Capítulo 34

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Gérson★

Surpresas do amor

O sol tá se aproximando do horizonte, tingindo o céu de tons de laranja e rosa, enquanto o calor começa a ceder, substituído por uma brisa suave que traz um alívio bem-vindo. O campo, banhado na luz dourada do final da tarde, parece um quadro vivo, cada planta lançando sombras longas e tranquilas sobre a terra.

Eu to terminando o último canteiro do dia, minha enxada ainda trabalhano com um ritmo constante, mas mais lento. O campo começa a encher-se dos sons do entardecer. Os grilos cantam mais alto, e as aves noturnas começam a fazer suas primeiras aparições, enchendo o ar com seus cantos melancólicos. O cheiro da terra aquecida pelo sol é mais forte agora, misturado ao aroma das plantas que balançavam suavemente na brisa.

Encosto a enxada no ombro e caminho até uma mangueira improvisada no meio do campo. A água fresca desce pela minha garganta, aliviando o calor interno e renovando minhas forças. Tomo um momento para respirar fundo, sentindo a paz que só o final de um dia bem trabalhado pode trazer. Olho ao redor, admirando o trabalho do dia. As fileiras de plantas, organizadas e cuidadas, são um testemunho silencioso do nosso esforço e dedicação.

Com a luz diminuindo, começo a recolher as ferramentas, cada uma contando uma história do dia que passou e me pego pensando em Isabela. Eu me pergunto o que ela tá fazeno neste momento. Talvez esteja no trabalho, perdida em seus próprios pensamentos e preocupações. A cidade, com seu ritmo frenético, tão distante daqui, sei que sua vida lá é exigente e complicada, e que o tempo que temos juntos é sempre breve demais, mas parece que só eu me esforço por ela.

Olho ao redor, admirando o campo iluminado pela luz suave do entardecer. As fileiras de plantas são um testemunho do meu esforço, mas também um lembrete da solidão. Queria que ela estivesse aqui para ver isso, para compartilhar esse momento de tranquilidade depois de um dia de trabalho árduo.

Enquanto caminho de volta para casa, o céu agora tingido de púrpura e azul escuro, sento uma conexão profunda com a terra ao meu redor. O campo é mais do que apenas meu sustento; é uma extensão de quem eu sou, por que ela num consegue entender isso?

Chegano à varanda de casa, paro por um momento, olhando para trás uma última vez. A visão do campo sob o crepúsculo é um lembrete de que, mesmo nas tarefas mais árduas, há uma beleza simples e profunda a ser encontrada. Entro em casa, com a saudade pesando no coração, mas com a esperança de que um dia, talvez, ela possa tar ao meu lado pra ver o pôr do sol no campo mais uma vez.

Meus pensamentos são interrompidos pela minha irmã, Zulmira, vindo ao meu encontro.

- Mano, tua namorada ta no telefone querendo falar com o cê! Parece urgente!

Subo os degraus da varanda rapidamente e entro na cozinha, onde o telefone repousa sobre a mesa. Pego o telefone, ansioso para ouvir sua voz.

- Alô!

- Tudo bem, meu amor? Até que enfim me atendeu - Ela cumprimenta, com uma voz nervosa.

- Tudo bem, e ocê? - A ligação falha um pouco. - Onde cê tá?

- Bom, sabe... eu... queria te fazer uma surpresa e acabei me perdendo...

- Cumé?

- E preciso que você venha me buscar.

- Como assim? Onde cê tá?

- Sinceramente? Não sei. Vou perguntar para as pessoas aqui.

Fico em silêncio, tentano processar as palavras dela.

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