06

12.4K 722 71
                                    

𝕬𝖓𝖓𝖆 𝕷𝖎𝖘.

Desço as escadas e vou até à cozinha, pego uma garrafa de água na geladeira e bebo.

Me encosto no balcão e fico olhando em volta, vejo um vidrinho com remédio em cima da geladeira e dou impulso para pegar. 

"Boa noite, Cinderela"

Dava pra ver que já tinha sido usado. Ele deve ter colocado isso na água que ele levou pra mim no quarto ontem. Eu estranhei, mas bebi mesmo assim.

Suspirei e abri o remédio. Jogou tudo na pia e voltei com ele para o mesmo lugar. 

Subo as escadas novamente e me deito na cama me cobrindo, ouço a porta sendo aberta e logo o Guilherme passou por ela.

Pires se joga no me lado na cama e eu aperto os olhos com medo sentindo seu olhar sobre mim.

Sua mão toca na lateral da minha coxa, mas eu afasto a mão dele. Escuto seu suspiro pesado e continuo do mesmo jeito que eu estava quando ele entrou no quarto. 

Ele puxa meu cabelo e eu aperto os lábios tentando segurar o choro.

— Cê nunca aprende, né? - puxou o meu cabelo mais forte e eu funguei. — Porra, nem toquei em você e cê fica aí chorando. Tomar no cu. - disse soltando o meu cabelo. 

Fico em silêncio e abro os olhos olhando pra parede branca. Ele coloca a mão na minha coxa e aperta a mesma.

Ele me puxa me fazendo virar e ficar de frente pra ele, ele me beijou e eu fechei os olhos com força segurando o choro. 

Seus toques me dava nojo, mas eu não tinha força o suficiente para o afastar.

Ele desceu a mão para a minha bunda e apertou.

— Não... - falei sentindo lágrimas descerem pelo meu rosto.

— Você nunca vai me amar, né? - gritou se levantando. 

— Você acha mesmo que eu consigo amar uma pessoa que me drogou e me estrupou? - gritei. — Eu sinto nojo quando você me toca, Guilherme. 

— Eu quero que você me ame, Anna. - se aproximou. — Me ame, Anna Lis. Por favor. - vejo lágrimas escorrem pelo seu rosto.

Esse cara é doente, mano!

***

Hoje, depois de um mês, eu vou sair dessa casa. Pires me falou que ia ter uma reunião, festa churrasco, sei lá. 

Todos os donos do morro vai tá lá e podia levar um acompanhante, no caso a dele seria eu.

Ele trouxe uma menina aqui com várias roupas pra eu escolher eu acabei escolhendo mais de uma.

Pires falou que se eu escolhesse alguma coisa curta, ele faria eu vestir uma calça jeans, uma blusa grande e ia me levar assim mesmo.

Agora tô no quarto terminando de arrumar e ele abre a porta passando por ela em seguida. 

Ele ficou me olhando por um bom tempo e depois sorriu. Me levantei e ele veio até mim, segurando a minha mão e me rodando. 

— Você tá linda. - sorriu e eu forcei um sorriso.

— Obrigada! 

— Vamos? - concordei. 

Nós saímos do quarto e descemos as escadas. Assim que cheguei lá embaixo, vi o grego com uma menina loirinha. 

ObsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora