Alisandre ouvia as palavras do pai enquanto terminava de calçar seus sapatos.
— Vamos, você não pode se atrasar para receber seus convidados — disse, esperando a filha em frente à porta dos aposentos da jovem.A garota terminou de calçar os sapatos e se dirigiu até a porta, onde seu pai estava à sua espera. Entrelaçou seu braço no dele e caminhou pelos corredores de Lançassolar.
— Estamos quase atrasados, deveria apressar seus passos, minha filha — indagou o mais velho.
— Não se preocupe, pai, provavelmente chegaremos antes deles — pontuou a jovem.
O Príncipe Qoren e sua filha apressaram os passos e foram até o ponto de desembarque da família real Targaryen. Ao chegarem ao local, viram que o bote real ainda não havia chegado ao porto para atracar.
— Eu lhe disse, meu pai — Alisandre deu um sorriso maroto e olhou para o navio.
Qoren balançou negativamente a cabeça e olhou para a embarcação com as velas das casas Velaryon e Targaryen. Alisandre fez o mesmo que o pai e ficou apenas observando, até que viu os quatro botes reais se aproximando da costa.
— Seja gentil com seu noivo, meu sol — falou para a filha, que se mantinha quieta.
Os primeiros a chegar em terra firme foram a princesa Rhaenyra, acompanhada de seu marido, o príncipe Daemon. Os dois se aproximaram de Qoren e Alisandre para cumprimentá-los.
— Príncipe Qoren — Rhaenyra fez uma breve reverência com a cabeça. — Princesa Alisandre, é um prazer conhecê-la.
Daemon fez o mesmo que a esposa e cumprimentou o homem e sua filha. Em seguida, os quatro olharam para trás, vendo Baela e Rhaena, seguidas das amas com os pequenos Viserys e Aegon nos braços. Por último, o quarto bote chegou com os príncipes.
Jacaerys desceu ajudando o irmão mais novo, Joffrey. Ambos pararam em frente, esperando Lucerys sair.
O jovem príncipe, puxando todas as suas forças e coragem, desceu e acompanhou os irmãos até onde estavam Rhaenyra e Daemon. Chegando lá, foram recebidos pelo príncipe e sua filha, a noiva de Lucerys. A princesa era uma jovem linda; ele nunca imaginou que ela seria tão bela quanto estava vendo agora. Jacaerys beliscou o irmão para que ele saísse do transe em que estava e cumprimentasse o príncipe e sua filha.
— Príncipe Qoren, é um prazer conhecê-lo — reverenciou. — Princesa Alisandre, é um prazer conhecê-la — repetiu o ato.
Jacaerys escondeu o risinho que quis soltar por conta da postura do irmão à frente da noiva.
— O prazer é todo meu, príncipe Lucerys — disse Alisandre, com seus olhos negros fitando os violetas de Lucerys.
O príncipe Velaryon sentiu-se nervoso com o olhar da garota sobre si, afastou-se da jovem noiva e ficou ao lado do irmão. Alisandre sorriu satisfeita; era aquela reação que ela desejava.
A família foi guiada para dentro da Fortaleza.
Qoren conversava com Daemon e Rhaenyra, enquanto Jacaerys e Baela admiravam a vista. Rhaena brincava com Joffrey próximo dos aposentos reservados à família Targaryen.
Lucerys e Alisandre caminhavam nos arredores da Fortaleza em silêncio, até que Lucerys resolveu quebrá-lo.
— Então, do que você gosta de fazer?
— Gosto de passear, treinar e estudar — respondeu simples.
— Eu também gosto de passear. Nos fins de tarde, eu sempre voo com Arrax sobre a vila perto de Dragonstone. A sensação é libertadora; eu adoro nossos passeios.
Alisandre mordeu levemente os lábios.
— Quando falei de passeios, referi-me a caminhar, não a voar em dragão — disse risonha.
