Capítulo 93

371 40 403
                                    

Capítulo 93

— Cara! – estralou os dedos na frente do rosto dele. – Dan! Acorde!

— O que é? – o alemão piscou seguidas vezes e mirou o amigo.

— Está dormindo no ponto, cara! – riu dele e abriu a lata de cerveja. – Estou falando há tempos aqui.

— Foi mal. – coçou a cabeça. – Foi mal, brother, estou preocupado.

— O que está tirando a sua paz? – empurrou a latinha para ele. – Toma, vai. Talvez isso te ajude a relaxar.

— Estou achando que não sou mais capaz disso, Gael. – o alemão pegou a cerveja. – De relaxar.

— Por quê? – abriu a nova latinha para si. – Diz pela Dul?

— E por quem mais seria? – exalou e deu um longo gole na bebida.

— Hm. – o jornalista também bebeu a cerveja. – Por quê? Digo, está tudo sob controle.

— Teoricamente, sim. – pousou a cerveja no braço do sofá. – Mas ela está cada dia mais cansada, questionando mais e... sei lá, acho que está dando para trás, Gael.

— Porque ela não entende, Dan. – inclinou-se para ele. – E você sabe que ela nunca poderá entender por completo.

— Sim, mas...

— Aliás, quanto menos a Dul entender, melhor. – Gael antecipou-se. – Mais seguro.

— Acho que esse é o ponto. – o alemão confessou. – Sabe o que ela veio me dizer? Com muita educação, muito polida e tudo, mas veio.

— Disse o que? – franziu o cenho.

— Que "talvez o Noah esteja certo". – fez aspas com os dedos ao falar. – "Talvez morar em Munique não seja uma má ideia".

— Dan!

— Ela disse! – arfou. – Agora, honestamente, que o Noah não nos apoie é bem previsível, para mim, mas se a Dul mudar de ideia...

— Noah não apoia porque sabe do contexto todo. – frisou.

— Justamente por isso! A Dul nem sabe e já está começando com o pensamento de não apoiar! – arqueou as sobrancelhas. – É da minha namorada que estamos falando, a futura mãe dos meus filhos. Entende a minha posição?

— É sua namorada e minha melhor amiga. – tornou-se sério. – Mas também é a minha missão.

— Gael...

— Eu posso, e vou, enrolar a pessoa que for, para garantir a vida plena da Dul e preservá-la de saber tudo o que a cerca. – tocou o ombro do amigo. – Nem Rússia e nem porra de país ou agência alguma vai chegar perto dela enquanto eu estiver vivo.

— Não precisa me repetir o óbvio, eu sei disso. Vou protegê-la acima de tudo, e sou bem consciente de que posso contar com você para isso. – Dante o encarou ao falar. – O meu ponto é: até quando isso será sustentável? Porque uma hora a agência vai se cansar da sua falta de posicionamento. Do mesmo jeito que se cansaram comigo.

— Sim... e não. – Gael deu de ombros. – Porque até poderia não ser a intenção antes, mas o fato é que nós dois nos tornamos importantes para a Dul, e o DEA não pode permitir que nada de mal aconteça a ela. Se algo me acontece ou te acontece, é só efeito colateral, mas se ela se machuca, vai tudo por água abaixo. – arqueou umas sobrancelhas. – Aí você pode apostar que a Pavaga sai do esconderijo, se revela, e ainda por cima, mata todos os nossos homens.

Jogada PolíticaOnde histórias criam vida. Descubra agora