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Giulia

— De quem é isso Giulia? —Minha mãe aponta para os brincos do Nicolas que ficou acima da bancada. Merda.

— São meus mãe — Estava tão nervosa que não poderia pensar em uma desculpa melhor?

— Isso são brincos masculinos Giulia — Contesta após pegá-los na mão — Sabe o que eu te disse sobre ficar com aquele menino, né?

— Mas eu não estou com ele — Aqueles olhos azuis me penetraram pela pele, ela sabia que era mentira, ou melhor, ela já sabia da verdade.

— Eu quero saber porque mente pra mim, seu pai me disse que vocês se veem.

— É claro, estudamos na mesma escola.

— Eu fico decepcionada de ter criado uma filha tão mentirosa, depois de todo o amor que eu te dei, você não consegue nem ao menos me respeitar — Não podia dizer nada, o discurso de ódio já havia começado — Por isso que você não merece os privilégios que tem, você deveria ser como a sua irmã, inteligente e muito bom gosto.

— Sim — Quantas vezes já não tive que ouvir isso? Ouvir pela boca da minha mãe tudo o que eu queria que ela falasse para mim.

A verdade é que eu já tava esgotada demais pra tudo. Ela finalmente havia descoberto tudo, e eu seria despachada como uma mala para fora do Brasil, pela minha própria mãe ainda.

— Eu sinto vergonha de suas atitudes Giulia, você não merece estar nessa casa.

E após alguns minutos silenciosos.

— Vai me mandar para Nova Iorque agora? — digo com a cabeça baixa e pensamentos voando.

— Era o que você queria, né? Fez tudo isso só pra me provocar.

— Não mãe, eu fiz tudo isso porque eu amo o Nicolas, e ele é uma pessoa incrível.

— Aquele marmanjo sem um tustão não vai te levar a lugar nenhum Giulia, ele só vai atrasar a sua vida. Aquele garoto não pode te dar nada.

— Ele pode me dar amor mãe, coisa que eu achei que nunca poderia ter.

— Você nunca teve amor Giulia? E o Igor? Existe tanto garoto do seu nível por aí.

— O Igor? Mãe, ele me traiu com a minha melhor amiga, ou com qualquer outra garota que se colocasse diante dele.

— Não me importo com isso, eu sei que você não verá mais esse delinquente, nunca mais.

— E vai fazer o que pra impedir? Me mandar para outro país? — Provoco.

— Sabe o que eu vou fazer? Vou tirar a única oportunidade que ele tiver na vida, pra deixar ele bem na lama — arregalo os olhos e então eu havia entregado o jogo— Ele joga basquete né? — provoca.

Ele não pode perder essa oportunidade, não depois de tudo que ele fez no interclasse pra conquistar tudo, ele joga tão bem e tem tanto talento, eu me odiaria pra sempre caso eu estragasse isso.

(...)

As aulas de segunda ocorrem normalmente, não sei se meu nervosismo é da apresentação solo que será ao fim de semana como fim dos jogos do interclasse ou então o celular que não para de vibrar com as mensagens de Nicolas, estou evitando ele pois não sei como terminar o que eu suponho que nem tenhamos nada.

𝗔 𝗗𝗮𝗺𝗮 𝗘 𝗢 𝗩𝗮𝗴𝗮𝗯𝘂𝗻𝗱𝗼Onde histórias criam vida. Descubra agora