Capítulo 85

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Capítulo 85

— Encontrou algo, cari? – Christopher mirou a prima, que seguia digitando no computador.

— Christopher, me deixe respirar! – Lucía bateu na mesa e o mirou. – Mary deu a foto de uma videira! Existem milhões de videiras! – arfou. – Eu estou tentando rastrear e encontrar alguma semelhança, mas pelo amor de Jesus Cristo, eu não sou Deus! ME DÊ UM TEMPO!

— Tá bom! – ele disse, afastando-se dela. – Não fique brava. Só perguntei por que ela publicou ontem, e hoje já é outro dia e...

— Uckermann! – mirou-o e apontou a cozinha. – Vaza.

— Tá bom, tá bom! – bufou e saiu da sala. – Tá bom. – parou na sala de jantar e viu o irmão concentrado no tablet. – Poncho?

— Brother, o Twitter não fala de outra coisa! – mirou-o. – Todo os sites... está em tudo quanto é canto! Maite me mandou uma mensagem, disse que a redação da revista está pegando fogo.

— Sobre a matéria do Dante? – sentou-se ao lado do irmão.

— Christopher. – sério. – Nossa vida vai explodir hoje. Entrar na câmara será um desafio quase impossível.

— Eu direi a verdade. – puxou o tablet para si. – Que ele pode ser o meu pai, mas que não respondo pela política dele. Não tenho nada a ver.

— Seria ótimo se tudo fosse tão simples. – arqueou as sobrancelhas. – Vão nos fazer mil perguntas, vão indagar sobre o que sabemos, vão vasculhar as contas da família e tudo o que já fizemos na câmara. – disse, enquanto o irmão seguia lendo. – Vão falar do meu casamento, vão falar da sua relação com a Roberta... tudo será colocado em cheque agora.

— Quer saber? – mirou-o outra vez. – Nada do que está aqui é mentira. E Dante pegou até leve com a história da Roberta.

— Christopher. – suspirou. – Sei que está irritado com tudo, mas...

— Passei da fase da irritação, agora eu só tenho ódio. E a política e tudo o que construí até aqui, é pouco. – sério. – Porque foi construído em cima de mentiras. O que eu tenho com a María, o que tenho contigo, com as minhas sobrinhas... é isso o que me importa: o presente e o futuro. Do passado eu não quero nada.

— Eu valorizo isso. – virou-se para ele. – Brother, eu tenho tanta aversão a essa situação quanto você, e é óbvio que na minha lista de prioridades agora, só cabe a minha própria família e a sua. Vou estar aqui para você sempre.

— E vice-versa. – Christopher concluiu. – Sempre foi assim.

— Sim, mas... – contraiu os lábios. – Digo, eu não sou apenas isso, entende? Eu não sou apenas o meu agora ou o meu futuro. Para bem ou para mal, eu também sou as experiências do passado, sou os erros e os acertos.

— Poncho...

— Eu tenho um pai e uma mãe, e embora eles não sejam perfeitos e tenham cometidos erros imensos, eles ainda são o meu pai e a minha mãe. – encarou-o. – Você entende o que eu quero dizer? Nós podemos escolher seguir em frente, mas não podemos ignorar o que houve antes.

— Sim. – disse baixo. – Eu sei, acho que só... acho que estou frustrado.

— Vamos encontrar a Dulce. – disse firme. – Vamos recuperar a sua família! E preciso que você mantenha-se inteiro para isso.

— Eu estarei. – assentiu. – Prometo, cara. Estou e permanecerei inteiro.

— Com licença. – Dario entrou na sala. – Jovem.

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