Capítulo 19, parte II

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— Não brinco com você, não minto, não uso você de forma alguma. Disse que você poderia dividir o peso da sua história comigo, e esse é um pedido que vou manter pelo resto da vida. Sei que agi mal ontem, sei que deveria ter pensado em uma forma de chegarmos a um acordo ao invés de simplesmente dizer que não estaria contigo. Eu sei que errei e te peço perdão por isso. Pode me perdoar?

— Fui a primeira a apoiar que você mantivesse os seus pais por perto num teatro ridículo, eu sei bem a importância de fazer isso. – arfou. – Mas vê-los tão perto foi muito pior do que eu imaginava. E vê-los dizerem que a louca sou eu... eu! Sequer assumiram todas as atrocidades que me disseram naquele inferno de restaurante!

— Eu estou consciente disso! – segurou o rosto dela. – Eu acredito em vo...

— Me entregaram para o Anthony! – tirou as mãos dele de si. – Tentaram me comprar, fizeram ameaças veladas sobre você, sobre o Dan, sobre a minha família! E quando saí de lá, já tinha gente esperando para me sequestrar! Meu pai estava sequestrado! Preso, jogado no chão frio, machucado!

— María...

— Eu sei que precisa deles por perto, mas que inferno é ver você defendendo os dois e deixando que eu seja a louca! – abaixou o rosto. – Pensei que eu seria mais forte, mas senti muito mais, senti uma dor que...

— Não estou do lado deles! – cortou-a rapidamente. – Não estou do lado deles, não acredito na história deles e te defendo acima de qualquer um! Me desculpe por ter levado o nosso teatro até o fim. – sincero. – Não vou mais deixar que nada esteja acima de nós.

— Sua mãe levantou a mão para mim. – fechou os olhos. – Seu pai quer me dopar.

— E acho que nunca senti tanta raiva deles. – beijou-lhe a testa. – Ninguém mais vai encostar em você. Já muito desespero eu tive por saber que Yekaterina chegou tão perto!

— Pela primeira vez eu pensei na Irina. – abriu lentamente os olhos. – E no quanto ela deveria se sentir impotente ao ver a própria vida morrendo nas mãos do Anthony.

— Jamais se compare a ela. – sussurrou. – E não me compare a ele, porque nunca... eu jamais machucarei você. Sob hipótese alguma, María. – encarou-a. – Me desculpe por não ter te respondido hoje cedo, mas mais do que isso, me desculpe por não ter te respondido ontem à noite... com atitudes, com gestos! Deveria ter te abraçado, deveria ter parado ali mesmo aquela discussão, deveria ter pensado somente no que é importante: você. Digo... você e o nosso bombom. – corou levemente. – Amo vocês, chiquita. Por favor, me perdoa, hm?

— Eu também errei. – disse baixo, mas sem desviar os olhos dos dele. – Deveria ter pensado no seu lado e te escutado ao invés de seguir tão firme no que eu achava certo. Me desculpe.

— Te desculpo. – sorriu levemente. – Não tenho segredos com você, meu amor. Te disse isso no nosso primeiro 14 de fevereiro em Mineral, se lembra? – acariciou a bochecha dela. – Eu não te escondo nada, nunca. E mais uma vez, a minha única intenção ao manter os meus pais por perto, é que acreditem no teatro de que eu confio neles e que não estou completamente por dentro do que aconteceu. E sei que fiz da maneira errada, mas se deixei que pensassem que eu não confiava em você, foi porque me interessava que Anthony pensasse que eu não te dava crédito suficiente. Me perdoe, eu preciso... eu preciso... – encostou o rosto ao dela. – Eu preciso proteger você. María, eu preciso que você fique bem, eu preciso de você, eu amo você. E não sei viver de outra forma. – aproximou os lábios, mas ela não moveu-se. – Se não te respondi nada sobre a matéria da revista, foi porque queria fazer isso pessoalmente, foi porque fiz... eu fiz de tudo para que vivêssemos essa declaração da maneira que nós merecemos. – beijou o canto dos lábios dela. – E não desisti disso, quero viver cada segundo com você. Eu amo você, eu amo você, eu amo... – deu um demorado selinho nela. – Amo você.

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