Capítulo 33

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Isabela★

Surpresa maluca.

Todos no hospital percebem minha alegria. Estão sempre comentando que eu ando sorrindo à toa. Eles estão certos, e o motivo de tudo isso é o Gérson. Quando estou com ele, me sinto a mulher mais especial do mundo! É incrível como nossa sintonia é forte, mesmo quando estamos distantes.

O tempo passa e a saudade só aumenta, então resolvo fazer mais uma de nossas tantas ligações. Já faz um bom tempo desde que nos vimos pela última vez, há mais ou menos dois meses. A espera tem sido longa e difícil, e cada conversa ao telefone é um alívio temporário para o meu coração.

Aperto o número dele na discagem rápida e aguardo ansiosa, ouvindo o som dos toques. Cada segundo parece uma eternidade até que finalmente ouço sua voz do outro lado da linha.

— Alô? — ele atende, e só de ouvir sua voz, meu coração já se acalma um pouco.

— Oi, meu amor! — digo, tentando esconder a emoção na minha voz. — Como você está?

— Tô bem, e ocê? — ele responde com aquele tom carinhoso que sempre me derrete.

— Estou com saudade, Gérson. — confesso, sentindo a voz embargada. — Já faz tanto tempo desde a última vez que nos vimos.

— Também tô com saudade, minha Bela. Cada dia parece uma eternidade sem ocê aqui.

A conversa continua, e cada palavra trocada é um bálsamo para a minha saudade. Conto a ele sobre meu dia no hospital, as risadas e as conversas com os colegas, mas também sobre o vazio que sinto sem ele por perto.


— Quando vai vir para cá me ver?

Pelo silêncio do outro lado da linha, ele parece pensar.

— Vou demorar alguns dias, pois tou muito atarefado por aqui. Por que ocê num vem?

— Você sabe que eu também não tenho tempo.

Ficamos em silêncio, não é a primeira vez que temos essa conversa. Ele diz que é somente ele que vem me ver. O que eu posso fazer se eu não tenho tempo? Trabalho dia e noite!

— Então, vamos ter que esperar, infelizmente. Pois nos próximos dias eu não poderei mesmo. — ele concluí, eu resolvo insistir.

— Mas amor...

— O que, mãe? — ele me interrompe, gritando — Desculpe, Bela... tenho que desligar, preciso ver o que minha mãe quer.

— Mas eu não escutei ela te...

— Já vou, mãe! Depois te ligo, tá? Tchau, amor, beijo!

— Tchau... — Suspiro fundo depois que ele encerra a ligação. Tento ignorar a sensação de que algo está errado, mas é difícil.

Mais um mês passou e sinto muita falta dele e a distância parece estar sempre no caminho. Eu sei que ele também está ocupado com o trabalho e seus compromissos, o problema é que ele não entende que a vida de uma médica é bem mais corrida.

Havíamos começado tão bem, mas agora parece que tudo ficou monótono ou mecânico. É difícil manter a chama do relacionamento acesa sem se ver.

Tento encontrar um dia em minha agenda para visitá-lo, mas parece que nunca consigo conciliar as datas. E, quando finalmente encontramos um momento, algo sempre parece dar errado, como uma emergência no hospital. A distância é cruel, mas a falta de tempo parece ser ainda pior.

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