12

54 2 1
                                    

Giulia

Poderia dizer que ódio segundas-feiras e que também não gosto da possibilidade de ir a escola porém estarei mentindo, gosto de estudar e amo as segundas pois tenho aula de sociologia, talvez seja o único dia que eu não chegue a faltar aula ou foi o que eu imaginava. Estou tendo que me arrumar as pressas para que chegue na escola a tempo já que consegui a façanha de dormir mais do que a cama e perder a carona de meu pai, eles nem sequer quiseram me acordar. Desço as escadas furiosamente enquanto tento chamar um Uber com as mãos livres, não havia ninguém em cada o que poderia me tirar de um grande sermão.

O carro finalmente chega e partimos rumo a escola, durante todo o percurso a minha cabeça só iria em um direção, pensar que quase pude sentir seus lábios junto ao meu é um castigo, talvez seja a vida me dizendo que pude ter tudo tão fácil na vida por conta do dinheiro da família porém desta vez teria que lutar pelo que quero, talvez não vai ser tão fácil assim.

Assim que piso no território escolar checo o horário em meu "Apple Watch" que parecia me alertar que estava atrasada demais, tentando andar sinto uma mão segurando meu braço me fazendo virar e encara quem quer que seja e ainda não sei o motivo pelo qual ainda me surpreendo, era ele como sempre.

—Tenho um lugar para te mostrar—diz e nesses momentos preciso escolher entre meu futuro e o meu presente, escolhas e suas consequências.

Meditei tanto ontem em buscas de melhores respostas pois Geórgia parece uma diabinha que aparece em meu ombro me dizendo para sempre se arriscar na vida e seguir os caminhos mais divertidos e lá está eu do outro lado, me alertando sobre tudo e dizendo sobre o grande futuro que tenho pela frente. Escolher não seguir o caminho do bem não vai fazer mal, se isso não sair de controle.

—Aonde deseja me raptar?—pergunto enquanto caminho ao seu lado pela calçada.

—Espero que a paty não se importe com um buzão—faz graça.

Não é como se eu já não tivesse andado em um, as vezes passávamos por alguns perrengues.

—Um transporte como outro—me sento na cadeira do ponto de ônibus enquanto ele permanece em pé, parece checar se vem algo—Vai me dizer aonde vamos?

—Você vai ver quando chegar—isso me irrita tanto, odeio surpresas por este motivo, sempre acabo ficando ansiosa demais—Espero que esteja com fome—se inclina para pegar na minha mão quando o ônibus chega.

Talvez eu nunca tenha me imaginado neste cenário ao seu lado e caso minha mãe ou então meu pai me ver neste lugar a este horário posso ser deserdada ou então mandada em direção a outro continente, pensamentos positivos.

—Qual a sua opinião sobre um ônibus senhorita Giulia?—diz enquanto descemos do ônibus e já tenho algum palpite pois estavamos perto da praia.

—Não achei nada demais e que bom que não estava cheio, odeio toque humano—reclamo pois já vi ônibus com pessoas todas espremidas e particularmente acho isso tão nojento.

—Por quê segura minha mão? —mal havia percebido nossas mãos entrelaçadas.

Que cretino.

—Eu te odeio, espero que esse lugar seja bom se não pode esquecer esse rostinho lindo—mando um beijo no ar.

—Um dos melhores, a comida é maravilhosa—diz e então chegamos.

𝗔 𝗗𝗮𝗺𝗮 𝗘 𝗢 𝗩𝗮𝗴𝗮𝗯𝘂𝗻𝗱𝗼Onde histórias criam vida. Descubra agora