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Giulia

Parecia tão real que estava começando a me sentir tensa com a situação, e de novo aqueles sentimentos de que está acontecendo coisas ruins me invadem, e isso domina meu peito por inteiro.

Estava andando até em casa, por sei lá que motivo estava voltando pra casa a pé, ainda eram as quatro da tarde e só entrei dentro de casa e queria me jogar em um bom banho e então afundar na cama com bons sonhos, estava cansada e com dor no corpo, de alguma forma aquilo estava me deixando incomodada e com certa agonia.

Assim que entro e deixo meus sapatos na porta, vejo minha mãe no topo da escada com a pior cara que ela poderia ter, e então isso já esclareceu algumas coisas, o tal do sentimento ruim agora teria então uma explicação.

— Quando você iria me dizer Giulia? — ela então grita e só lembro da última vez no qual ela chegou a gritar assim comigo — Eu achei que pelo fato de ser sua mãe você poderia me escutar mas de novo eu estava errada sobre você, te pedi pra se afastar daquele garoto e você só fez o contrário pra desafiar a minha palavra, mas eu não estava brincando e já sabe o que fazer.

Não acredito que seja tão fácil assim ela ter descoberto tudo, como ela poderia? Estava tomando tanto cuidado com isso e então ela descobre como se isso fosse um daqueles truques de mágicos inúteis.

— Como você descobriu? — pergunto pois mentir não seria a melhor opção por agora.

— Não interessa quem me contou, só vá arrumar suas coisas — ela parecia um mostro apenas me esperando pra me devorar por completo, ela estava com a cara que parecia mudar a coloração para outra cor, e isso me deixava com medo.

Tenho a família normal até demais e isso nunca foi um problema, coisas agressivas dentro da família nunca chegou a aconteceu, mas quando se trata de laços familiares minha família acaba por se tornar outra coisa totalmente diferente, minha mãe é extremamente ligada a legados de família que vem carregando desde cedo junto com minha vó, bisavó, tataravó e vai se seguindo.

— Mãe, me desculpa por isso — tento me explicar e como se ouvesse acontecido alguma coisa que pode ser contra as leis do mundo real, uma mistura de mentiras e coisas com tanta cara de ficção que não posso acreditar.

E então se passam cenas de um futuro infeliz, construindo uma família em outro estado mas não era com ele então eu estava triste e com um vazio por dentro. Dentro de uma grande família feliz só havia um coração quebrado, e então já me faltava ar, como se meu coração e meus dutos respiratórios haviam sido arrancados de mim. E então abro os olhos, dando de cara com o moreno que me olha com certo semblante preocupado.

— Quer me matar de susto? — ele pergunta assim que consigo perceber que aquilo era apenas um sonho, minha respiração acelerada e o medo de que isso aconteça na vida real me invade.

— Desculpa — e então a imensa vontade de chorar me contamina e quando percebo já estou chorando quase como que desesperada.

— O que aconteceu vida? — ele tenta perguntar mas por mais que me force pra responder, simplesmente não sai.

Só conseguia chorar e então passamos mais de alguns minutos ali, eu em seus braços enquanto ele tentava adivinhar qual era o meu problema, passei alguns segundos tentando raciocinar que aquilo não era real e que não havia passado de um sonho ruim no qual eu quero esquecer, mas o medo novamente de que aquilo possa se tornar algo real me invade novamente.

— Qual o problema com ela? — escuto a voz da tia de Nicolas soar alto pelo cômodo e não consigo virar para encará-la, apenas mergulhar com vergonha de tudo aquilo no peito do garoto.

𝗔 𝗗𝗮𝗺𝗮 𝗘 𝗢 𝗩𝗮𝗴𝗮𝗯𝘂𝗻𝗱𝗼Onde histórias criam vida. Descubra agora