Capítulo 53, parte II

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Pensou em ligar para Christopher, mas sabia que tal notícia somente o preocuparia e o faria deixar o trabalho imediatamente; não era a intenção dela.

Dulce precisava de ajuda, precisava de raciocínio estratégico, precisava de experiência. Ela precisava da pessoa com quem não queria contar.

— Inferno. – grunhiu enquanto discava o número.

Minha filha? – Anna atendeu rapidamente. – Que bom receber uma ligação sua!

Anna, eu... – fechou os olhos e negou com a cabeça. – Eu preciso da sua ajuda.

Dulce! – a loira sequer tentou disfarçar a surpresa. – Sim! Claro! O que quiser, minha filha, que... que bom que ligou! Estou aqui para você!

Tudo bem... então... – puxou o ar. – Hm... sobre a história do celular que a Alexandra me deu e que... bem... que...

Quando ela entrou em contato com você, filha? – interrompeu-a, e a morena ficou em silêncio. – É evidente que ela fez isso, eu só quero saber quando foi. Estou tentando te ajudar, meu amor.

— Sim, é... agora. – encarou os post-its na parede. – Ela mandou uma mensagem agora.

Justamente quando o Walter encontrou o Anthony. – disse com raiva. – Que conveniente!

— Quando o Walter... o que? – rapidamente arregalou os olhos. – Quando foi isso? Me fale direito!

— Walter acabou de chegar à casa onde o Anthony está. – comentou. – E Yekaterina não saiu de lá durante toda a manhã. Estou monitorando minuto a minuto.

— Não sabia que você também estava... enfim... com isso.

— Ora, meu amor, eu me preocupo com você! E embora sua equipe seja competente, ainda falta malícia para alguns. – disse com leveza. – Principalmente para a Lucía. Eu adoraria treiná-la, inclusive, mas ela saiu tão arisca quanto você.

— Deve ser por isso que eu gosto tanto dela. – Dulce disse, sorrindo sarcástica ao final.

De qualquer forma, fico feliz em poder ajudar. – rebateu com sutileza, e a morena girou os olhos no mesmo instante. – Diga, meu amor, o que Alexandra lhe pediu?

— Me passou um endereço e me pediu que a visse hoje às seis da tarde. – pigarreou. – O estranho é que ela ligou, e quando eu atendi, desligou sem falar nada e enviou uma mensagem com esse endereço em seguida. Não assinou, não deu detalhes, não disse... nada.

— Porque é uma armadilha, minha filha. – disse em óbvio tom. – Você não irá a esse encontro, espero que tenha isso bem claro.

Na verdade, eu meio que já confirmei. – sorriu sem graça. – Não coloquei mais detalhes na mensagem, eu só disse que "ok".

Ai, Dulce! – exalou pesadamente. – Por que você não fala comigo antes de fazer as coisas?

Eu estou falando agora! – resmungou. – Não soube o que fazer, Christopher está no trabalho, e pensei que não poderia enrolar por muito tempo. Eu disse o que dava! Será que você pode não julgar e somente ajudar de uma vez? Porque se não for para fazer isso, eu dispenso esse monte de conversa.

Você nasceu com o gênio complicado do seu avô, sabia? – a loira riu sozinha. – Me envie o endereço, meu amor. Mandarei uma sósia e uma equipe armada, assim que eu tiver um retorno, aviso você.

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