Capítulo 26: Visenya Targaryen

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Jacerys andava apressadamente em direção aos aposentos. Ele havia sido notificado de que sua mãe entrara em trabalho de parto há pouco tempo. O príncipe de Pedra do Dragão entra no quarto dando de cara com as aias nervosas clamando para Rhaenyra deixá-las ajudar, enquanto Baela estava tentando acalmar a mais velha. Rhaena tinha uma expressão angustiada em seu rosto; ela já havia presenciado aquela mesma cena pavorosa antes.

— Mãe! — Jace chama, trazendo a atenção da mulher prateada para si.

— Jace. O bebê está vindo, não tenho muito tempo. Seu avô, o rei, está morto. Aegon usurpou o trono. — Rhaenyra se segurou na pilastra para não desabar ao chão. Baela a ajudou rapidamente, mas Rhaenyra estava tão aflita que recusava qualquer contato.

— Mandarei corvos para Dorne imediatamente. — Jacaerys se virou para sair, pois não havia muito o que fazer; sua noiva e sua prima já estavam ali para ajudar a sua mãe.

— Jace. — Rhaenyra chamou, mas não foi ouvida. — Jacaerys! — O garoto se virou para a mãe e a encarou.

— Se algo acontecer, você é o herdeiro do trono. Você será o próximo rei, mas não faça nada até que eu o mande, apenas envie um corvo para Dorne. Eu preciso de Daemon e Lucerys.

Jacaerys balançou a cabeça positivamente. A angústia era evidente, mas ele não queria preocupar sua mãe ainda mais, então optou por esconder suas preocupações. Rhaenyra se contorcia de dor a cada contração. Então, Rhaena, não aguentando ver sua mãe naquele estado, resolveu tomar as rédeas da situação.

— Tragam água morna e tecidos molhados, brancos. Vão! — Rhaena ordenou às aias.

A Targaryen se aproximou de Rhaenyra e segurou a mulher, deixando-a apoiar-se em seus braços. Baela observou a cena e logo ajudou a irmã a levar Rhaenyra para a cama, mesmo contra a vontade da herdeira.

— Mãe, tudo ficará bem, apenas confie em mim. — Rhaena falou firme, tentando transmitir segurança e tranquilidade para Rhaenyra.

As aias chegaram com os tecidos brancos limpos e a água morna. Baela rapidamente as ajudou a molhar os tecidos na água morna. Rhaena arregaçou as mangas de seu vestido vermelho e, com cuidado, pegou alguns tecidos já molhados, colocando-os na testa suada de Rhaenyra. O cansaço da prateada era evidente; ela estava perdendo sangue e nada da sua criança nascer.

Baela enxugou o suor da mãe e segurou firme sua mão, sentindo a pressão do aperto de Rhaenyra, o que demonstrava o esforço que ela estava fazendo. Rhaena pediu a ajuda de uma das aias, que se posicionou entre as pernas de Rhaenyra.

— Majestade, a criança não quer nascer, ela está presa. — Proclamou a mulher, preocupada.

Rhaena puxou a aia, afastando-a de perto de sua mãe. Rhaenyra estava agonizando de dor e sofrimento; ela continuava a perder sangue, algo deveria ser feito depressa. Rhaena rasgou a camisola branca de Rhaenyra; a jovem posicionou bem as pernas da mãe. Baela arrumou a postura de Rhaenyra, deixando-a levemente sentada.

Rhaena ficou entre as pernas de sua mãe; com cuidado, ela levou suas mãos para dentro de Rhaenyra. A mulher gritava sem poupar sua voz; as dores da contração estavam deixando-a cansada.

— Empurre, mãe, empurre. — Baela falou, sentindo sua mão ser esmagada pela de Rhaenyra.

— Está vindo, mãe, continue! — Rhaena falou, puxando a criança com suas próprias mãos de dentro da prateada.

