Capítulo 13

441 31 3
                                    

Isabela


Lembranças salva vidas


Após a discussão acalorada com Gérson, retiro-me para o meu quarto, deixando para trás o turbilhão de emoções que inunda minha mente. Sentindo-me magoada e desanimada, fecho a porta atrás de mim, buscando o conforto familiar do meu espaço pessoal.

Ao entrar no quarto, a sensação de tristeza parece se intensificar, envolvendo-me como um manto pesado. Deixo-me cair na beira da cama, deixando escapar um suspiro carregado de angústia enquanto as lágrimas começam a embaçar minha visão.

O ambiente ao meu redor parece refletir meu estado de espírito sombrio. As cores suaves das paredes e os móveis simples já não trazem o mesmo conforto de antes, tornando-se apenas testemunhas silenciosas do conflito que se desenrolou minutos antes.

Com um soluço sufocado, deixo-me afundar ainda mais na cama, permitindo que as lágrimas rolem livremente pelo meu rosto. Neste momento de fragilidade, é difícil encontrar uma saída para a tristeza que me consome, deixando-me envolta em um silêncio doloroso enquanto tento compreender o que aconteceu e como podemos seguir em frente a partir dali.

Decidida a encontrar respostas e entender melhor meus sentimentos, levanto-me da cama, mesmo que meu coração ainda esteja pesado com a discussão com Gérson. Percebo que é hora de confrontar o passado e encarar de frente minhas próprias incertezas.

Ao abrir a gaveta onde costumo guardar minha aliança, meu coração afunda ao perceber que ela não está lá. No entanto, conforme meus olhos percorrem o interior dela, a verdade começa a se impor: minha aliança realmente desapareceu. Uma onda de preocupação e frustração toma conta de mim, enquanto me pergunto o que aconteceu com ela.

Meus pensamentos começam a se agitar, tentando encontrar uma explicação para o desaparecimento da minha aliança. Será que alguém entrou furtivamente em meu quarto enquanto eu não estava presente? Ou talvez tenha sido um descuido meu, e ela tenha caído em algum lugar sem que eu percebesse?

Com um peso no coração, percebo que não tenho outra opção senão contar a Amarildo sobre o desaparecimento dela.

Com passos hesitantes, faço o caminho até onde ele está, preparando-me para a conversa difícil que está por vir. Ao vê-lo fumando, na varanda da casa, sinto um aperto no peito, sabendo que minhas palavras trarão preocupação e incerteza para ele.

- Seu Amarildo, com licença?

- Sim, Isabela, pode falar. - ele responde, dando uma tragada.

- Aconteceu algo que eu preciso que o senhor saiba, até porque precisarei de ajuda. - eu faço uma pausa, reunindo coragem, enquanto ele ergue o olhar, esperando eu continuar. - Eu havia guardado minha aliança dentro da gaveta da cômoda do meu quarto e... ela não está mais lá.

Amarildo franze o cenho, claramente preocupado com a notícia.

- Como assim? Procurou direito?

- Sim, eu revirei toda a gaveta e não consegui encontrar. - minha voz vacila um pouco enquanto compartilho a situação com ele.

- E agora está acusando a gente? Saiba que aqui nesta fazenda não mora nenhum ladrão!

Me sinto desconfortável com a reação exasperada de Amarildo, mas persisto em minha preocupação.

- Eu não estou acusando ninguém, seu Amarildo. Só estou compartilhando com o senhor o que aconteceu. Eu sei que todos aqui são honestos, mas a aliança sumiu de algum jeito, e eu preciso recuperá-la.

Onde renasce o amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora