Giulia—Acharam mesmo que eu não iria descobrir?
Lá estávamos nós, recebendo um sermão garantido de umas horas já, e na verdade eu nem sei o motivo disso tudo, minha mãe sempre foi liberal ao ponto de deixar que saíamos para as festas contando que possamos chegar em casa em um certo limite e ainda está cedo, checo no celular e ainda eram oito da noite.
—Descobrir exatamente o que?—Geórgia finalmente abre a boca.
—Aonde você estava o dia inteiro Giulia?—faz uma pergunta diretamente pra mim é dessa vez me sinto muito encurralada.
—Eu te disse, estava com Lina.
—Eu liguei para Estella, disse que a filha não estava com ninguém o dia inteiro, apenas dentro do quarto fazendo essas coisas que vocês fazem—agora sim que me arrependo de ter mentido para a minha mãe, uma hora ela iria saber porém tão cedo assim?
—Eu estava com um amigo, está satisfeita agora?—é melhor ser sincera, continuar mentindo só iria me meter em uma grande bolha que uma hora iria ser descoberta novamente.
—Estaria feliz se fosse o Igor porém sei que não é, o que passa na sua cabeça para sair com gente desse tipo de classe?
Eu ainda não consigo acreditar que depois de tanto tempo ainda existe gente desse tipo, gente sem a mínima consciência do que diz e o pior é que ela já viveu tudo isso e também foi alvo de preconceito porém ainda prefere viver em um passado que todos nós já passamos.
—Espero que tenha uma boa noite de sono—pego a minha bolsa que estava sobre o sofá e indo em direção as escadas que pareciam enormes nesse momento.
—Não quero que se aproxime mais dele, se isso por acaso ousar acontecer, te mandarei para os Estados Unidos de uma vez logo.
Como sempre eu continuo repetindo o quanto sou azarada, esse tipo de coisa que só parece acontecer comigo, o suposto sentimento que estava sentindo vai ser bloqueado pela limitação da minha mãe.
Assim que consigo chegar em meu quarto só consigo desabar ao lado da porta, como se fosse automático as lágrimas começam a rolar, a primeira vez que me permito viver experiências novas depois de um relacionamento abusivo, isso é tão injusto.
***
"Coração radiante" era o que tocava no rádio enquanto meu pai faz um de seus passeios de domingo, dessa vez vamos fazer uma trilha até uma montanha, coisas de seu Matheo que inventa demais.
O lugar até que era bastante atraente, uma grande trilha que tínhamos que fazer, uns 50 minutos de caminhada até que chegamos ao topo, isso tudo lido de um grande manual que estava ali, não que seja só fontes da minha cabeça.
—Se anima filhota, você vai amar a paisagem e você ama o pôr do sol—meu pai tenta me animar mesmo tendo miseravelmente falhado.
A minha mãe não quis vir por conta de suas pernas, diz ela que não daria conta de andar por 50 minutos para ver uma vista da cidade.
—Eu estou bem, só aqueles dias de estar triste mesmo—tento tranquiliza-lo.
—E você?—pergunta a Geórgia que parece estar morrendo com apenas alguns degraus de escada.
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𝗔 𝗗𝗮𝗺𝗮 𝗘 𝗢 𝗩𝗮𝗴𝗮𝗯𝘂𝗻𝗱𝗼
Fanfiction𝗤𝘂𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗚𝗶𝘂𝗹𝗶𝗮 𝘀𝗲 𝘃ê 𝗲𝗺 𝘂𝗺 𝗯𝗲𝗰𝗼 𝘀𝗲𝗺 𝘀𝗮í𝗱𝗮, 𝘀𝘂𝗮 𝗺ã𝗲 𝗮 𝗽𝗿𝗼í𝗯𝗲 𝗱𝗲 𝗳𝗶𝗰𝗮𝗿 𝗰𝗼𝗺 𝘀𝗲𝘂 𝗮𝗺𝗼𝗿 (𝘂𝗺 𝗺𝗼𝗿𝗲𝗻𝗼, 𝗺𝗮𝗿𝗿𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗲 𝗱𝗮𝘀 𝗿𝘂𝗮𝘀), 𝗲 𝗻𝗶𝘀𝘀𝗼 𝗰𝗼𝗺𝗲ç𝗮 𝗮 𝗵𝗶𝘀𝘁ó𝗿𝗶𝗮 𝗱𝗮 𝗱...