Onde renasce o amor.

Capítulo 37

★Isabela★

1 ano depois

Ele segura minha mão com firmeza e carinho, guiando-me em cada passo da dança. Nossos movimentos são perfeitamente sincronizados, como se tivéssemos praticado a vida toda para esse momento. Cada giro, cada passo de dois para lá e dois para cá, me faz sentir mais conectada a ele.

As letras das músicas contam histórias de amor, refletindo exatamente o que estamos vivendo. Eu olho nos olhos dele, sentindo a intensidade do nosso amor crescer a cada segundo. A alegria é contagiante; nossos amigos e familiares nos observavam, aplaudindo e sorrindo com entusiasmo.

Meu coração está acelerado, não só pelo ritmo da dança sertaneja, mas pela felicidade de estar vivendo esse momento mágico com Gérson. O calor dos braços dele ao meu redor, a segurança do seu toque, e o brilho nos seus olhos me faz ter certeza de que estamos começando uma nova vida.

A noite está estrelada, e o campo aberto ao nosso redor, parece um cenário de conto de fadas. A lua cheia ilumina o céu, lançando um brilho prateado sobre nós enquanto dançamos.

Vestida com meu vestido de noiva, sinto o tecido suave acariciar minhas pernas a cada movimento. É o vestido mais lindo que eu poderia estar usando, além das mangas estilo ciganinha, caindo em meus ombros, possuí babados em toda a sua barra e é mais largo do que planejei para esse dia, justamente para poder comportar toda a minha barriga se 7 meses de gestação.

Meu marido recém-casado, com seu terno elegante cinza quadriculado, e seus cabelos cheios de gel, me puxa para perto com um sorriso que faz meu coração disparar.

O campo está decorado com luzes piscando, como vagalumes artificiais, criando um ambiente mágico. Sentimos a brisa suave da noite acariciar nossos rostos, enquanto nossos passos se sincronizam com a melodia envolvente.

De repente, no meio de um passo, sinto um estalo interno, seguido por uma sensação quente e úmida escorrendo pelas minhas pernas. Meu corpo para, coloco as mãos sobre a barriga instintivamente, olhando para baixo, e um momento de pânico toma conta de mim. Olho para Gérson, com olhos arregalados.

— Acho que a minha bolsa estourou! — Sussurro, ele também para imediatamente, com a preocupação evidente em seu rosto.

O líquido continua a escorrer, encharcando a barra do meu vestido. Sinto um misto de medo e ansiedade, lembrando do aborto que tive anos atrás. Meu coração bate acelerado, e tento me concentrar na respiração, mas o pensamento do nosso bebê chegando tão cedo me deixa apavorada. Mesmo assim, tento manter a calma para não deixá-lo apavorado.

— Vamos para o hospital agora! — Com agilidade, ele me pega nos braços e corre em direção à garagem. Observo seu rosto apavorado, e uma onda de adrenalina toma conta de mim. Tento olhar para as pessoas presentes, que com certeza devem estar assustadas e preocupadas, mas as luzes piscando no campo ao nosso redor passam a ser apenas um borrão enquanto ele me carrega rapidamente, e não consigo ver nada.

Meu coração bate descompassado, ecoando a preocupação nos olhos dele. O som dos passos rápidos dele na grama parece distante, abafado pelo zumbido na minha cabeça.

Chegamos à garagem e ele me coloca cuidadosamente no banco do passageiro, seu rosto uma máscara de terror, enquanto tento respirar fundo e manter a calma. Ele entra no carro e percebo suas mãos tremendo enquanto ajusta o cinto de segurança, depois para colocar a chave na ignição.

— Merda! — ele dá socos no próprio carro quando percebe não estar conseguindo colocar a chave.

— Calma, Gérson! — tento me intervir para calmá-lo. — Tente ficar calmo, vai ficar tudo bem com o João Pedro. Confie em mim!