017

570 80 161
                                    


    O BARCO EM QUESTÃO é enorme, com um convés inferior amplo, uma área interna luxuosa, onde há um bar e uma grelha, e um deque superior no telhado ao sol pleno e radiante. Enquanto o resto do grupo procura lugares para guardar seus pertences e vai atrás de lanches, Minho e eu vamos direto ao bar, pegamos bebidas e subimos a escada para o deque superior fazio.

   Está calor, tiro minha canga, enquanto Minho tira sua camiseta. Então, ambos estamos semi-nus, juntos, em plena luz do dia, nos afogando em silêncio.

   Olhamos para tudo menos um para o outro. De repente, gostaria que estivéssemos rodeados por pessoas.

— Belo barco — digo.

— É.

— Como está sua bebida?

Indiferente, Minho dá de ombros.

— Bebida barata, mas está boa.

   O vento faz o cabelo ir parar no meu rosto. Então, Minho segura minha Vodka com tônica enquanto tiro um elástico da bolsa e prendo meu cabelo em um rabo de cavalo alto. Seus olhos vão do horizonte para o meu biquíni vermelho, depois de volta para o horizonte.

— Eu vi isso — digo.

Ele toma um gole da sua bebida.

— Viu o quê?

— Você olhou para os meus peitos.

— Claro que olhei. É como ter duas outras pessoas aqui conosco. Não quero ser mal-educado.

   Como que seguindo um deixa, uma cabeça aparece no alto da escada. Seojun, seguido por Yizhuo.

   Eles pisam no deque, segurando suas bebidas em um copo plástico.

— Oi, pessoal! — Yizhuo diz, aproximando-se. — Uau, não é lindérrimo?

Muito lindérrimo. — concordo, ignorando a expressão horrorizada de Minho. Sem chance de ele estar me julgando mais do que eu estou julgando a mim mesma.

   Estamos juntos, o quarteto mais improvável do mundo, e tento dissipar a tensão desconfortável entre nós.

— Então, Seojun, como vocês dois se conheceram?

Seojun estreita os olhos por caus do sol.

— No mercado.

— Seojun é sub-gerente de um mercado — Yizhuo informa. — ele estava estocando material escolar, e eu estava comprando pratos de papel no corredor.

Espero, supondo que haverá mais. Mas não há.

   O silêncio se prolonga até que Minho vem me ajudar.

— Qual mercado?

   Yizhuo murmura junto ao seu canudo e balança a cabeça.

— em Myeongdong.

— Não costumo ir lá — digo. Mais silêncio. — Eu gosto do que fica perto do Shopping.

— Tem uma ótima seção de horti-fruti nesse — Minho concorda.

   Por alguns instantes, Yizhuo me encara e, em seguida, olha para Minho.

— Ela parece com a namorada do Junseo.

   Sinto o estômago embrulhar. Claro que Yizhuo conheceu Hyejin.

   Individualmente, Minho e eu somos pessoas com inteligência acima da média. Então por que somos tão burros juntos?

— É, elas são gêmeas.

— Cara! — Seojun deixa escapar, impressionado.

Porém, Yizhuo está claramente menos animada com a possibilidade de filmes pornôs caseiros.

𝗧𝗛𝗘 𝗨𝗡𝗛𝗢𝗡𝗘𝗬𝗠𝗢𝗢𝗡𝗘𝗥𝗦 ― 𝗟𝗘𝗘 𝗠𝗜𝗡𝗛𝗢Onde histórias criam vida. Descubra agora