Rhaena retirou a criança com cuidado. O choro do bebê foi estridente e alto. Rhaena estava feliz. Com o bebê em seus braços, ainda sujo de sangue, Baela soltou a mão de Rhaenyra e caminhou até Rhaena; ela deu uma olhada na criança e sorriu, em seguida, cortou o cordão umbilical do bebê.

Rhaena levou a criança até Rhaenyra, que a segurou em seus braços com extrema felicidade e alegria.

— É uma menina. Minha Visenya. — Ela sorriu.

Em meio a traições, mortes e usurpações, algo bom floresceu. O parto de Visenya foi doloroso e agonizante; se não fosse por Baela e Rhaena, a criança poderia estar morta, ou até mesmo Rhaenyra poderia estar morta.

— Um lindo nome, mãe. — Baela disse.

Sentindo-se fraca, Rhaenyra entregou a pequena Visenya para Baela, que a limparia logo. A visão de Rhaenyra foi ficando turva até escurecer completamente. Então, ela apagou. Rhaena, preocupada, moveu-se para o lado da mãe.

— Chamem um meistre, chamem um maldito meistre! — A garota disse em voz alta.

Baela segurava a pequena Visenya em seus braços. Com um rosto preocupado, olhava diretamente para Rhaenyra desacordada, lançando um olhar a Rhaena, o mesmo olhar de anos atrás.

— Ela ficará bem, ela irá sobreviver. — Rhaena falou, firme e dura.

— Eu sei que irá, irmã. Rhaenyra Targaryen é uma mulher forte, ela nunca se deixaria ser vencida.

Rhaena acariciou os cabelos prateados de Rhaenyra, enquanto Baela acariciava o rosto pequeno e fofo da bebê Visenya. Joffrey Velaryon, o terceiro filho mais velho de Rhaenyra Targaryen, adentrou silenciosamente nos aposentos da mãe, acompanhado de um meistre de confiança. Os raios de sol dourados atravessavam as janelas, espalhando uma suave luminosidade pelo ambiente. Rhaenyra estava deitada na cama, ainda desacordada após o parto, enquanto a pequena e saudável Visenya descansava nos braços de sua meia-irmã Baela.

Com passos cuidadosos, Joffrey se aproximou do leito da mãe. Seu coração estava cheio de preocupação e afeto. Ele abaixou-se e, com gentileza, beijou a testa de Rhaenyra, em busca de um conforto silencioso. Em seguida, afastou-se para permitir que o meistre examinasse a saúde de sua mãe.

Enquanto o meistre cuidava de Rhaenyra, Joffrey dirigiu-se a Rhaena, sua noiva. Ele procurava apoio naquele momento de incerteza e oferecia uma mão amparadora à garota de pele escura e tranças platinadas. Os dois se aproximaram de Baela, que carregava com todo cuidado a pequena Visenya.

Joffrey estendeu a outra mão e, com ternura, acariciou o rosto de sua irmã recém-nascida. Os olhos violetas da bebê fitavam o mundo com curiosidade inocente. Rhaena, ao seu lado, compartilhava do mesmo fascínio e encanto pela pequena Visenya.

Ali, naquele momento íntimo, cercados por laços familiares, Joffrey e Rhaena entrelaçaram seus dedos, buscando conforto e força um no outro. Sabiam que o futuro à frente seria desafiador, mas também estavam cientes de que a união entre eles e o amor que compartilhavam durante os momentos em que se permitiram conhecer e aprender poderiam sustentá-los nas adversidades.

Enquanto Joffrey e Rhaena se mantinham próximos, Baela segurou a mão do primo com delicadeza. Os três ali, unidos pelo sangue, pelo amor, lealdade e devoção.

No quarto silencioso, uma sensação de esperança permeava o ar quando Rhaenyra despertou.

𝗧𝗛𝗘 𝗖𝗥𝗢𝗪𝗡, lucerys velaryon Onde histórias criam vida. Descubra agora