Capítulo 6, parte II

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Hola, mi vida. – Alexandra beijou carinhosamente o rosto do filho. – Estão tão bonito hoje, é bom te ver com vida outra vez!

— Mãe... – resmungou, mas parou a frase ao ver o carro preto parar atrás de Dario.

Christopher ficou em silêncio, reconheceria tal automóvel em qualquer parte do mundo, em meio a um milhão de modelos diferentes; ele sempre o reconhecia.

O motorista foi o primeiro a sair, deu a volta e abriu a porta traseira do carro. O senador estreitou os olhos.

— Boa tarde a todos! – Anthony mirou a família. – Que lindo dia para um discurso, não?

Christopher deslizou os olhos até Baltazar, vendo o motorista seriamente parado ao lado do automóvel, a expressão séria, terno bem posto e óculos escuros.

Depois mirou Boris, firme ao lado do carro de Walter, encarando fixamente o governador, como se jamais tivesse trocado qualquer palavra com o motorista ao lado.

Então desviou os olhos e deparou-se com Dario, o senhor havia descido do carro, encarava-o seriamente, e pelo volume sob seu terno, havia se preparado para qualquer necessidade.

Christopher fez apenas um leve aceno de cabeça para o motorista, sabia que ele seria capaz de entendê-lo e manter os olhos bem atentos diante da repentina e perigosa mudança de situação; Anthony por perto jamais poderia significar algo bom. E menos ainda em plena luz do dia.

— Esse é um dia perfeito! – Walter deu um passo à frente e cumprimentou o assessor.

— É o que nós gostamos de ouvir! – Anthony o abraçou e logo deu um delicado beijo no dorso da mão de Alexandra. – Uma excelente tarde para a nossa futura primeira-dama.

— Ora, querido... – ela sorriu com graça. – É um prazer!

— Christopher. – o assessor o encarou, por fim.

O senador rapidamente sopesou cada uma das possíveis reações e atitudes, cada ação com Anthony deveria ser bem estudada ou terminaria colocando a vida da noiva em risco.

Lembrou-se das conversas com ela, das indicações de Dante para que reagisse de forma natural e espontânea; ele tinha uma única chance para fazer as coisas da maneira correta.

Uma chance. Uma frase e a vida de tantos seria decidida tão rapidamente.

— É um prazer, meu jovem. – Anthony sorriu.

— É... – o senador contraiu os lábios. – Não tenho o mesmo prazer.

— Jovem... – aproximou-se dele.

— Não perca o seu tempo. – deu um passo para trás.

— Uckermann. – Anthony pousou uma das mãos sobre o braço dele e a outra em seu ombro, vendo de soslaio como Dario dava um passo à frente. – Não faça uma jogada errada agora.

— Me entregue a minha noiva. – soltou-se dele. – E a minha assessora. Aí, talvez, possamos voltar a jogar.

Christopher viu a expressão confusa no semblante de Anthony, e ainda que tenha durado tão pouco, aquele momento dera ao senador a certeza de que havia plantado no homem a semente da dúvida.

A partir de então, Anthony se questionaria: se Christopher havia voltado e ainda não sabia nada de Dulce ou de Anahí, o que Anna estaria tramando? Quem realmente estava contra o assessor e quem jogava ao seu lado?

— Foto! – Walter chamou o filho. – Christopher, venha para a foto!

O senador levantou levemente as sobrancelhas para o assessor, deu um aceno de cabeça com falsa simpatia e então aproximou-se do pai, ficando ao lado dele para a foto.

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