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Nicolas

Semana está passando feito bala, não consegui nem piscar direito e o bagulho está passando a mil. Semana de prova e só estou tentando me concentrar na prova de biologia pois caso o contrário estarei fudido de verdade, preciso de notas boas pra estar no time de basquete então isso é totalmente obrigatório.

"Se um metal de dois kilos por acaso de fundir com outro, qual seria os kilos no total e oq isso afetaria no meio ambiente e na nossa sociedade?"

Bagulho já começa da pior forma possível, só quero acabar logo essa semana e me trancar em casa, cansado demais pra fazer qualquer outra coisa, o bom e que assim que terminar essa porra já estamos liberados pra sair da escola, no coisa boa.

Entre todas as alternativas viáveis vou na que consegue me convencer de que é a resposta, marco a letra b e meto um grande foda-se na vida, claro que é mentira, estudei pra esse negócio então é óbvio que saberei qual é a resposta certa.

Me sento no grande puff que tem sobre  a sala central da escola, esperar a gata pra ver quais serão os planos de hoje, diz ela que vai ensaiar pro campeonato e eu já vi ela dançando, a mina parece tão profissional que sinto inveja, fica rodando feito uma louca por aí.

— Está me esperando Nicolas? — a vejo de longe com sua mochila cor de rosa, tinha que ser uma patricinha mesmo.

— Não sei, para de graça e vamo logo —coloco o braço sobre seus ombros lhe puxando pra perto.

— Não sei se é uma boa ideia te levar pra minha casa, da última vez você pulou a janela com a maior ignorância do mundo, e você pode me desconcentrar.

Só reclama cara, como se eu fosse uma distração, tão perfeito do jeito que sou, alguns se matariam pra poder ter contato.

— Já disse que vou só ficar de canto, quer ficar sem me ver?

— Então vamos logo, aproveitar que temos um bom tempinho.

Partimos pro seu condomínio de luxo, aquela casa que sai correndo da última vez, um bom gosto até, com uma pegada moderna e as enormes paredes de branco e cinza, bagulho maneiro que achei dali foi a grande iluminação da sala, e as escadas de vidro, bagulho surreal.

—Seja bem vindo no meu estúdio de dança— Abre a porta do quarto e só me deparo com espelhos e aqueles bagulhos de se apoiar no balé, caralho a merma coisa mesmo.

—Do jeito que eu pensei—digo rindo de sua cara.

—Achou que seria o que aqui? Um cabaré?

—Quer um cabaré Giulia? Se quiser nós faz também—ela começa a ficar vermelha e adoro tanto isso.

— Já mandei você parar com essas brincadeiras —levanto os braços em sinal de rendição, me desculpando pelo que disse.

Abro os braços e ele vem em meu encontro, suas mãos enroladas na minha cintura me dão um calafrio cabuloso, só quero tê-la pra mim desse jeito, toda minha e só minha.

Apreciar ela é uma coisa tão boa, encostada na parede em um canto e lá está ela, refazendo os mesmos passos toda hora e muito bem concentrada e cada coisa que faz. Seu olhar fixado no Mecbook ao chão enquanto faz os passos novamente, não sou muito chegado nesses bagulho então nem sei o que faz apenas fica rodando e rodando feito louca, isso quando não mete os pé pro alto que quase bate na cabeça, mina é braba mermo.

Orgulho dessa garota.

— Pronto — diz quando o alarme em seu relógio toca, até que enfim, tava parecendo um cachorro carente prestes por atenção — Vou banhar e daí podemos ficar de bobeira por algum tempo, minha mãe só chega às cinco da manhã, acabou de mandar mensagem.

— Presente de Deus?

— Não abusa — entra dentro do banheiro e me deito em sua cama, parece uma nuvem viado, mó boa.

Apreciando aquele momento bom enquanto admiro o teto, o quarto tá mil grau, depois daquele dia ele meteu uns bagulho bem falta aqui, de longe consigo ver o negócio que fiz na parede, ela é louca mesmo de não ter tampado isso. Me aproximo pra ver de perto e ainda estava "G+N" praticamente não tínhamos nada ainda, nem sequer um selinho, aquele Paty me deixou só na vontade e daí não consegui resistir, vai nos encantos da menina futuro.

— Tá procurando o que no meu quarto? —quase que tenho um possível infarto ao escutar sua voz pelo cômodo.

—Procurando umas fotos tua e do teu ex—digo assim que recupero meus batimentos cardíacos.

—Muito engraçado, tá tudo no lixo a muito tempo, depois que te conheci joguei tudo fora, eu ainda tinha esperanças de voltar, mas percebi que se isso já não dava certo desde o começo era melhor colocar um fim, morô?—diz a última parte me imitando e abre aquele sorriso filha da puta que me deixa bobão.

—Para de ser perfeita mulher—puxo pra perto e já selo nossos lábios, aquele gosto de sempre que como quase sempre precisa me deixar com aquele gostinho de quero mais, viciante.

Caminhamos até a cama enquanto ela procura por um filme bom, diz ela que os melhores filmes para de assitir em uma boa tarde chuvosa é um da Disney+, aquele filme lá do sapo, ainda fica babando ovo pra esse metido aí do cara principal.

—Que homem meus amigos, por quê não aparece na minha vida Naveem?— não vou nem responder pra não me estressar— Esses lábios devem ser tão bom.

Ixi qual foi? Iria me trocar por um metido feio desse?

—Ou, acorda pra vida garota, teu presente tá aqui—seguro seu maxilar para que ela possa me olhar.

—Mas...

—Mas um caraí, olha a mulher dele aí, me trocaria por um sapo, Giulia?

Ela começa a rir da minha cara, quando disse que o amor é tão filha da puta a ponto de nós deixar desse jeito, frágil, não estava mentindo. Estou quase a transmitir aqueles olhos de cachorro chorão, tudo por culpa dela.

—Não te trocaria por um sapo, meu cachorrinho carente—dá uma pausa de beijos—Mas o Naveem sim.

—Não tem problema, estarei com a Rapunzel naquela torre lá, nós dois no pique.

—Por quê logo a Rapunzel?

—Porque me lembra você.

𝗔 𝗗𝗮𝗺𝗮 𝗘 𝗢 𝗩𝗮𝗴𝗮𝗯𝘂𝗻𝗱𝗼Onde histórias criam vida. Descubra agora