𝕬𝖓𝖓𝖆 𝕷𝖎𝖘.
Um mês se passou e as coisas estão bem diferentes. Comecei a ter pesadelos com Pires e não entendo o motivo, faz tanto tempo desde o sequestro. Por que esses pesadelos agora?
Com os pesadelos, vem junto as minhas crises de pânico e eu tenho que lidar com isso sozinha porque ninguém sabe disso. Tentei contar para o Caleb sobre isso, mas ele tá bem distante.
Ele não tem vido aqui em casa, fui à casa dele e ele não tava lá, mandei mensagem e ele disse que estava ocupado.
Nesse um mês eu fui ao médico e não tem mais nenhum bebê dentro de mim, o remédio que comprei aquele dia realmente funcionou.
Mirela e Luiz não estão mais juntos. Ela disse gostar dele e ele disse gostar dela também, mas não queria um relacionamento sério.
Meu irmão e Miguel voltam para a Itália semana que vem, já era para eles terem ido, mas meu irmão quis passar mais tempo comigo.
Respiro fundo e desbloqueio meu celular, tentando ligar para o Caleb mais uma vez e coloco o celular no ouvido.
Caixa postal. — Mas que merda, Caleb
Jogo o meu celular na cama irritada e abaixo a cabeça, passo as mãos no cabelo nervosa e respiro fundo.
Eu não fiz nada de errado! Por que ele tá me ignorando? — Pensei.
Levanto da cama e vou até meu guarda-roupa. Visto uma saia branca curta e um cropped rosa, nos pés uma havaiana branca do Brasil e meu cabelo prendi em um coque. Peguei meu celular e sai de casa.
Comecei a subir o morro em direção a boca e quando cheguei, aquele mesmo cara de quase dois metros de altura tava na porta, ele liberou a minha entrada e eu entrei já sentindo o cheiro insuportável de droga.
Fui indo em direção a sala do Caleb e entrei sem bater na porta encontrando ele e sorriso conversando e o assunto parecia serio.
Os dois olharam na minha direção e eu cruzei os braços olhando para o Caleb, que logo desviou o olhar, olhando para o seu amigo.
Sorriso se levantou e veio na minha direção, deu um sorrisinho fraco e saiu da sala. Caleb continuou onde estava e ficamos nos encarando em silêncio, logo ele se levantou e veio na minha direção na tentativa de me beijar, mas eu desviei.
— Porque você não atende a porra do telefone? — Perguntei olhando ele seus olhos.
— Meu celular tá descarregado. — Disse sem olhar para mim.
— Seu celular tá descarregado faz duas semanas, filho da puta? — Gritei, lhe dando um tapa.
— Para Anna Lis, porra. — Bufou.
— O que tá acontecendo, Caleb? Joga a real, porra. — Cruzei os braços e ele ficou em silêncio. — Se você não quiser mais, é só falar e eu meto o pé.
Ele continuou em silêncio e isso já tava me irritando.
— Abre a porra dessa boca e fala alguma coisa, caralho. — Gritei.
— Anna Lis... — Olhei para ele. — Não tá mais dando certo. — Coçou a nuca nervoso.
Abri a boca para falar alguma coisa, mas não saiu nada. Uma lagrima desceu pelo meu rosto e rapidamente sequei ela.
— Por que isso do nada? — Meus olhos estavam lagrimejando. — Porra! — Murmurei passando a mão no rosto.
— Me desculpa, mas eu não quero mais! — Ele falava, mas não olhava para mim.
— Tem certeza?
— Tenho. — Fitou o teto.
— Ok. — As lagrimas desciam pelo meu rosto e eu não tinha mais controle. — Você vai se arrepender!
Me virei para ir embora, mas ele me chama me fazendo olhar para ele.
— Acho melhor você voltar para a Itália com o seu irmão.
Eu abri a boca em choque com o que ele acabou de dizer.
— Você é um idiota! — Abri a porta da sala dele e sai batendo-a.
Todas as pessoas que estavam ali me olhavam e um deles era Vt. Me assusto com o barulho de vidro quebrando e percebo que veio da sala do Caleb.
Sai correndo da boca, mas no caminho sinto alguém me segurando. Olho para trás e vejo Vt e acabo abraçando ele, ele retribui e beija a minha testa.
— Você ouviu? — Perguntei quando nos separamos.
— Acho que todo mundo ouviu seus gritos. — Riu e eu bufei. — Quer me contar o que aconteceu?
***
Contei tudo para o Vt e ele me deu ótimos conselhos, mas parecia que ele sabia os reais motivos do Caleb, sabe? Depois ele me trouxe para a casa e disse que tinha que voltar para a boca.
Eu subi correndo para o quarto e me joguei na minha cama chorando. Eu não entendia por que dele ter feito isso, foi tão do nada vei.
Será que fiz alguma coisa errada e não percebi? — É a pergunta que eu me fazia o tempo todo.
Minha cabeça chegou a doer de tanto que eu chorava, estava parecendo uma criança.
Mandei um áudio para o meu irmão pedindo para que ele me trouxesse um remédio e logo ele apareceu no meu quarto com o remédio e um copo de água.
Coloquei o remédio na boca e bebi a água em seguida entregando para ele, ele colocou o copo em cima do criado mudo e se deitou na cama me puxando para o peito dele.
Meu irmão me conhece tanto que não me fez nenhuma pergunta. Sabe que, quando quero falar, ele não precisa perguntar.
Sinto os meus olhos pesarem e fecho os olhos sentindo o sono me consumir, acabo dormindo enquanto meu irmão fazia carinho no meu cabelo.
• aperta na estrelinha •
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