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NÃO ACREDITO QUE VOCÊ contou a história da máquina de pegar bichinhos— digo enquanto percorremos o caminho ao ar livre, voltando para o quarto. — Você sabe que eles vão procurar no Google, o que significa que o senhor Hamilton vai me ver sendo socorrida por bombeiros.

   Dito isso, o jantar foi um sucesso inegável e, por mais feliz que eu esteja por não ter estragado tudo e ainda ter um emprego, estou irritada com o fato de que Minho seja sempre tão bom em tudo. Não faço ideia de como faz isso. Ele não tem charme em 99% do tempo, mas, então — bum — ele se transforma no senhor Simpatia.

— É uma história engraçada, Minji — ele afirma e, então, para tão inesperadamente que me choco contra suas costas.

— Você está tendo um derrame?

   Ele pressiona a testa com a mão, virando a cabeça para que possa olhar freneticamente para o caminho atrás de nós, por onde viemos.

— Isso não pode estar acontecendo.

   Eu me mexo para seguir seu olhar, mas Minho me puxa para trás de um enorme vaso de palmeira, onde nos escondemos.

Minho?

   Uma voz chama, seguida pelo estalido de saltos altos no caminho de pedra.

— Eu juro que acabei de ver o Minho! — a voz prossegue, ofegante.

Ele vira o rosto para mim.

— Preciso de um grande favor seu! Quero que você me acompanhe.

   Estamos tão perto um do outro que posso sentir sua respiração em meus lábios. Sinto o cheiro do chocolate que ele comeu de sobremesa e uma pitada do seu perfume amadeirado.

Tento odiar isso.

— Você precisa da minha ajuda? — Pergunto e, se soo um pouco ofegante, é porque comi muito no jantar e me sinto meio sem fôlego com a caminhada.

— Sim.

Meu sorriso se abre.

— Vai custar caro.

   Ele fica chateado por cerca de dois segundos e, então, o pânico varre a chateação.

— O quarto é seu.

   Os passos se aproximam, até que uma cabeça loira invade meu espaço.

— Meu Deus, é você! — ela diz, ignorando-me completamente e abraçando Minho.

— Yizhuo? — ele diz, fingindo surpresa.— Eu... O que você está fazendo aqui?

   Separando-se do abraço, Minho arregala os olhos para mim.

   Ela se vira para acenar para o homem parado bem ao lado dela e aproveito a oportunidade para cochichar.

Essa é a Ningning!?

Minho concorda, claramente arrasado.

   Puta merda! Isso é muito pior do que cruzar com seu novo chefe que está pelado debaixo de um roupão!

— Seojun — Yizhuo diz com orgulho, puxando o cara para a frente, e eu acho ele meio nojento com um estilo ensebado. — Este é Minho, o cara de quem lhe falei. Minho, este é Seojun, meu noivo.

   Mesmo no escuro, vejo a maneira como Minho empalidece.

— Noivo — ele repete. A palavra cai com um baque pesado, e é infinitamente mais estranho com Minho descrito apenas como o "cara de quem lhe falei". Minho e Yizhuo não ficaram juntos por alguns anos?

𝗧𝗛𝗘 𝗨𝗡𝗛𝗢𝗡𝗘𝗬𝗠𝗢𝗢𝗡𝗘𝗥𝗦 ― 𝗟𝗘𝗘 𝗠𝗜𝗡𝗛𝗢Onde histórias criam vida. Descubra agora