Capítulo 77, parte III

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— Senhora? – Suri a mirou. – Para onde desejar ir?

— Para onde eu desejo? – estralou a língua. – Nem sei mais, Suri. – disse, mas o homem apenas a encarou. – Queria a minha vida de volta, queria ver a Samay, queria andar na rua, eu realmente desejo tantas coisas!

— Ahm... – sem jeito. – Não posso fazer tudo isso, senhora.

— Eu sei. – riu baixo. – Uma pena que você não seja o gênio da lâmpada, né?

— Ahm... é. – coçou a cabeça, sem jeito. – Mas posso te... conceder um desejo.

— Hãn? – surpreendeu-se por vê-lo entrar na brincadeira.

— Posso levá-la para ver a Samay. – deu um leve sorriso. – Sei uma maneira.

— Ver a Samay... de verdade? – deslizou o corpo para a ponta do banco. – A nossa Sama? No hospital e tudo?

— Sim, digo... a Samay.

— É, mas... – deu um leve sorriso. – Vai realmente me levar para vê-la? Só eu e você? Não vai contar para o Dario e me dedurar para o Christopher?

— Eu não digo nada, senhora. – desviou o olhar. – Nem sei de nada. – ela riu ao vê-lo.

— Você é realmente o meu gênio da lâmpada, Suri! – levantou o corpo e lhe beijou o alto da cabeça, então voltou a sentar-se no banco. – Me leve para ver a Sama, por favor!

— Sim, senhora! – assentiu prontamente.

Dulce aceitou prontamente cada gesto do homem, confiava plenamente que Suri a manteria segura, mas mais do que isso, acreditava que ele honestamente desejava ajudá-la.

Manteve-se em silêncio enquanto o carro parecia percorrer as mais diversas ruas na capital, e não disse nada nem mesmo quando Suri fez uma curta parada em uma casa que, para ela, era desconhecida. O homem parou em frente ao portão, abaixou apenas um pouco o vidro do carro, e logo a mulher aproximou-se e lhe entregou um saco preto. Ele agradeceu e arrancou com o carro em seguida.

Somente então foram para o hospital. Quando chegaram, o segurança estacionou no subsolo, e ainda com os vidros levantados, virou-se para a morena.

— Senhora? – pegou a sacola preta.

— Quem era a mulher, Suri? – Dulce questionou.

— Ela não viu a senhora. – garantiu.

— Eu confio que não. – disse tranquila. – Mas quem é ela?

— Um contato, senhora. – lhe entregou a sacola. – Que já fez muito por mim. Por toda a minha família... quando eu tinha uma.

— Não precisa dizer mais nada. – sorriu e puxou a sacola para si. – Eu te entendo.

— Garanto que ela sequer sabe que trabalho para a senhora. – disse firme. – Eu não arriscaria a segurança de nenhum de vocês.

— Suri. – encarou-o. – Não tem que se preocupar. Mesmo. – ele assentiu, e ela abriu a sacola preta. – O que é tudo isso?

— Acessórios. – apontou a peruca ruiva que ela segurava. – E roupas também. Eu vou cuidar de tudo, mas caso nos vejam, ainda preciso garantir que não a reconheçam.

— Isso soou até divertido agora. – prendeu o cabelo em um baixo coque. – Agradeça ao seu contato por não ter me dado uma peruca loira, dessa vez.

— Senhora. – sorriu sem graça e ela apenas deu de ombros.

Dulce colocou a peruca de comprimento longo e cor vermelha, depois vestiu o casaco preto que ele lhe dera e os óculos escuros. Para completar, deslizou o batom vermelho pelos lábios.

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