Capítulo 12

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Gérson★

Entre plantações e silêncios


Enquanto tô de frente pras plantações, um sorriso largo brota no meu rosto. A gente se matou de trabalhar, semana após semana, pra deixar nossas terras como eram antes.

As últimas chuvas foram brutais, arrasaram tudo pelo caminho. Mas a gente não desistiu, encarou de frente e lutou pra salvar nossas plantações.

Hoje, olhando pras lavouras verdinhas se estendendo até onde a vista alcança, sinto um orgulho danado. Cada brotinho que nasce do chão é uma vitória nossa, fruto do nosso esforço e da nossa fé em dar a volta por cima.

Do meu lado, vejo os rostos suados e sorridentes dos trabalhadores, parceiros fiéis nessa batalha. Suas mãos calejadas e sujas de terra são prova viva do amor pela terra e pela nossa comunidade.

É hora de celebrar e agradecer! Depois de tanto suor derramado pra recuperar as plantações, uma festança é mais do que justa. Vamos juntar todo mundo, trabalhadores e suas famílias, pra um baita churrasco aqui na fazenda. Vamos festejar juntos essa vitória e agradecer a todos que nos ajudaram nessa jornada. Eu vou organizar tudo e garantir que seja uma festa pra ficar na memória.

Enquanto me viro de um lado pro outro, cuidando dos preparativos, vejo Isabela chegando da cozinha com uma travessa cheia de quadradinhos de bolo de milho. Ela parece meio distante, pensativa, e isso não passa batido por mim.

Ela deixa a travessa sobre a mesa do gramado de onde será a festa e senta-se, suspirando, e eu decido me aproximar, sem fazer muita pergunta. Pego um pedacinho do bolo, meu preferido, e ela me olha, com os olhos cheios de emoção. Não precisa falar nada; nossa presença ali já diz tudo, que estamos juntos, um apoiando o outro, mesmo sem palavras.

- Lembrei que bolo de milho é o seu preferido, então, eu fiz - ela comenta com um sorrisinho e eu lhe respondo com outro, em seguida, deposito um beijo carinhoso em seu rosto. Ainda tenho muita coisa pra fazer, por isso, logo me retiro.

Pouquinho a pouquinho, os convidados vão chegano na roça e o clima de festança vai enchendo o ar. As mesas todas enfeitadas com panos xadrez tão espalhadas pelo terreno, enquanto a churrasqueira vai soltando aquele cheiro bom de carne assando. Risada e causo vão correndo solto, e as piazada corre pelos matos, brincando à vontade.

Perto das mesas, o povo vai se juntando em roda animada, contando história e brindando com copo cheio de cerveja ou refri, enquanto música sertaneja toca lá no fundo.

Quando o sol se vai embora no horizonte, o pessoal se amontoa perto da fogueira grande, que esquenta os corações nessa noite especial. Contagiado pelo clima de festa, resolvo pegar meu violão e começar a dedilhar.

Enquanto as primeiras notas vão ecoando na noite, percebo olhares de admiração entre o pessoal, principalmente do meu irmão e da minha cunhada. Já faz tempo que não me viam assim, entregado na música de forma tão espontânea.

- Essa música vai pra minha Bela. Quero que todo mundo saiba que, depois de tanto tempo longe, a gente tá junto de novo!

Emocionado, termino de falar essas palavras e dou um beijinho na boca de minha amada, com a aprovação da galera toda.

- Ah, Gérson... Mas isso todo mundo já sabe! - A risada de Silvia contagia o grupo, enchendo o ar com uma atmosfera leve e animada. Sinto-me reconfortado pelo apoio e pela felicidade de todos, sabendo que estamos celebrando não apenas o sucesso das plantações restauradas, mas também o amor e a união que nos mantêm juntos como uma família.

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