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MINHO NÃO VOLTA PARA me buscar e, assim que Diana, nossa massagista, me leva até a sala de massagem dos casais, percebo o motivo. Ele parece estar paralisado de terror encarando a mesa de massagem.

— O que há com você? — pergunto com o canto da boca enquanto Diana atravessa a sala para diminuir as luzes.

— Você está vendo duas mesas aqui? — ele balbucia em resposta.

Não entendo o que ele está dizendo até...

Ah...

— Espere — eu digo, olhando para ele. — Achei que cada um de nós receberia uma massagem.

Com calma, Diana sorri.

— Vocês vão, é claro. Mas, como vou ensinar a vocês e vocês vão praticar um no outro, só podemos fazer uma massagem por vez.

   Viro-me para Minho e tenho certeza de que compartilhamos o mesmo pensamento: "Oh, não".

   Diana confunde nosso terror com outra coisa, porque ela ri ligeiramente e diz:

— Não se preocupem. Muitos casais ficam nervosos quando chegam aqui, mas vou mostrar algumas técnicas diferentes a vocês e, em seguida, vou sair para que as pratiquem e para que não sintam que estão sendo avaliados ou supervisionados.

   Tenho vontade de perguntar se isso é um bordel, mas é claro que não faço isso. Por muito pouco.

   Minho volta a encarar a mesa com um olhar desolado.

— Agora, qual de vocês gostaria de aprender primeiro e qual receberá a massagem? — Diana pergunta, contornando a mesa e levantando o lençol para que um de nós fique em baixo deles.

   O silencio em resposta de Minho deve significar que ele está fazendo o mesmo cálculo mental que eu: "Nós temos que ficar aqui?".

   Sobretudo depois do comentário de Minho ao sair da banheira de hidromassagem a respeito de sua reação ao me ver nua, não sei como essa pergunta abala seu cérebro, mas, considerando minha fascinação recente por suas clavículas e músculos abdominais, estou realmente tentada em seguir em frente. Pergunto-me se seria mais fácil receber uma massagem primeiro, para não ter que tocá-lo e fingir que não me sinto afetada. Dito isso, lanço um olhar para suas mãos enormes e fortes e eu não sei se ter esses dedos escorregadios de óleo esfregando minhas costas nuas seria muito mais fácil.

— Vou aprender primeiro — digo.

— Vou massageá-la primeiro — Minho diz, ao mesmo tempo.

Nossos olhos se encontram.

— Não, você pode se deitar. Eu vou, hum, esfregá-lo.

Ele ri com desconforto.

— Eu massageio primeiro.

— Vou pegar algumas toalhas — Diana diz, gentilmente. — E dar um tempo para vocês se decidirem.

   Após a saída de Diana, eu me viro para Minho.

— Entro embaixo do lençol, Mingyu.

𝗧𝗛𝗘 𝗨𝗡𝗛𝗢𝗡𝗘𝗬𝗠𝗢𝗢𝗡𝗘𝗥𝗦 ― 𝗟𝗘𝗘 𝗠𝗜𝗡𝗛𝗢Onde histórias criam vida. Descubra agora