Jogada Política

Capítulo 8, parte II

— Hey... – abraçou-a. – Shh...shh... chega. – sussurrou. – Está tudo bem, nós três estamos aqui, está tudo bem.

— Não vou deixar, Alex. – apertou-o durante o abraço. – Eu juro que não vou!

— Está bem, eu sei, eu sei... – beijou-lhe o ombro. – Eu sei, meu amor. – acariciou-lhe os cabelos. – Acalme-se, meu amor... acalme-se. Eu estou aqui. – chorou em silêncio. – Eu estou aqui, eu amo você... amo vocês.

— Vou cuidar... – murmurou. – Para sempre. Vou cuida para sempre de vocês.

— Eu não tenho dúvida, amor. – tocou o rosto dela e olharam-se. – Sempre um pelo outro, como prometido, não é?! Nós três!

— Me desculpe por isso tudo. – ela corou ao falar. – E por trazer tantos problemas, eu... eu queria ter contado tudo antes, mas a gravidez me pegou de surpresa, depois eu surtei tentando cuidar de tudo e não... – afastou os rostos. – Eu tentei te proteger, proteger o meu pai e todos os que eu amo, e eu sei que menti muito para isso, mas eu estava passando por muitos surtos internos, e julguei, por mim, que isso também abalaria você, e eu não queria algo ruim e... eu sei que fiz mal, mas eu não soube fazer de outra maneira. – soluçava entre lágrimas, mas sentia-se extremamente leve por poder falar. – Eu não sei lidar com as coisas, porque sinto que tudo dentro de mim vai de zero a cem muito rápido! Eu não consegui, até hoje, contar ao meu pai sobre a Anahí ter apontado uma arma para mim... e nem vou. – secou rapidamente o rosto. – Saber de tantas coisas é algo que corrói, e foi muito difícil esperar até que fosse adequado te trazer em segurança e com saúde. Eu sei que poderia ter falado isso antes, mas nada na nossa vida foi normal nos últimos tempos, e eu queria te dar uma festa de aniversário e uma notícia boa... pelo menos isso. – fungou. – E a ideia não era desabafar logo em seguida, então, me desculpe por isso também, por favor. Perdão se tudo deu errado nos últimos tempos.

— Eu amo você! Amo seus pensamentos, suas preocupações, amo sua inteligência, amo tudo o que você sabe e amo te ajudar com o que você não sabe. – secava o rosto dela. – Eu amo a dupla que somos, María. E agora eu amo o nosso bombom... feito com tanto amor! – beijou o canto dos lábios dela. – Sim, o não saber nada de você, me machucou. Chegar por último, me machucou, me magoou e foi muito ruim, mas eu não menti quando disse que queria passar uma borracha nisso. Eu estou verdadeiramente disposto a uma nova chance para nós, para a nossa vida. – ela assentiu em silêncio. – Fico feliz que me conte tudo agora, isso foi o que eu sempre quis, porque confio que somos capazes de encontrar uma solução sempre que estamos juntos. – disse firme, com um leve sorriso. – Se precisarmos proteger o nosso filho do mundo inteiro, então te garanto que não soltarei a sua mão para fazermos isso. Se precisarmos negociar com a máfia, pois eu farei isso. Juntos, María, sem mais nenhuma mentira.

— Sim. – sussurrou. – Sim... você sabe de tudo agora.

— Seremos sinceros inclusive com o Poncho. – pediu. – Anahí se acertará com ele depois, mas ele saberá sobre aquela criança.

— Sim. – ela sussurrou outra vez. – Contaremos.

— E sobre as negociações com os carteis, a polícia e os políticos... – disse e ela o encarou. – Eu faço isso. Não vou arriscar você e não há argumento sobre isso, ok?

— Mas vou arriscar você? – contraiu os lábios. – Não... não posso. Você, não, Alex, por favor...

— Sou uma pessoa pública. – abraçou-a. – Não me farão mal algum.

— Eles não ligam para isso. – encostou o rosto ao dele. – Por favor... não posso perder você.

— Estou dentro do senado e meu nome estará na disputa para a presidência, não é assim que você pensou? – roçou os lábios aos dela. – Serei tão importante, que se livrar de mim não será viável.