Capítulo 18

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Capítulo 18

— Suri. – esperou que o homem desse a volta e entrasse no carro. – Deu tudo certo?

— Sim, senhora. – mirou Dulce pelo retrovisor. – Ela estará na clínica em meia hora.

— Em quanto tempo chegamos? – olhou o relógio.

— 25 minutos. – ligou o carro.

— Perfeito. E quanto ao doutor? – pegou os óculos escuros.

— Está em um parto. – virou o rosto para ela. – A senhora me pediu que não fizesse nada se...

— Fez bem. – assentiu. – Que seja o quanto antes, mas que não interfira em nenhuma criança.

— Sim, senhora.

— Pois bem... – apontou para frente. – Seguimos. – colocou os óculos escuros e o homem deu partida, deixando o humilde prédio na colônia de Santo Domingo.

Sentiu o celular vibrar em sua bolsa, puxou o aparelho e notou a mensagem do noivo.

Alex meu favorito
São três da tarde. Ainda está no seu pai?

María minha favorita
Chego para o jantar.

Alex meu favorito
DULCE! Não foi essa a minha pergunta!

Ela bloqueou novamente o aparelho e mirou a rua, optava por não responder ao noivo, sabia que ele não concordaria com os seus planos e terminariam discutindo por telefone, coisa que ela julgou ser muito pior do que pessoalmente.

Não pegou no celular enquanto o carro percorria as ruas da capital mexicana, era tão estranho o sentimento de estar em um carro escuro, com ar-condicionado e tão protegida do mundo externo; jamais tivera tanta privacidade e proteção.

Chegou à clínica em exatos 25 minutos, Suri estacionou nos fundos, desceu primeiro e logo voltou com o jaleco branco nas mãos e a máscara de mesma cor.

Dulce colocou o jaleco, depois a máscara cirúrgica e então seguiu Suri até a sala. Entrou sozinha e reparou em cada um dos muitos aparelhos de fisioterapia.

Olhou para o canto da parede e notou que a câmera de segurança já não tinha mais nenhuma luz vermelha, indicando que fora desligada.

— Com licença, doutora. – Suri entrou na sala, empurrando a cadeira de rodas com a mulher, e a deixou ao lado da mesa.

— Obrigada. – Dulce disse, sem virar-se para o homem.

— Com licença. – ele sorriu para a senhora na cadeira de rodas. – Venho buscá-la daqui a uma hora.

— Obrigada. – a senhora sorriu para ele. – Ahm... doutora?

— Oi. – virou-se para ela e abaixou a máscara. – Blanca.

— Dulce! – arregalou os olhos.

A morena encarou a mãe por longos segundos. Os cabelos castanhos da senhora estavam presos em um baixo e curto rabo de cavalo, ela usava uma calça de ginástica azul e uma blusa branca, já bastante desgastada pelo tempo.

Não pôde deixar de pensar no quanto admirava a simplicidade de Blanca, daria qualquer coisa por ser filha legítima da senhora.

— Me desculpe vir dessa forma. – Dulce disse, aproximando-se dela. – Sem avisar e... no susto.

— Querida... – respirou fundo. – Oh, querida... me desculpe pela reação. – fez força para levantar-se da cadeira. – Venha, me dê um abraço.

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