— Anahí! – a morena resmungou. – Você já está quase na reta final! Precisa fazer ultrassom com frequência, precisa prestar atenç...
— Estou sem tempo, Dulce María! – interrompeu-a.
— Ora, não fale grosso comigo! – Dulce arregalou os olhos. – Você sabe que estou certa! Dê um jeito e arranje um tempo!
— Eu teria muito tempo, se o seu cunhado não estivesse decidido a ferrar com a minha vida toda! – arqueou as sobrancelhas. – E, sim, eu liguei para falar do Poncho. Você precisa pará-lo, e precisa pará-lo já!
— Perdão? – a morena piscou seguidas vezes.
— Amanhã de manhã eu quero a Nayeli na casa dos pais dela! – encarou a morena. – Você me entendeu? Em casa!
— Está se ouvindo? – Dulce arqueou uma sobrancelha. – Você é a mãe dela! E ela já está na casa do pai dela!
— Dulce, pare de se meter! Não tenho paciência para esses jogos! – bateu na mesa. – E não quero ter que aparecer no Canadá para me acertar com você.
— Está me ameaçando? – arregalou os olhos. – Anahí, pelo amor de Deus! Escute o que está dizendo!
— Estou justamente dizendo que você deve se manter longe do Alfonso, longe da minha vida e, principalmente, bem longe da Nayeli! – disse firme. – Porque todo problema é gerado graças a você, Dulce! Sempre!
— Oi? O que? – negou com a cabeça. – Meu Deus! O que você tem? Está doida?
— Não. Doida é o que você gostaria que eu estivesse. – séria. – A minha vida não foi feita para você afogar as suas mágoas nela.
— Do que diabos você está falando? – assustou-se. – Isso não tem o menor sentido!
— Nayeli não é a sua filha! Ela, no máximo, é sua sobrinha de segundo grau! – apoiou o antebraço na bancada. – Ela não vai substituir as suas gestações perdidas. Você não é a mãe dela! Você não é nada dela! – soou nervosa. – Pare de colocar ideias na cabeça do Poncho, porque sei que tudo isso é coisa sua! Alfonso é calmo, é passivo e sabe muito bem o que precisa fazer, mas desde que você chegou, ele mudou da água para o vinho. – viu os olhos da morena marejarem. – Pare de colocar ideias na cabeça dele! Deixe-o em paz! Por sua culpa ele foi atrás da Mencía e olhe só no que deu! Dulce... – puxou o ar. – Dulce... – abaixou o volume. – Não se pode salvar o mundo. Pare de tentar. Seja qual for a ideia louca que a Irina colocou na sua cabeça, é mentira. Você pode cuidar de um império, mas você não pode mexer na vida de ninguém ao seu redor. – contraiu os lábios. – Deixe o Alfonso em paz. Deixe a Nayeli em paz. Ela não vai crescer com ele, ela não tem meia-irmã. O que ela tem é uma família nos Estados Unidos e ponto final. Você entendeu?
Dulce ficou em silêncio, tentava encontrar qualquer palavra dentro de si, mas a garganta parecia ter secado e os lábios tornado-se incapazes de pronunciar algo.
As lágrimas caíam sem controle por seu rosto, ela sabia que não deveria chorar na frente da loira, mas quanto mais tentava controlar os sentimentos, mais difícil era parecer firme. Não estava bem. Não estava firme. Anahí a pegara em seu ponto mais sensível.
— Dulce. – a loira exalou pesadamente. – Dulce, pare. Eu não estou falando nenhuma mentira e você sabe disso. Não concordamos em jogar com honestidade?
— Eu... – ficou em silencio e secou o rosto. – Eu...
— Não temos que estender isso. – adiantou-se. – Só quero que respeite o meu espaço assim como eu respeito o seu.
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Jogada Política
Roman d'amourSe tanto a queriam, ela estava ali. E permaneceria, não por gosto ou escolha, mas por uma necessidade inerente ao próprio caminho. Se tanto haviam desejado uma nova rainha, agora eles a tinham. Doce, mundo doce àquele do tráfico e da política. Do...