O ninho da águia - TRADUÇÃO

Capítulo 71 - EPÍLOGO

CAPÍTULO 71: EPÍLOGO

O perfume de vários incensos e resinas ardentes mal era percebido pelo nariz de Theo, de tanto que ele havia se acostumado a eles. Contornando seu caminho pela lateral do antigo corredor, ele foi capaz de evitar perturbar quaisquer Videntes em seus transes. Era costume tratar o lugar como a biblioteca mais estrita em que ele já estivera, tanto que ele até passou a ter o cuidado de suavizar as pisadas de seus pés descalços no chão de madeira. Ele não queria ser castigado por um dos outros noviços meditando novamente.

Ao longo do centro do longo corredor, numerosas fogueiras ardiam em suas bacias designadas, variando em tamanho, desde pequenos incensários até uma enorme fogueira no meio da sala. Sobre este fogo central, o teto foi cortado para revelar as estrelas acima. Alguns dos Videntes estavam cantarolando baixinho para si mesmos ao redor dele. Theo podia sentir as vibrações de sua entonação em seus ossos.

Ao se aproximar do outro lado, ele notou uma figura familiar sentada de pernas cruzadas na frente de uma fogueira própria, sua cortina de cabelos loiros ondulados caindo sobre um ombro. Seu coração saltou como sempre fazia quando a via.

Como todos os outros que residiam aqui, incluindo ele mesmo, Luna estava vestida simplesmente com vestes fulvas de aparência engomada. Mas na cabeça ela usava um diadema de sua própria criação, composto por várias pedras arroxeadas, algumas nozes-moscadas inteiras e uma grande conta decorativa no centro que brilhava em sua testa. Ela deve ter ouvido ou sentido sua aproximação, porque se virou quando ele estava a apenas alguns passos de distância e ofereceu-lhe seu sorriso plácido de sempre.

Ninguém mais no mundo sorria para ele quando ele se aproximava, pelo menos, não sem uma pitada de reprovação em seus olhos. Não desde o desastre que ele havia feito de si mesmo, começando por encurralar Draco em todo aquele desastre de casamento forçado com Granger. Até mesmo Hermione esfriou um pouco em relação a ele desde que Draco foi derrubado de sua vassoura e quase morreu.

Mas Draco e Hermione estavam casados ​​há mais de dois anos, Pansy estava há muito tempo em paz, e a irmã distante de Theo estava feliz sozinha na Espanha. O próprio Theo estava muito longe de todos eles para machucar alguém.

Ainda.

- Você vai atrair surtos de wrackspurts com esse tipo de energia - Luna disse a ele, seus grandes olhos azuis prateados encontrando os dele.

- Desculpe - ele ofereceu sinceramente.

- Venha se sentar comigo?

Ele o fez, ficando perto o suficiente para poder, Teoricamente, estender a mão e tocá-la se quisesse, mas longe o suficiente para dar espaço a ela caso fosse isso que ela queria. Ele nunca quis forçar demais. Seu olhar cintilou em seu rosto antes de se fixar em uma de suas mãos pálidas, querendo tomá-la nas dele.

Mas não, ele não iria, porque se ele arriscasse ser rejeitado pela única pessoa que o segurava nestes dias, ele com certeza iria foder a vida dela também. Se não por causa de sua visão, então porque a magia negra não era algo que você simplesmente crescia. Deixava marcas em você, marcas que nunca iriam embora, visíveis ou não.

Ele olhou para o colo, onde seus dedos estavam cutucando a manga puída. O tipo de magia negra em que ele cresceu quando seu pai estava vivo era algo do qual ele nunca foi totalmente capaz de se livrar. A qualquer momento, ele estava apenas a um tropeço mental de reviver aqueles dias maus. Os corredores escuros da casa ancestral dos Notts atormentavam seus pensamentos acordados e pareciam contaminar os espaços entre seu sangue e seus ossos. Em sonhos, ele cortava sua própria pele, esperando entregar pessoalmente sua carcaça contaminada à Morte. Quando ele acordava, seus pulsos e antebraços ainda doíam com a memória fantasma da dor daqueles dias, quando o Lorde das Trevas reinava, e quando seu próprio pai quis usar sua visão para propósitos nefastos, potencialmente destruidores para o mundo...