Capítulo 39, parte II

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— Então você foi atrás da Dulce, porque você sabia onde ela estava, e ao invés de ajudá-la, você disparou uma bala na cabeça dela. – disse entre dentes. – Que Alisson tenha estado ali e entrado na frente, foi sorte... ou destino, como quiser chamar, mas o fato é que você apontou uma arma e apertou o gatilho. Você teria matado. – a loira levou as mãos ao rosto. – Depois foi pedir perdão, entrou num carro com ela e, de repente, estavam sendo perseguidas e trocando tiros pela cidade. O pior é que isso nem foi coincidência, isso foi encomendado por você! Por você! – frisou, tocando o joelho dela, que então o mirou. – Agora você teve a cara de pau de entrar na minha casa para buscar roupas para uma viagem com a mesma pessoa que você já tentou matar duas vezes, e achou que eu não ia ficar sabendo? Achou que eu ia ficar de braços cruzados enquanto você coloca a minha noiva e o meu sogro embaixo das suas asas? Você perdeu o bom senso, Anahí? – encarou-a. – Fala para mim, você acha que eu sou imbecil? Um idiota que vai abaixar a cabeça para cada atitude sua? Me responda, por favor!

— Não. – engoliu devagar. – Óbvio que não.

— Tem capanga seu rondando aquele apartamento, você colocou a Dulce num avião particular e a trouxe no meio da noite. – grunhiu. – No meio da noite! Porque quando eu passei por lá, ela já não estava! – ela girou os olhos. – E chego aqui e te encontro brincando de família feliz, o que é isso? Até quando vai continuar enganando essa gente? – arqueou a sobrancelhas para ela. – São pessoas inocentes! Essa gente teve uma vida tranquila até agora, simples, honesta, sem se envolver com a porcaria que você sabe!

— E você acha que eu vou fazer o que? – cruzou os braços. – Hm? Fala aí! Você acha que eu vou meter bala em todo mundo? Acha que eu vou fazer alguma coisa para as únicas pessoas que me tratam bem neste mundo? – arqueou uma sobrancelha. – Acha que eu vou machucar o homem que me acolheu? Acha que vou arriscar as coisas agora que a Dulce resolveu me dar uma chance? Eu é que não sou imbecil, Christopher! – inclinou o corpo para ele. – Isso aqui é família! Essa simplicidade e essa coisa honesta que eles todos possuem, é exatamente o que eu quero! Porque você sabe bem que Anthony não conhece nada disso, e eu é que não serei tonta de esperar que Yekaterina ou Irina me demonstrem algo! – colocou o dedo contra o peito dele. – Eu estou lutando por mim! E não vou parar só porque você está desgostoso!

— Na minha noiva você não toca! – tirou a mão dela de si.

— Ou o que? – encarou-o.

— Ou vai conhecer o inferno. – manteve os olhos presos aos dela. – Você não sabe do que eu sou capaz. E te aconselho a não querer descobrir.

— Agora está me ameaçando? – seguiu firme ao encará-lo.

— Estou avisando. – respondeu sério. – Eu não ameaço, eu ajo. Reze para nunca me ver agir.

— Pessoal? – Maggie os chamou, parada na porta da casa. – Dul está chamando vocês no quarto. – notou que ambos seguiam em silêncio. – Gente? Ani? Christopher?

— Christopher já vai subir, Maggie. – Anahí disse, sem tirar os olhos do homem. – Eu vou ficar com o meu pai.

— O tio Fernando acabou de subir para falar com a Dul. – a morena comentou. – Foi quando ela me pediu para chamar vocês dois.

— Parece que iremos juntos, cunhadinha. – Christopher levantou-se e incentivou a loira a fazer o mesmo. – Vamos?

Anahí o olhou de soslaio, respirou fundo e levantou-se com visível mau humor, então passou por ele e seguiu caminhando a passos decididos até Maggie.

— A Dul está quase terminando a maquiagem da Brisa. – a morena comentou. – Eu vou fazer a minha agora. Se vocês precisarem de algo, me avisem.

— Obrigada, Maggie. A tia Matilde se acalmou? – Anahí perguntou, levando de maneira inconsciente os olhos na direção da cozinha.

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