Capítulo 87

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Capítulo 87

O relógio marcava pontualmente meia noite, o calendário já podia marcar oficialmente a chegada do dia 6 de junho, e o apartamento de Christopher servia de cenário para uma discussão que não parecia ter fim.

O senador enfrentava tal clima desde que chegara ao local, já perto das oito horas da noite; sequer tivera tempo para tomar um banho ou comer algo que não fossem os chips de batatas preparados por Lucía.

Alfonso e Noah eram apaziguadores da discussão enquanto Christopher e Anna seguiam em puro desentendimento e Dante parecia jogar mais lenha na fogueira, sempre a favor do senador e contra a russa. Liev pouco opinava, mas sempre que o fazia, era para concordar com a loira.

— Por favor! – Lucía disse alto. – Pelo amor de Deus, podemos parar com a gritaria e voltar ao ponto inicial de tudo isso?

— Desde que todas as partes envolvidas estejam dispostas a jogarem o mesmo jogo, eu não vejo problema. – Dante arqueou as sobrancelhas para a russa.

— Você deveria deixar de provocar quem pode te silenciar, e começar a se preocupar mais com o tipo de cunhada que a sua cópia arranjou para você. – Anna sorriu com ironia para o alemão.

— Um: não ouse dirigir a palavra para o meu irmão! – Noah esbravejou. – E dois: eu não tenho mais nada com a Anahí.

— Será que não? – Anna arqueou as sobrancelhas.

— PELO AMOR DE DEUS! – Lucía bateu na mesa. – Mulher, será que você pode parar de fazer tantas ameaças? Se qualquer um aqui tivesse tanto poder, a Mary já estaria neste bendito apartamento! – ela esbravejou e ninguém ousou falar nada. – Mas esse não é o caso e estamos todos quebrando a cabeça, pensando na melhor maneira de trazê-la de volta, portanto, chega dessa discussão interminável! Chega de ameaças, chega de provocação! – soou séria, de uma maneira que os primos poucas vezes a viram fazer. – Quem não quiser se unir para ajudar, levante a bunda da cadeira e vaze daqui! – apontou a porta. – Porque eu não estou queimando toda a minha massa cinzenta à toa! Se não é para ajudar, sumam! E eu me viro sozinha para trazer a minha amiga. – mirou a todos. – Estamos na mesma página agora ou alguém quer aproveitar e sair? – outra vez o silêncio, e apenas o assentir de todos. – Que ótimo.

— Obrigado, cari. – Christopher lhe sussurrou, e a prima colocou a mão sobre a dele.

— Vamos trazê-la de volta. – acariciou a mão dele. – Não vou sossegar enquanto não descobrir o endereço exato da Mary e da gatita de vocês. – inclinou o corpo e lhe beijou a bochecha demoradamente, o senador deixou uma lágrima escapar.

— Muito bem. – Noah pigarreou. – Vamos retomar o que sabemos e organizar as informações.

— Eu tentei todos os argumentos com a Anahí, e embora ela tenha vacilado quando falei da Nayeli, ainda assim, não cedeu. – Alfonso repetiu a informação dada há algumas horas. – Ela insistiu muitas vezes que o Anthony sequer havia sequestrado a Dul.

— Esse é um bom ponto. – Anna o mirou. – Porque reforça o meu pensamento de que a Yekaterina joga nos dois lados: com o Anthony e com a Anahí.

— Pelo que conhecemos dela... – Liev comentou. – Não acho que ela vá abrir completamente o jogo para a Anahí.

— E não vai cortar a parceria que tem com o Anthony. – Anna reforçou.

— Mas isso nos dá uma vantagem, não? – Alfonso perguntou. – Porque quando a máscara da Yekaterina cair, a Anahí sentirá tanto ódio, que vai sucumbir e nos entregar a mãe.

— Não sei, Poncho. Honestamente, eu não conto muito com isso. – opinou o senador. – Se a Anahí fosse ceder, teria cedido agora. Com você, com a proposta, com a possibilidade de ter muito mais do que aquilo que sempre quis.

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