𝗧𝗛𝗘 𝗨𝗡𝗛𝗢𝗡𝗘𝗬𝗠𝗢𝗢𝗡𝗘𝗥𝗦 ― 𝗟𝗘𝗘 𝗠𝗜𝗡𝗛𝗢

005

NO MOMENTO DE OS "brindes" rolarem, parece um desafio conseguir o silêncio da metade do salão. Depois de bater levemente o garfo contra uma taça algumas vezes e não conseguir nada em termos de controle de ruído, Minho finalmente inicia seu brinde, com as pessoas ouvindo ou não.

— Com certeza a maioria de vocês terá que fazer xixi daqui a pouco. Então vou ser breve — ele começa falando em um microfone gigante.

Por fim, o público se acalma e ele continua.

— Na verdade, não acho que Junseo quer mesmo que eu fale hoje, mas, considerando que sou apenas seu irmão mais velho, mas também seu único amigo, aqui estamos.

   Chocando a mim mesma, solto uma gargalhada ensurdecedora. Minho faz uma pausa e olha pra mim, com um sorriso surpreso.

— Eu sou Minho — ele prossegue e, depois de pegar um controle remoto perto do seu prato, aciona uma apresentação de fotos dele e de Junseo quando crianças uma tela atrás de nós. — Melhor irmão, melhor filho. Sinto-me emocionado de podermos partilhar deste dia rodeados não só de tantos amigos e familiares, mas também de álcool. Sério, vocês ja deram uma olhada naquele bar? Alguém fique de olho na irmã de Hyejin porque, se ela tomar taças de champanhe demais, não há como esse vestido ficar no lugar — ele diz e sorri maldosamente para mim. — Você se lembra daquela festa de noivado, Eunji? Bem, se você não se lembra, eu me lembro.

   Sohee agarra meu pulso antes que eu possa pegar uma faca.

— Cara! — Junseo dá um grito de bêbado e ri disso de modo irritante.

— Se vocês observarem algumas dessas fotos de família — Minho diz, gesticulando para trás, onde os irmãos adolescentes estão esquiando, surfando, parecendo ímbecis geneticamente dotados. — Vão perceber que eu era o típico irmão mais velho. Fui para o acampamento primeiro, dirigi primeiro, perdi a virgindade primeiro. Desculpem, não há fotos disso — ele pisca para o público e uma onda de risadinhas percorre o salão.

— Mas Junseo encontrou o amor primeiro — Minho prossegue e os convidados deixam escapar interjeições de ternura.

— Espero ter a sorte de encontrar alguém tão espetacular como Hyejin algum dia. Não a deixe escapar, Seo, porque nenhum de nós tem ideia do que ela viu em você — Ele diz, pega seu whisky e quase duzentos outros braços se juntam ao seu levantar o copo em um brinde. — Parabéns a vocês dois, Vamos beber!

Minho volta a se sentar e olha para mim.

— Isso foi bom para você?

— Foi semiencantador — digo o olhando por cima do ombro. — Ainda é dia lá fora, seu monstro interior deve estar dormindo.

— Qual é? você até riu — ele diz.

— Foi uma surpresa para nós dois, acredite.

— Bem, é a sua vez de discursar — Minho afirma, gesticulando para que eu levante. — É pedir muito, mas tente não passar vergonha.

   Pego meu celular, onde o discurso está salvo, e procuro ocultar a atitude defensiva da minha voz quando digo:

— Fique quieto, Lee.

   Minho ri, em seguida, enclina-se para dar uma mordida em seu frango.

   Ouço um punhado de aplausos quando me levanto e encaro os convidados.

— Olá, pessoal! — Digo, e todo salão se espanta quando o microfone emite um chiado estridente. Afastando o boca, e com um sorriso trêmulo, aponto para minha irmã e meu novo cunhado. — Eles conseguiram!