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Giulia

—Logo hoje?—me pergunto.

Digamos que hoje acaba de começar um ciclo sem fim na vida de uma mulher, no qual ela sofre por uns 7 dias ou até menos, ou até mais, no caso acordei com uma cólica insuportável que quase me fez repensar sobre o porquê da existência humana, sem contar na TPM, com as minhas próprias mudanças de humor repentina.

—Se acalma, nesses dias eu costumo evitar todo mundo e também evita discutir com alguém, com seu temperamento você pode acabar destruindo alguém com duas frases—minha irmã me ajuda, gosto de suas dicas.

—Vamos logo, preciso estar em uma reunião daqui a 10 minutos—meu pai diz já dando partida no carro—Ah propósito, trago alguns chocolates pra você assim que chegar do trabalho.

—Isso é injusto, você nunca fez isso comigo—reclama Geórgia.

—Dá última vez você jogou tudo fora, "aí vai dar muita espinha"—começa a imitar minha irmã e isso me faz rir do tanto que ficou igual.

—Quer saber? Esquece—se dá por vencida.

Chegamos na escola e meu pai já se mandou para o trabalho, já fazem cinco anos que estou nesta escola e é sempre a mesma coisa, a barriga chega a dar arrepios com coisas novas, como se esse ano fosse ser diferente. Entro dentro do edifício que já são cercado de várias pessoas, de longe vejo Lina que vi pela última vez no sábado.

—Te achei, essa escola se torna uma zona no primeiro dia de aula—ela diz e nós duas caminhamos até nossa sala, já sei que Lina seria da minha sala por conta de sua mãe ser a diretora, é claro que ela daria um escândalo de a mãe não deixasse.

—Ansiosa? —pergunto.

—Claro que sim, quero saber sobre os gatinhos que entraram na escola, esse ano vai aparecer muitos rostinho lindos por aqui.

—Nosso último ano por aqui, precisamos fazer com que seja incrível—entro dentro da sala já colocando minha mochila sobre a mesa—Só teremos que igualar a diversão adolescente junto a escola e as responsabilidades.

—Parece que certas pessoas nunca mudam—me viro e vejo Igor com Fernanda em seu colo.

—Burra eu de achar que mudaria alguém que nasceu pra ser escroto—pego minha garrafa, aproveitar o momento para não passar sede.

Caminhamos sobre o corredor e só consigo pensar em o quanto vai ser torturante ver isso todos os santos dias, eu posso mudar de sala e fugir disso, ir pra sala da minha irmã que são uma das salas com pessoas inteligentes.

—Você tá bem? Em relação a essas coisas acontecendo?—ela pergunta colocando a garrafa para encher também.

—Estou ótima, se fosse a primeira vez eu estaria destruída e com a pior cara possível—digo rindo.

—Impossível, você é sua irmã são tão lindas que chega a dar inveja—levo isso como elogio.

—Muito obrigada Lina, se eu fosse bi ou tivesse alguma atração por mulher, saiba que vice seria a primeira da minha lista—ela abre um sorriso enorme.

—Ainda dá tempo de se aventurar em uma coisa nova.

—Vamos logo, tá na hora—puxo ela pra sala novamente e logo em seguida o sinal soa.

𝗔 𝗗𝗮𝗺𝗮 𝗘 𝗢 𝗩𝗮𝗴𝗮𝗯𝘂𝗻𝗱𝗼Onde histórias criam vida. Descubra agora