dia em que Alisandre levou as gêmeas e os irmãos Velaryon para os Jardins de Água, uma amizade entre elas foi instituída. Elas ficaram mais próximas, principalmente Rhaena e Alisandre. As duas garotas se davam muito bem, além de compartilharem gostos em comum.

Alisandre ensinou algumas coisas para Rhaena enquanto estavam nos Jardins de Água. Em um curto período de tempo, Alisa descobriu que Rhaena nutria sentimentos por Lucerys, mas em momento algum foi rude com a prateada. Muito pelo contrário, continuou a tratá-la bem. Rhaena também não demonstrou nenhuma aversão em relação a Alisandre.

Mas já faz cinco luas que Rhaena se sente estranha em relação a Alisandre. Ela não sabe explicar seus sentimentos, mas toda vez que está com Alisandre, sua pele formiga, seus pelos se arrepiam e um grande frio invade seu estômago, como se estivesse sendo colocada de cabeça para baixo.

E Rhaena pode até relatar que se sente incomodada quando outros que não sejam ela e Lucerys se aproximam de Alisandre. Rhaena talvez já saiba o que está sentindo, mas está apenas se negando a aceitar o que quer que seja. Mas a prateada estava decidida, ela falaria com Alisandre assim que escurecesse, antes do jantar.

[...]

— Muito bem, minhas filhas. — Daemon parabenizou as filhas. — Agora vamos ver se Lucerys e Jacaerys conseguem ser tão bons quanto vocês.

As duas jovens saíram do campo de treino e foram para o lado de Alisandre.

— Querem fazer uma aposta? — Baela perguntou para Rhaena e Alisa.

— Já tenho meu palpite, e sim, irei apostar em Lucerys. — Alisandre falou sem esperar Baela dizer do que se tratava a aposta.

— E minha irmã irá apostar em Jacaerys, mas eu estou com a Alisa. — Rhaena encostou a cabeça no ombro da loira.

— Como pode ter certeza de que ele irá ganhar?

— É simples. — Alisa sorriu, olhando para Lucerys, que se preparava. — Eu treinei com ele e ensinei alguns truques.

— Lutem! — A voz de Daemon foi ouvida, e as jovens voltaram sua atenção para o treino dos príncipes.

𝗧𝗛𝗘 𝗖𝗥𝗢𝗪𝗡, lucerys velaryon Onde histórias criam vida. Descubra agora