Capítulo 89

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Capítulo 89

Nazaret passara o dia todo preocupada com Dulce, não havia nada capaz de acalmar os pensamentos da senhora. Deveria assumir que conhecia Anthony o suficiente para saber que o homem não desistiria enquanto não obtivesse de Dulce a reação que realmente esperava.

Logo que o homem deixara a casa, a senhora entrara na internet, e entendera, por fim, a razão do acesso de raiva que ele tivera.

06 de junho de 2019
@ChristopherUck
Bom dia! Hoje será um dia especial!
A @DMEspinosa e eu passaremos pelo Estado de Jalisco.
Povo de #ElSalto preparem-se! Estamos ansiosos para encontrar vocês!

A senhora sabia bem o que aquilo significava: o início de mais uma grande e intensa guerra. Se o senador utilizara a cidade localizada a menos de 100km de distância, era porque sabia muito bem onde Anthony escondera a morena, e cedo ou tarde, chegariam até aquela casa.

Assim, a mulher passou o dia em completa aflição. Viu os seguranças trabalharem como nunca, escondendo os documentos e pastas de Anthony.

Do lado de fora, o clima parecia entender que aquele não era um dia festivo, e fechou-se por completo, entregando a todos um dos céus mais cinzas que já haviam visto.

O relógio marcava oito horas da noite quando Nazaret notou a movimentação estranha pela casa, e quinze minutos depois, ouviu o primeiro tiro.

A senhora pegou o terço e correu para o quarto, escondendo-se embaixo da escrivaninha enquanto o barulho daquele primeiro tiro agora ganhava forçava e se multiplicava.

Levou as mãos à cabeça e escondeu o rosto entre as pernas, a frequência dos tiros aumentava, e ela escutava os passos apressados dentro e fora de casa; a invasão no local era certa.

— HEY! – o homem entrou no quarto e apontou a arma para ela. – VOCÊ! ANDA!

— Sim... senhor. – ela levantou as mãos e saiu devagar debaixo da escrivaninha.

— ANDA! – puxou-a pelos cabelos, e a senhora ficou rapidamente de pé. – Para frente, bora, vai! Anda!

— Sim, senhor. – sussurrou, sentindo a arma em sua nuca. – Quem são vocês?

— Quieta! – bateu a arma na cabeça dela. – E andando!

— O senhor não está. – disse, enquanto caminhava. – Saiu cedo.

— Vou explodir a sua cabeça! – reclamou. – Cale a boca!

— Eu não sou ninguém. – ela murmurou, mas o homem não pareceu importar-se, e seguiu levando-a até a sala da casa.

— Senhor. – ele disse, atraindo a atenção do homem. – Encontrei-a no quarto. – fez a mulher ajoelhar-se e manteve a arma em sua nuca.

— Nazaret? – aproximou-se dela, e não pôde evitar surpreender-se ao ver que Anthony mantivera a equipe de confiança.

— Christopher? – ela arregalou os olhos ao perceber no rapaz o colete a prova de balas, e o fato de que ele parecia liderar tal invasão. – Ora, jovem Christopher!

— Onde ele está, Nazaret? – o senador abaixou-se para mirá-la. – Onde aquele infeliz colocou a Dulce?

— Não... – ela negou com a cabeça.

— É importante! – encarou-a. – Nazaret, ela é minha noiva! Ela é mãe da nossa filha!

— Oh! – a senhora piscou seguidas vezes. – É uma menina? – viu-o fechar os olhos, em sinal de arrependimento. – A senhora nunca contou.

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