Capítulo 31
Dante encarava o quarto e não conseguia levantar-se da cama, ainda era difícil assimilar toda a conversa que tivera com a ex-namorada.
Fizera de tudo para não magoá-la, cuidara os próprios passos, as ações e atitudes, justamente para que jamais tivesse que viver com ela uma conversa como aquelas; mas tudo fora em vão. Dulce terminara magoada, chateada e possivelmente jamais o aceitaria em sua vida, fosse como fosse.
— Antes tivesse morrido de uma vez. – ele bufou, secando a lágrima que escapara enquanto mirava a foto antiga com a morena.
— Brother? – Noah encostou-se à porta do quarto. – Posso entrar? – o irmão deu de ombros, sem parecer se importar. – Como você está?
— Como você acha? – murmurou. – Uma merda, Noah. Estou uma merda.
— A Dulce... – sentou-se ao lado dele. – Dulce estava nervosa. Guardou muita coisa por muito tempo, e você sabe que esse tipo de coisa só potencializa o problema.
— Ela sabia, Noah! – bateu na cama. – Três anos sabendo o que eu fazia, e mesmo assim me aceitou de volta, mesmo assim... ficou comigo em Munique, cara! Me perdoou sem que eu nem tivesse que pedir perdão! – encarou a foto. – E eu jamais pensei em contar a verdade para ela. Te juro, jamais pensei nisso.
— Brother. – colocou a mão sobre a foto e o irmão o mirou. – Dulce sabe uma parte muito pequena das coisas e está formando a história na própria cabeça.
— Sim, mas...
— Neste momento, honestamente, é melhor que seja assim. – interrompeu-o. – Não é benefício para ela saber de tudo agora.
— Ela me odeia! – disse alto. – Viu como ela me encarou? Ela nunca havia me olhado daquela forma, Noah! Decepcionada, magoada... machucada. Ela nunca me olhou daquela forma!
— Antes te olhar desta forma estando viva, do que jamais te olhar de forma alguma! – disse sério. – Melhor viva do que morta, é ou não é? Sei que dói, Dan! Eu entendo, eu não ignoro a sua dor, mas se você a ama, e eu sei que ama, deve deixar que as coisas permaneçam assim.
— Não aguento mais. – contraiu os lábios. – Acho que não aguento... eu acho que não consigo.
— Consegue. Sim, consegue. – deu a mão para ele. – Estou aqui e daqui não vou sair. E garanto que você consegue. Nós conseguimos.
— Perdi o amor da minha vida. – encarou a foto. – Vi o amor da minha vida encontrar um novo amor. – a lágrima escorreu lentamente. – Agora eu vejo o amor da minha vida me odiar.
— Ela não te odeia. – sussurrou. – Dulce é incapaz de odiar você. – abraçou-o de lado. – Sei que ela é incapaz.
Dante ficou em silêncio por alguns segundos, encarava a foto tirada poucos dias após o casal engatar o namoro. Se havia algo do qual sempre se orgulhara, era de fazer Dulce sorrir de maneira tão natural e fácil.
Acreditava que fosse tão bom em fazê-la feliz, e agora, ironicamente parecia ser a razão do sofrimento da morena.
Soltou-se do irmão, levantou-se e foi até o armário, pegando a mochila pequena.
— Hey! – Noah levantou-se. – Aonde você vai?
— Dar uma volta, espairecer! – colocou a mochila nas costas.
— O que tem nessa mochila? – viu o irmão sair do quarto e rapidamente o seguiu. – Dan, o que tem nessa mochila?
— Nada! – pegou a chave do carro. – Um casaco.
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Jogada Política
RomanceSe tanto a queriam, ela estava ali. E permaneceria, não por gosto ou escolha, mas por uma necessidade inerente ao próprio caminho. Se tanto haviam desejado uma nova rainha, agora eles a tinham. Doce, mundo doce àquele do tráfico e da política. Do...