Capítulo 5, parte II

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— O soldado tinha razão. – Christopher comentou baixo, e a morena não soube identificar o tom de voz dele. – Caçadora de políticos...

— Alex. – ela o encarou. – Por favor.

— Que soldado? – Dante mirou o senador.

— Juan. – Noah disse, vendo que o político nada falaria.

— Tentou me ajudar. – Dante coçou a nuca, incomodado pelas lembranças. – Tentou muito me ajudar.

— Podemos não falar disso? – Dulce arrepiou-se e abraçou a si mesma. – Por favor.

— Certo. – Christopher cruzou os braços. – Dante é quem te entende... e o Noah? – voltou a encarar a morena. – E em que posição eu estou? Junto com todos os políticos que você investigava ou o que?

— Alex! – arregalou os olhos.

— Quero entender! – arqueou as sobrancelhas. – Se sou sempre a última opção, talvez você considere que...

— É, é isso sim! – Dulce esbravejou em tom irônico. – Os dois aqui me importam, mas você está na mesma cesta de pessoas que faz desvio de dinheiro e tráfico de drogas! – o senador girou os olhos. – Porra, Christopher, você presta atenção nas merdas que fala?

— Você presta atenção nas coisas que faz? – ele rebateu. – Ponha-se no meu lugar, retome o que aconteceu e me diga o que eu deveria pensar!

— Que eu iria atrás de você assim que fosse possível! – ela bateu na mesa.

— Quando seria isso? Depois do Dante? – apontou o alemão. – Depois do Noah? Ou depois do Dario? – arqueou apenas uma sobrancelha. – Ou da Samay? Depois de quem?

— Assim que fosse possível! – ela repetiu. – E foi possível agora, por isso eu falei com você agora!

— Que hora propícia! – exclamou com ironia.

— O que você queria? Que eu optasse por chamar você, que está com a cara na mídia e é a única pessoa que pode ter informações do Anthony sem começar uma guerra ou sofrer risco de morte, ao invés de recorrer a quem, com o perdão da palavra, não é relevante para o restante da sociedade? – apontou os gêmeos. – Porque seu pai vai te dar informações sobre o Anthony, você sabe disso! Ele vai falar com você e ninguém mais, porque Poncho já não é mais uma opção, ou eu estou errada? – levantou-se.

— Errada não está! – o senador assumiu. – Não está! Mas não poderia fazer diferente? Não poderia simplesmente ter contado comigo? Comigo!

— Posso fazer diferente, é claro que sim! Recorro a você logo de primeira, vamos pensar em como as coisas seriam? – deu de ombros. – Aceito uma proposta do Anthony, volto atrás poucas horas depois, Alisson aparece com uma porção de informações, Anahí surta e eu decido que, diante disso, vou atrás de você! – deu um passo para trás. – Encontro a Irina, entrego para ela tudo o que a Alisson me deixou e passo a fazer o que ela considera que é "bom". – fez aspas com os dedos. – A guerra com o Anthony se torna direta, perdemos qualquer chance de informação, porque ele não vai permitir que o seu pai te diga mais nada, obviamente! – girou os olhos. – A guerra com a Yekaterina, então, nem se fala, se torna mais do que direta! E, chutando por baixo, perco o meu pai, a Reme, esses dois e a Ailin. – apontou os gêmeos novamente. – Porque Anthony não vai me fazer mal algum, mas vai minar tudo ao meu redor até eu ceder.

— Já entendi. – o senador murmurou, ainda bravo.

— Esse é o cenário que você quer! Mas tente pensar no que eu fiz, por favor. – disse mais suave, porém firme o suficiente para não ser interrompida. – Se um mês se passou e eu não estou com você, então claramente eu não simplesmente fugi; eu estou desaparecida. E quem desapareceu comigo? Anthony não sabe, Irina não sabe, Yekaterina também não sabe, ninguém sabe! – deu de ombros. – E que eles se matem para descobrir! Até que pensem em parar com a guerra interna e conversar entre eles, eu já te encontrei, já assumi essa porcaria e encerrei as atividades dessa merda toda! – bufou ao final. – Porque no final das contas, essa é a única coisa que eu farei enquanto sucessora disso tudo: encerrar todas as atividades. Não quero levar nada disso para frente, eu sou completamente contra tudo isso! E você sabe! Aliás, nessa cozinha, todos sabemos disso!

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