Lucerys sentiu um fervor em seu rosto, virou o rosto para o lado e desviou a atenção sobre si, fazendo um comentário sobre o clima. Os dois estavam se dando muito bem; quem os visse diria que se conheciam há anos.
Jacaerys e Baela observavam de longe os dois jovens conversando e trocando alguns sorrisos.
— Eu lhe disse que eles se dariam bem. Ganhei essa aposta — Baela entregou um pequeno saco com moedas para Jacaerys.
— Meu querido, faremos uma nova aposta — propôs a Targaryen. — Se Alisandre e Lucerys continuarem se dando bem por sete dias, eu pago o triplo da aposta. Agora, se as coisas mudarem, você é quem irá me pagar.
— Tudo bem, eu aceito os termos — disse Jacaerys, e Baela fechou o acordo.
Jacaerys estendeu a mão para que Baela pudesse apertá-la. A de cabelos prateados segurou a mão do noivo e apertou. Então, Jacaerys a puxou e roubou um beijo de Baela. A garota olhou em repreensão para Jacaerys. Joff e Rhaena, que andavam pelos corredores, observaram a cena.
— Jace, eu vou contar para a mamãe e para o papai — disse Joff, atraindo a atenção de Jacaerys e Baela.
Joffrey cresceu com Daemon como figura paternal, então virou algo normal chamá-lo de pai, e o príncipe rebelde nunca reclamou. Muito pelo contrário, ele considera todos os jovens Velaryon como seus amados e teimosos filhos; ele os amava mais que tudo, amava seus filhos e sua esposa.
— Corre, Joff! — disse Rhaena, segurando a mão do menino.
— Não fujam! — exclamou Baela.
Rhaena e Joffrey saíram correndo pelos corredores, tentando se esconder de Jacaerys e Baela que estavam logo atrás deles, os perseguindo. Rhaena e Joff sorriam enquanto tentavam escapar dos irmãos.
Qoren, Daemon e Rhaenyra encontravam-se na Torre do Sol, conversando sobre os filhos e como seria realizada a união destes. Rhaenyra tentava convencer Qoren de que o casamento fosse realizado em Westeros, na Fortaleza Vermelha, enquanto Qoren desejava que o casamento ocorresse em Dorne. Então, Daemon tentou intervir na discussão.
— Lucerys é um Velaryon, o mais adequado é que o casamento ocorra em Derivamarca — indagou Daemon.
Rhaenyra refletiu por alguns segundos e assentiu para o marido. Qoren ainda insistia que a cerimônia fosse realizada em Dorne, mas depois de tantos apelos, o príncipe deu-se por convencido.
— Tudo bem, o casamento será realizado em Derivamarca — disse Qoren.
— Falarei com a princesa Rhaenys e o Lorde Corlys — falou Rhaenyra.
— Cuidarei da segurança deles e da guarda que estará na cerimônia. Não queremos que nenhum imprevisto aconteça — disse Daemon, lembrando-se do ocorrido no casamento de Rhaenyra com Laenor.
— Por mim, tudo bem, mas o vestido de Alisandre ficará por minha conta — pontuou Qoren, recebendo um aceno positivo de Rhaenyra e Daemon.
Lucerys e Alisandre se aproximavam das alas dos aposentos, onde Luke deixou Alisandre na porta de seu quarto. O jovem príncipe Velaryon despediu-se de sua noiva. Alisandre deu um leve sorriso para Luke, entrou no quarto, e Lucerys saiu da frente da porta de seus aposentos. Alisandre se jogou em cima da sua cama e suspirou profundamente.
"Seja gentil com seu noivo, meu sol."
Até quando Alisandre suportará fingir ser gentil e doce com Luke?
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𝗧𝗛𝗘 𝗖𝗥𝗢𝗪𝗡, lucerys velaryon
FanficA aliança entre duas grandes casas é construída por uma união conjugal. Uma aliança feita em prol dos interesses políticos. A casa Targaryen de Westeros: Os grandiosos senhores de dragões, que carregam consigo o legado e o sangue da velha valiria. A...