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ALGUEM PODE ME EXPLICAR como minha mala estar pesando cerca de vinte quilos a mais agora do que quando eu cheguei? Só coloquei nela algumas camisetas e algumas pequenas bijuterias de lembrança.

Minho vem até meu lado da cama, pressiona a mala com sua mão e me ajuda a fechá-la com esforço.

— Acho que é o peso de sua decisão questionável de comprar uma camiseta para Junseo que diz "Fiz a hula em Maui".

— Você não acha que ele vai gostar do meu humor ácido? — pergunto. — Quer dizer, meu dilema é se dou a camiseta a ele antes ou depois de dizermos que estamos transando.

Dando de ombros, ele tira a mala da cama e olha para mim.

— Ele vai rir ou ficar emburrado e lhe dar um gelo.

— Sinceramente, consigo lidar com qualquer uma dessas opções.

Estou enfiando coisas em minha bagagem de mão e, assim, levo alguns instantes para perceber que Minho não atirou nada em mim imediatamente.

— Estou brincando, Minho.

— Está?

Consegui apagar essa história dos meus pensamentos durante a maior parte da viagem, mas a realidade está cutucando nossa bolha de férias muito mais cedo do que eu gostaria.

— Junseo vai ficar entre nós? — pergunto.

Minho se senta na beira do colchão e me puxa entre seus joelhos.

— Eu disse isso antes: é óbvio que você não gosta dele, e ele é meu irmão.

— Minho, ele é gente boa.

— "Gente boa". Ele também é seu cunhado.

Dou um passo para trás, frustrada.

— Meu cunhado que ficou traindo minha irmã durante dois anos.

Minho fecha os olhos e suspira.

— Não tem como...

Se ele estava saindo com a garota da tatuagem de manga na bunda há dois anos atrás, então, com certeza, estava traindo Hyejin.

Minho inspira fundo e solta o ar lentamente.

— Você não pode chegar como um elefante em uma loja de cristais e jogar isso na cara da Hyejin assim que estivermos em casa.

— Tenha um pouco de fé na minha capacidade de ser sutil — digo, e, quando ele reprime um sorriso, acrescento — Não escolhi aquele vestido de madrinha, para que fique claro.

— Mas escolheu o biquíni vermelho.

— Você está reclamando? — pergunto, sorrindo.

— Nem um pouco — ele responde, mas seu sorriso desaparece. — Olha, eu sei que você, Hyejin e todos da sua família são próximos de um jeito que Junseo e eu não somos. Claro, viajamos juntos várias vezes, mas, na verdade, não falamos a respeito dessas coisas. Não sei se cabe a nós falarmos sobre isso. Nem sabemos se é verdade.

— Mas, por hipótese, como você se sentiria se fosse verdade e de tivesse mentido para Hyejin durante anos?

Minho fica de pé e preciso inclinar a cabeça para olhá-lo.

Meu primeiro instinto é achar que ele está chateado comigo, mas estou enganada: ele segura meu rosto com as mãos e se curva para me beijar.

— Claro que eu ficaria decepcionado. Só estou achando difícil acreditar que ele faria isso.

𝗧𝗛𝗘 𝗨𝗡𝗛𝗢𝗡𝗘𝗬𝗠𝗢𝗢𝗡𝗘𝗥𝗦 ― 𝗟𝗘𝗘 𝗠𝗜𝗡𝗛𝗢Onde histórias criam vida. Descubra agora