Capítulo 68, parte II

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— Puta que pariu, Maite! – esbravejou Dulce.

Agora parecia tão claro o motivo dos gritos de Anahí ao telefone, Alfonso simplesmente contara toda a verdade, e como se fosse pouco, ainda expusera a existência de Nayeli. O fato de que a matéria fosse escrita por Maite, na antiga revista de Alisson, potencializaria Anahí a pensar que tudo não passava de uma grande provocação do deputado e da morena.

— Merda, Maite, merda! – resmungou, ligando rapidamente para a melhor amiga. – Que inferno! – passou a caminhar pela sala enquanto o telefone tocava.

Dul! – a morena atendeu com a voz animada. – Bom dia!

Maite, pelo amor de Deus, você perdeu o juízo? – não escondeu o tom irritado na voz. – Que porcaria é essa? Está louca?

O que? – assustou-se. – Dul!

Dul nada! Você tem noção do que escreveu, Maite? – perguntou alto. – Tem noção do que você expôs? Muito mais do que eu te contei!

Hey! Calma aí, eu escrevi o que o Alfonso me pediu! – rebateu. – Não coloquei nada que ele não tenha me contado e pedido. Eu não inventei uma só linha!

Não interessa o que ele pediu! – disse mais alto. – Porra, Maite!

Ele é o principal interessado na matéria, é a vida dele! – passou a aumentar o tom de voz, assim como a amiga fazia. – É claro que o pedido dele importa!

Esse não era o combinado! – frisou. – Não era! Por acaso foi isso o que eu te pedi? Eu te disse alguma coisa sobre a Nayeli? Não, não disse! – esbravejou. – E você não tinha o direito de expor a vida da menina assim!

O pai dela me pediu, Dulce María! Caralho! – gritou. – Ele me pediu! E, porra, eu mandei ontem à noite um e-mail para quem interessa, que é a porra da dona da revista, e não recebi nenhuma resposta me mandando parar. – Dulce fechou os olhos, nem mesmo pensara em acessar o e-mail durante a noite. – Portanto, pare com o chilique! Porque quem manda em mim não se incomodou, e seu cunhado é bem grandinho para decidir o que levar a público ou não.

Não, Maite! Poncho está tão empenhado em ferrar a Anahí, que não presta atenção em mais nada! – disse alto. – Mas você deveria ser profissional e seguir o que eu pedi!

Segui a porra do pedido do cliente! – irritou-se. – E não devo satisfações a você! Devo satisfações ao cliente e a minha chefe, a porra da dona revista! – brava. – Baixe a sua bola de noiva do senador!

Eu sou a dona revista! – disse alto. – Você deve, sim, prestar contas de tudo o que escr...

Que? O... o que? – a voz de Maite passou do volume extravagante para o sussurro quase inaudível. – O que disse?

Merda. – Dulce fechou os olhos.

Você é a dona? – perguntou ainda baixo. – A dona misteriosa da revista... é você? – a amiga seguiu em silêncio. – Dulce María! – pigarreou para falar mais alto. – Dulce María, me responda! A dona da revista é você?

Sim! – encostou-se ao sofá. – Sim, sou eu. – arfou ao confessar. – Alisson não foi viajar, ela faleceu e deixou a revista para mim.

Que... porra? – Maite balbuciou, perdida. – Que?

Me desculpe. – levou uma das mãos ao rosto. – Eu não podia te contar, eu...

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